19/10/2007

Indeferimento do Campo de Tiro (actualização)

O presidente da direcção do Clube de Tiro de Monsanto, afirmou que a recusa da autarquia lisboeta ao projecto apresentado para a permanência daquela estrutura no parque florestal terá uma resposta “técnica e jurídica”.
O vereador dos Espaços Verdes na CML tinha anunciado ontem, ao início da tarde, a rejeição do projecto apresentado pelo Clube para minimizar o impacto ambiental daquela estrutura.
Como a solução apresentada violava o PDM, adiantou já ter pedido aos serviços da autarquia para procurarem um terreno alternativo para instalar o campo de tiro, explicando que a decisão se tratava de “uma proposta de indeferimento, seguindo-se, de acordo com a lei, dez dias para o Clube de Tiro responder, sendo depois tomada uma decisão final”. Os dez dias úteis previstos no Código de Processo Administrativo vencem a 30 de Outubro.
O projecto do clube, destinado a impedir o ruído e a contaminação dos solos pelo chumbo, prevê a construção de um muro com mais de 600 metros de extensão e uma altura que, em determinadas zonas, chegava aos nove metros 1.
A Plataforma por Monsanto saudou já entretanto a rejeição da autarquia lisboeta ao projecto apresentado pelo Clube de Tiro, decisão que deverá inviabilizar a permanência daquela estrutura no parque florestal. “Até que enfim que alguém não contradiz o parecer dos técnicos. Até hoje, as decisões têm sido sempre políticas”, afirmou um dos membros da Plataforma por Monsanto. “Entendemos que é complicado porque o clube de tiro está aqui há muito tempo”.
A Plataforma não é contra as modalidades praticadas, contudo, o tiro com chumbo é “incompatível” com o conceito do parque florestal, que inclui o Espaço Monsanto, estrutura que confina com o campo de tiro e onde decorrem actividades de educação e sensibilização ambiental. “Já assisti a crianças estarem a plantar uma árvore e levarem com um chumbo em cima”, contou 2.
A “Plataforma por Monsanto” tem desde há vários anos a circular na Internet um abaixo-assinado e uma petição que, entre outros tópicos, requer a “remoção do Campo de Tiro que continua a ameaçar a segurança das crianças que frequentam o Parque Pedagógico e cujos milhares de chumbos envenenam o solo e fazem perigar a cadeia ecológica” 3.

1. Ver Lusa doc. nº 7610193, 18/10/2007 - 17:35
2. Ver Lusa doc. nº 7610364, 18/10/2007 - 18:15
3. Deste acordo fazem parte a Associação dos Amigos e Utilizadores do Monsanto, a Associação dos Moradores e Amigos da Freguesia de São Francisco Xavier, a Associação dos Moradores da Flor da Serra e Bairro do Calhau, a Associação de Moradores do Alto da Ajuda, a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, a Associação Lisboa Verde, o Movimento Liberal Social, a Liga para a Protecção da Natureza, Quercus, o CAAL-Clube da Actividades ao Ar Livre e ASPEA-Associação Portuguesa de Educação Ambiental.

1 comentário:

Sofia G.V. disse...

Está de parabéns a Plataforma por Monsanto :-)