O
Arquivo Municipal de Lisboa é detentor de um acervo documental que se estende
desde o século XIII à actualidade. Em meados do mês passado, a CML comunicou
que iria encetar obras num dos cinco núcleos do Arquivo Municipal, tendo
publicado no portal Base (no qual são
divulgados os contratos públicos) a adjudicação de uma empreitada no valor
de 2,5 milhões de euros para “reestruturação das instalações do Arquivo
Municipal” e remodelação da envolvente das Torres do Alto da Eira.
No
caso dos espaços do Alto da Eira, a CML estima que as obras terminem no final
de 2017, justificando-as por o edifício “não apresentar as características e
condições necessárias”, dado que foram inicialmente “projectadas como espaços
de garagem”, sendo conveniente que “fique dotado de espaços condignos para a
instalação de uma sala de leitura e de gabinetes especializados necessários
para o desenvolvimento das suas competências”, bem como novas “áreas de
depósitos que respondam aos índices de crescimento documental”.
Ora,
para além do edifício do Alto da Eira, o espaço de armazenamento da
documentação histórica da cidade encontra-se distribuído pelos núcleos alojados
no Bairro da Liberdade, na Rua da Palma, no Arco do Cego e no Largo do
Calvário, sendo sabido que a CML tenciona, a curto prazo, encontrar um espaço
único que lhe permita concentrar toda a documentação histórica da cidade.
Considerando
que, tanto os técnicos, como os próprios utentes do Arquivo Municipal, vinham
reconhecendo que a actual situação não era a melhor, dado a documentação se
encontrar instalada há décadas “de forma precária em vários locais e edifícios”
da cidade, a escolha e concentração dos documentos num mesmo local será bem
mais vantajosa.
O
que não se entende, e é este último esclarecimento que solicitamos, será o
facto de a CML ir despender 2,5 milhões de euros numa obra provisória, quando se
equaciona um estudo para a curto/médio prazo se encontrar um local único para o
arquivo Histórico Municipal. Considera ou não, srª vereadora, que este é um
custo desajustado no tempo? Ou afinal já se desistiu da ideia de agregar toda a
documentação arquivística?
E
quanto aos possíveis locais para instalar todo o acervo documental, depois de
abandonado o megalómano projecto do Vale de Santo António, continua ou não a
ser ponderada a instalação do Arquivo Histórico no antigo Hospital de Arroios, ocupado
desde 2010 por um estacionamento ‘provisório’? Quais as alternativas possíveis
que estão a ser equacionadas e qual o prazo expectável?
Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes”
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