18/10/2016

Saudação “Acordo de Paris”


 
Na COP 21, em Paris, foi finalmente aprovado um acordo internacional que traça um rumo comum para travar o aumento global das temperaturas e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa responsáveis pelas alterações do clima.

Nesse contexto, Portugal ratificou, no passado dia 30 de Setembro o Acordo de Paris, sendo o quinto País da UE e o 61º do mundo a subscrevê-lo, facto com o qual todos nos devemos congratular, principalmente porque este tratado, reuniu 196 países, incluindo os mais poluidores a nível mundial.

Sendo este um primeiro passo positivo, é fundamental que agora todos se empenhem, verdadeiramente, em desenvolver medidas de combate e adaptação às alterações climáticas, num compromisso onde não faça sentido contemplar intenções de prospecção e exploração de hidrocarbonetos, seja petróleo, gás natural, ‘fracking’ ou outros, em qualquer região do território português.

Por isso, há que salvaguardar que a perspectiva de mercantilização dos mecanismos, para atingir a meta proposta por este acordo, não deve ser o caminho a seguir, como é exemplo o mercado de carbono, mecanismo que além de não ter reduzido as emissões, acaba por ter um efeito nefasto, ou o caso dos sumidouros de carbono.

Ema alternativa, há que reforçar que algumas formas de reduzir efectivamente as emissões de Gases com Efeito de Estufa passam pela aposta na produção nacional e pela promoção do transporte colectivo. Tais princípios significam que, não sendo suficiente existir apenas um tratado rubricado, terá de haver uma completa alteração de modelos de desenvolvimento desadequados.

Assim, mesmo reconhecendo que se trata de um acordo com alguma fragilidade, porque as metas não são vinculativas, porque não estão estabelecidas condições de cumprimento dessas metas, nem está garantida uma prossecução de justiça social ou ambiental;

Considerando que estamos perante um momento que nos deve motivar para prosseguir o combate às alterações climáticas, devendo Portugal dar o seu contributo a nível da União Europeia, para que este acordo não se resuma a um documento assinado, sem qualquer efeito prático;

Considerando que o ambiente nunca poderá ser entendido como uma oportunidade de negócio, mas que terá sempre de ser encarado como um dos pilares da garantia da qualidade de vida, do bem-estar, da sustentabilidade e do desenvolvimento;

Considerando ser urgente implementar medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, com todos os benefícios que daí poderão advir, sendo este um dos maiores desafios que o Planeta enfrenta.

Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista Os Verdes:

1 - Saudar a ratificação do Acordo de Paris por Portugal.

2 - Promover e apoiar campanhas e iniciativas de sensibilização para a urgência do combate às alterações climáticas.

3 - Dar conhecimento desta deliberação aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República e às associações de defesa do ambiente.

Assembleia Municipal de Lisboa, 18 de Outubro de 2016

O Grupo Municipal de “Os Verdes
 

Cláudia Madeira                                                           J. L. Sobreda Antunes

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