23/02/2016

1ª Intervenção do PEV sobre a Informação Escrita do Presidente da CML, proferida em 23 de Fevereiro de 2016


 
O Grupo Municipal de “Os Verdes” analisa hoje a Informação Escrita do sr. Presidente, no trimestre compreendido entre Novembro de 2015 e Janeiro de 2016, indicando a respectiva paginação.
Na p. 20 da IEscrita, a Direcção Municipal de Finanças inventaria a Instrução de Pedidos de Pagamento e os Recebimentos ou Financiamentos Externos, enumerando as verbas oriundas do Casino de Lisboa. Sr. Presidente, pode esclarecer este plenário qual o destino dado a estas verbas? A que obras de beneficiação na cidade e de melhoria da qualidade de vida dos munícipes se destinaram?
Na p. 34, a Direcção Municipal de Gestão Patrimonial indica ter procedido a um conjunto de registos notariais, com escrituras de aquisição imobiliária do Município, incluindo 10 lojas à SGAL - a Sociedade Gestora da Alta de Lisboa. A que fim concreto se destina a aquisição destas lojas? Não será mais natural a sua cedência ocorrer gratuitamente, como contrapartida de bens e serviços, com base no famoso Contrato Inominado?
Depois, na seguinte p. 35, a gestão de cadastro refere a integração do património da extinta EPUL no inventário de bens municipal. Pode-nos esclarecer que tipologia ou sua localização e qual a extensão desses bens? Em quanto importará à CML a sua manutenção? Pondera o executivo transferir alguns desses bens ou imóveis para a gestão das Juntas? Se sim, quais em particular serão prioritários?
Avancemos agora para a p. 37, onde a Direcção Municipal de Recursos Humanos indica a existência de 519 postos de trabalho vagos no Mapa de Pessoal da CML. E na p. 39 indica-se a existência de 489 contratos de prestação se serviços. Porém, a p. 38 refere a abertura de 2 procedimentos concursais para apenas 2 lugares. Sr. presidente, será possível ser enviado aos GMs um quadro actualizado contendo as vagas por categoria? Quantos lugares estão reservados para progressão nas carreiras? Quantos poderão ser abertos ao exterior?
Finalmente, na p. 111, a Divisão de Reconstrução e Requalificação de Espaços Verdes enumera, embora apenas laconicamente, a substituição do pavimento do Príncipe Real. Ora este projecto parece que afinal tem muito mais que se lhe diga.
A requalificação do Jardim França Borges, vulgo Príncipe Real, tinha tido início a 9 de Novembro de 2009. Finalmente, 6 anos após a contestada intervenção levada a cabo em 2009 e 2010, a vereação dos espaços verdes reconheceu o problema do piso inicial que ela própria escolheu. Agora, estimava-se que o jardim fosse encerrado durante, pelo menos, um mês, para permitir a colocação de um novo piso.
De acordo com a base de dados das contratações públicas, a nova substituição do piso do Jardim, iniciada no passado dia 14 de Janeiro, tem um prazo de execução estipulado para a obra de repavimentação de 20 dias, atingindo uma despesa no valor de 74.562,36 € + IVA.
Acontece que o piso que começou a ser colocado acabaria por ser um tapete de alcatrão, não poroso, com alguns centímetros de espessura, dotado superficialmente de uma resina sintética que lhe proporciona a simulação da cor de terra, com o argumento de que esta seria a única solução para evitar poeiras.
Estranha-se no entanto que, o que há décadas parecia fácil em cuidar-se da manutenção dos jardins e ter pisos sem incómodos para os munícipes, hoje, segundo parece, ter-se-á tornado um problema insolúvel para o actual pelouro dos espaços verdes. E estranha-se, por isso, que não sejam utilizados materiais naturais que também não produzam poeiras.
E eis senão quando, logo na 1ª quinzena deste mês, as obras no jardim pararam, deixando expirar o prazo de execução. Afinal, o que terá acontecido? Consta que terá sido por causa da chuva, de acordo com a razão invocada pela empresa, que explicou (citamos) “que a aplicação do pavimento só poderá ser efectuada sobre superfície seca, pelo que nos dias chuvosos e nos subsequentes, a massa não poderá ser aplicada sob risco de perder propriedades qualitativas. Logo que as condições climatéricas permitam, o trabalho será retomado no Jardim do Príncipe Real".
Parece inacreditável! Será que nem a CML, adjudicante da obra, nem a Arquijardim, adjudicatária, sabiam que é costume no Inverno chover em Lisboa? Gostaríamos de ouvir do sr. vereador dos espaços verdes, mas que se encontra ausente, se confirma conhecer que a chuva constituía um impedimento para colocação do betuminoso impermeável? Se sim, porque agendaram a obra para Janeiro? Quem se responsabiliza por mais esta incompetência? Será quem executa ou quem tutela o jardim?
Se é verdade que a humidade que impregna o substrato em cima do qual se vai colocar o alcatrão é impeditiva da colocação de uma consistente e durável camada do betuminoso, tal constatação parece ser muito preocupante, pois indica que esse substrato poderá não ser, mais uma vez, o melhor adequado para receber o alcatrão. Será expectável, daqui a algum tempo, voltamos a ter novamente o piso do jardim cheio de fissuras, irregularidades e buracos, como acontece com os pisos de algumas pistas cicláveis?
Sr. vereador dos espaços verdes (ainda ausente), porque não reconhece a persistência no erro e aproveita a oportunidade para optar por um piso de terra que não produza poeirada, que os há?

Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes

Sem comentários: