Para Os Verdes, o transporte ferroviário sempre foi fundamental para uma
estratégia integrada de desenvolvimento.
Reconhecemos a
importância e a urgência da requalificação da Linha Ferroviária do Oeste, que é
essencial para o desenvolvimento ambiental, social e económico da região e um
eixo estratégico da rede ferroviária nacional.
Esta modernização tem
sido uma reivindicação das populações, de agentes económicos e de autarcas, uma
vez que a linha foi votada ao esquecimento por parte de sucessivos governos. Situação
que não foi mais longe devido às lutas entretanto travadas.
A requalificação
desta linha representa uma melhoria significativa das condições de vida das
populações, no entanto, o Plano de Investimentos em Infraestruturas – Ferrovia
2020, apenas prevê a requalificação do troço entre Meleças e Caldas da Rainha,
ou seja, somente 103 kms dos 198 kms que compõem a referida linha, omitindo o
restante troço entre as Caldas da Rainha e o Louriçal, assim como a ligação à
Figueira da Foz.
Na perspectiva de Os
Verdes, esta requalificação, apesar de positiva, é insuficiente e não eliminará
por completo os problemas actualmente existentes, ficando aquém da possível e
necessária requalificação, não sendo possível ultrapassar e resolver de forma
definitiva os problemas estruturais que a Linha do Oeste hoje em dia apresenta,
mantendo-se, desta forma, subaproveitada.
Deixar de fora parte
do troço, fará com que se anule o efeito positivo da intervenção que venha a
ser feita e será manter os problemas antigos, o que não faz qualquer sentido.
Razão pela qual
consideramos que é importante que a deliberação da 8ª Comissão se pronuncie
favoravelmente em relação à requalificação na totalidade do troço da linha. Caso contrário, estaremos
perante uma total falta de compreensão da importância regional desta linha.
Sobre a realização de
estudos para avaliar a
viabilidade de uma ligação desta linha a Lisboa através do Município de Loures,
apenas queremos realçar que eventuais estudos não devem atrasar ou inviabilizar
o início dos trabalhos de requalificação.
Chamamos também a atenção para o
facto de o Plano de Investimentos Ferroviários dar prioridade aos investimentos
no transporte de mercadorias em detrimento do transporte de pessoas, o que
acaba por se ver reflectido na proposta de requalificação da Linha do Oeste o
que, em nosso entender, deveria ser revisto, pois o transporte de mercadorias
não é a única razão para justificar a requalificação da Linha.
Não sendo esta linha, as opções que
restam às populações desta região são o transporte individual e o transporte
rodoviário, que não se apresentam como as soluções mais sustentáveis.
Dizer ainda, para terminar, que consideramos
que neste processo é fundamental ouvir os agentes com interesse no assunto,
nomeadamente a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste.
Cláudia Madeira
Grupo Municipal de Os Verdes
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