15/11/2016

Recomendação “COP 22 – Por um novo paradigma energético”


            A 22ª Conferência da Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas – COP 22 – teve início no passado dia 7 e vai decorrer até dia 18 de Novembro, em Marraquexe, em Marrocos.
            Após a ratificação do Acordo de Paris, que entrou em vigor a 4 de Novembro de 2016, a COP 22 concentra-se na sua implementação e no financiamento para a adaptação às alterações climáticas.
            Esta Conferência é essencial para definir metas e para perceber com o que se pode contar por parte dos países que assinaram o acordo, esperando-se que resulte em compromissos efectivos e vinculativos.
            As alterações climáticas são uma ameaça para as sociedades humanas e para o planeta, razão pela qual deve haver uma ampla cooperação de todos os países, que devem trabalhar no sentido de se alcançar uma resposta eficaz a nível internacional para acelerar a redução das emissões globais de gases de efeito estufa.
            O fenómeno das alterações climáticas é global, e tende a agravar-se como todos podemos constatar pelas catástrofes naturais que têm vindo a ser cada vez mais frequentes e devastadoras.
            Importa referir que desde que o Acordo de Paris foi assinado, em Dezembro de 2015 na COP 21, 2015 foi o ano mais quente desde que há registos e 2016 será ainda pior.
            É de referir ainda que os níveis estimados agregados de emissão de gases de efeito de estufa em 2025 e 2030, resultantes das contribuições nacionalmente determinadas pretendidas, não se enquadram nos cenários abaixo dos 2ºC, o que é preocupante.
            Perante tudo isto, é urgente um novo paradigma energético que permita cumprir o objectivo do Acordo de Paris de travar a subida da temperatura do planeta, mantendo-a abaixo dos 1,5ºC face aos níveis pré-industriais.
            Para isso, será necessário reforçar algumas formas de reduzir efectivamente as emissões de Gases com Efeito de Estufa, o que passa forçosamente pela aposta na produção nacional e pela promoção do transporte colectivo.
            Considerando que a crise ambiental global, da qual as alterações climáticas são um importante indicador, vem demonstrar que os modelos de produção e de consumo insustentáveis da sociedade precisam de ser alterados e que é urgente uma mudança de paradigma que garanta a implementação de um modelo sustentável global e justo, a nível ambiental, social e económico.
            Considerando que neste desafio todos são importantes, tendo as autarquias um papel fundamental a desempenhar e que é urgente exigir uma resposta séria às alterações climáticas.
            Considerando por fim que, a cidade de Lisboa, inserida na Área Metropolitana tem a sua cota parte de responsabilidade, no combate às alterações climáticas, nomeadamente através da promoção e incentivo ao uso do transporte público, implementação de medidas de aumento da eficiência energética, criação de espaços verdes, entre outras.
Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista Os Verdes, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que:
            1 - Desenvolva planos locais de combate e adaptação às alterações climáticas, tendo presente o objectivo estabelecido no Acordo de Paris.
            2- Defenda, promova e incentive o uso de transporte público e colectivo em detrimento do transporte individual.
3 - Adopte em todos os edifícios e instalações municipais, medidas no sentido da redução de desperdícios, de poupança e de eficiência energética.
4 - Coopere com os restantes municípios da Área Metropolitana de Lisboa em medidas, acções e planos conjuntos com vista ao combate às alterações climáticas, adoptando campanhas de sensibilização sobre a matéria.
Mais delibera a Assembleia Municipal de Lisboa:
5 - Enviar a presente deliberação aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República, ao Ministério do Ambiente, às Associações de Defesa do Ambiente e aos restantes Municípios da Área Metropolitana de Lisboa.

Assembleia Municipal de Lisboa, 15 de Novembro de 2016
O Grupo Municipal de “Os Verdes
 

Cláudia Madeira                                                        J. L. Sobreda Antunes

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