Saudamos,
antes de mais, o PCP pela iniciativa de realização deste debate.
Nesta
segunda sessão do debate sobre Economia na Cidade e Trabalho, depois do
diagnóstico feito na primeira sessão, pretende-se hoje debater as perspectivas
para o futuro.
Na
região de Lisboa, a taxa de desemprego aumentou de 12,5% para 13,7% no primeiro
trimestre deste ano. A cidade de Lisboa continua a perder população e a ver
reduzida a actividade económica produtiva, o que é perfeitamente visível nos
níveis de emprego.
Para
Os Verdes, só se consegue inverter estes números, criar e manter empregos com
direitos, e diversificar a actividade económica, se houver um ruptura com o
modelo de desenvolvimento seguido até aqui. Para se pensar num futuro
equilibrado, Lisboa não pode ser uma cidade de desemprego, de precariedade e
uma cidade sem jovens.
Lisboa
tem potencial para se tornar uma cidade mais desenvolvida e sustentada, moderna
e diversificada e deve ser capaz de incentivar as novas indústrias e as
empresas a instalarem-se aqui.
Lisboa
precisa de políticas que coloquem a criação e manutenção de empregos no centro
das suas prioridades, salvaguardando o princípio de uma cidade que respeite um
desenvolvimento sustentável e o ambiente. Isso passa:
-
pela valorização das instituições de ensino superior e de investigação
científica da cidade de Lisboa;
-
pela criação de emprego com direitos;
-
por fomentar o aparecimento de novas actividades económicas criadoras de postos
de trabalho permanentes e com direitos;
-
por melhorar a competitividade da cidade;
-
por dar especial atenção a programas de empregos para jovens;
-
por apoiar as micro, pequenas e médias empresas, fundamentais para o
crescimento e desenvolvimento da cidade;
-
por desenvolver e apoiar o comércio de proximidade, dando mais vida às ruas e
bairros da cidade, com regras justas e éticas;
-
pela promoção de circuitos curtos de comercialização, incentivando a
comercialização em pequenos espaços de comércio e a venda directa;
-
pela humanização das condições de trabalho, sendo de valorizar a reposição das
35 horas de trabalho;
-
pelo não encerramento de mais nenhum serviço público e pela reabertura de alguns
serviços, entretanto encerrados mas que são imprescindíveis à população; e
-
pelo reconhecimento do trabalho como um direito, que permite ao ser humano
realizar-se e contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
Todas
estas medidas de desenvolvimento económico e de promoção futura de emprego na
cidade de Lisboa devem ser enquadradas e asseguradas pelo reforço das funções
sociais do Estado, consignadas na Constituição da República Portuguesa.
Para
inverter tendências de precariedade e de desemprego real e garantir emprego com
qualidade e trabalho com direitos é incontornável garantir:
-
o progressivo acesso a uma educação qualificada e a uma formação profissional
contínua;
-
um acesso permanente e continuado ao SNS;
-
a defesa intransigente de uma Segurança Social pública solidária e universal;
-
a condições efectivas de mobilidade casa/emprego; e
-
a redução dos elevados níveis de pobreza nas famílias.
Para
Os Verdes, estas são algumas das medidas essenciais para colocar Lisboa num
lugar cimeiro a nível de economia e de criação de emprego, invertendo a
tendência de perda de população e de emprego da cidade.
Cláudia Madeira
Grupo
Municipal de “Os
Verdes”
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