08/03/2016

Reestruturação das instalações do Arquivo Municipal


 
O Arquivo Municipal de Lisboa é detentor de um acervo documental que se estende desde o século XIII à actualidade. Em meados do mês passado, a CML comunicou que iria encetar obras num dos cinco núcleos do Arquivo Municipal, tendo publicado no portal Base (no qual são divulgados os contratos públicos) a adjudicação de uma empreitada no valor de 2,5 milhões de euros para “reestruturação das instalações do Arquivo Municipal” e remodelação da envolvente das Torres do Alto da Eira.

No caso dos espaços do Alto da Eira, a CML estima que as obras terminem no final de 2017, justificando-as por o edifício “não apresentar as características e condições necessárias”, dado que foram inicialmente “projectadas como espaços de garagem”, sendo conveniente que “fique dotado de espaços condignos para a instalação de uma sala de leitura e de gabinetes especializados necessários para o desenvolvimento das suas competências”, bem como novas “áreas de depósitos que respondam aos índices de crescimento documental”.

Ora, para além do edifício do Alto da Eira, o espaço de armazenamento da documentação histórica da cidade encontra-se distribuído pelos núcleos alojados no Bairro da Liberdade, na Rua da Palma, no Arco do Cego e no Largo do Calvário, sendo sabido que a CML tenciona, a curto prazo, encontrar um espaço único que lhe permita concentrar toda a documentação histórica da cidade.

Considerando que, tanto os técnicos, como os próprios utentes do Arquivo Municipal, vinham reconhecendo que a actual situação não era a melhor, dado a documentação se encontrar instalada há décadas “de forma precária em vários locais e edifícios” da cidade, a escolha e concentração dos documentos num mesmo local será bem mais vantajosa.

O que não se entende, e é este último esclarecimento que solicitamos, será o facto de a CML ir despender 2,5 milhões de euros numa obra provisória, quando se equaciona um estudo para a curto/médio prazo se encontrar um local único para o arquivo Histórico Municipal. Considera ou não, srª vereadora, que este é um custo desajustado no tempo? Ou afinal já se desistiu da ideia de agregar toda a documentação arquivística?

E quanto aos possíveis locais para instalar todo o acervo documental, depois de abandonado o megalómano projecto do Vale de Santo António, continua ou não a ser ponderada a instalação do Arquivo Histórico no antigo Hospital de Arroios, ocupado desde 2010 por um estacionamento ‘provisório’? Quais as alternativas possíveis que estão a ser equacionadas e qual o prazo expectável?

Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes

Sem comentários: