04/04/2007

Assim se vai (des)fazendo Lisboa


Ao olharmos para Lisboa as imagens com que nos deparamos falam por si, sobre o modo como a cidade tem estado a ser construída (ou destruída?!).

Quais as razões para que isso aconteça?

Temos várias opções: a inevitável consequência da entrada na modernidade (esta é a opção que os autarcas preferem, para que não se levante outros assuntos), o simples mau gosto ou a insensibilidade no que se refere a questões urbanas. A juntar a estas, e para piorar a situação, temos a submissão da CML aos lobbies da construção civil.

Aos poucos, foi-se descobrindo o estado da CML: as acusações, as suspensões de mandato, o funcionamento das empresas municipais (atribuição de prémios aos próprios administradores, cargos vitalícios...).

Perante tais factos, não admira que a autarquia esteja completamente endividada, não conseguindo, por vezes, cumprir o mínimo que lhe é exigido.

A intervenção desta Câmara nalguns aspectos é reveladora sobre o modo como actua em toda a cidade.

Promove a descaracterização da paisagem urbana, permite criar "depósitos" de carros e lixeiras em espaços outrora agradáveis e de passeio.

Em Lisboa prevalece a destruição da memória. A autarquia autoriza e promove a destruição de locais emblemáticos e únicos. Como exemplo disso temos a destruição da casa de Almeida Garrett; temos casas em ruínas; os novos projectos apresentam, desde início, uma manifesta redução de espaços verdes.

Tendo a CML departamentos específicos e especializados (ou assim deveria ser) para tratar do urbanismo, porque está a nossa cidade no estado em que está, com tendência a piorar?!

Qual a finalidade destes serviços? Servir única e exclusivamente os interesses dos autarcas?

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