09/08/2008

Baixar os níveis de poluição

Terá sido esta semana publicado, no Diário da República, um estudo da Universidade Nova de Lisboa, acompanhado da Portaria que visa a execução de medidas conducentes à redução da poluição 1.
O Governo adianta, entretanto, que falta ainda decidir, do ponto de vista político, e em conjunto com autarquias e outras entidades, quais as medidas nele apresentadas que irão ser postas em prática.
O estudo considera que aumentar o número de corredores ‘Bus’ é ainda mais importante do que as portagens diferenciadas, uma vez que permitiria aumentar a velocidade média de circulação dos autocarros dos actuais 14,9 quilómetros/hora para 25, defendendo também a reconversão das frotas de autocarros e táxis para sistemas menos poluentes.
Sob a direcção da CCDR, as Câmaras, as transportadoras e os concessionários de auto-estradas e pontes deverão agora decidir que medidas consideram mais eficazes para integrar um programa concreto 2.
Medidas, espera-se, que só poderão passar pelo aumento do número e da qualidade dos transportes públicos - não poluentes - em circulação.
A aplicação das propostas do plano da Universidade Nova de Lisboa só será decidida em 2009, mas a CML esclarece que a autarquia tenciona vir a tomar medidas para reduzir a poluição atmosférica na cidade.
Por exemplo, o vereador responsável pela mobilidade em Lisboa está convencido de que a prioridade passa por garantir um serviço mais eficiente dos transportes públicos: “Todas as políticas que visam reduzir a dependência automóvel são positivas, mas continuo a defender que parte das receitas das portagens deveria servir para financiar as melhorias dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa", defendeu o autarca.
Também a reconversão progressiva da frota de recolha de lixo e o abate de 200 veículos ligeiros municipais são apenas algumas das decisões mais recentes: “Estamos a finalizar a aquisição de dez viaturas movidas a gás natural para substituir os transportes de lixo a gasóleo” 3, adiantando que a autarquia irá também passar a lavar a Avenida da Liberdade, que é uma das artérias mais preocupantes da cidade a este nível, “duas vezes por dia em vez de uma, para que as partículas poluentes não fiquem em suspensão no ar”.
Quanto aos autores do trabalho, estes lembram que a medida mais relevante de todas é o aumento do número de corredores ‘Bus’. Porém, como a criação de cada um destes corredores é alvo de negociações entre a Carris e a CML, o processo parece padecer de doença grave. Senão, veja-se: em 2005, e de acordo com a newsletter da Carris, a autarquia considerou que poderia abrir corredores na Rua dos Fanqueiros e na Morais Soares, entre outras artérias. Hoje nenhuma delas tem ainda uma faixa exclusiva para os transportes públicos 4.
A ampliação da frota a gás natural na Carris, o aumento da eficácia da fiscalização do estacionamento e a introdução de portagens diferenciadas no acesso a Lisboa, conforme a taxa de ocupação de cada automóvel, são outras das sugestões defendidas no estudo publicado no DR e que serão agora analisadas pela Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCRLVT).

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