23/02/2016

Intervenção do PEV no PAOD, proferida em 23 de Fevereiro de 2016

 
Os Verdesapresentam hoje uma saudação ao 40º aniversário da Constituição da República Portuguesa, que se comemora este ano, uma vez que foi aprovada a 2 de Abril de 1976, dois anos depois da Revolução de Abril, concretizando o espírito e os ideais deste processo, que nos trouxe liberdade, democracia, justiça e progresso.

O estado de direito democrático e o estado social, o acesso universal à saúde, à educação, ao trabalho com direitos, ao poder local democrático, ao ambiente e a tantos outros direitos, princípios que trouxeram uma considerável melhoria na vida de todas as pessoas, só foram possíveis com a Revolução de Abril e com a Constituição.

Mesmo apesar das revisões que sofreu e que lhe amputaram algumas das suas bases importantes, continua a garantir a consolidação de direitos e liberdades fundamentais e é na Constituição da República Portuguesa que estão materializados os sonhos e aspirações do povo.

Porque a Constituição é de todos os cidadãos e porque continua a ser um importante instrumento de luta pela defesa do regime democrático, deve ser respeitada, honrada e defendida. Cumpre a todos os que estão com os valores de Abril, defendê-la e valorizá-la porque sem o 25 de Abril e sem a Constituição que dele nasceu, não seríamos o país que somos hoje, apesar de todas as vicissitudes que fomos sofrendo ao longo destas quatro décadas.

Apresentamos também uma moção sobre a estação de metro dos Olivais. Esta estação que está construída em zona de elevado nível freático tem tido infiltrações permanentes, o que faz com que as escadas mecânicas e o elevador deixem de funcionar muitas vezes. Além disso, quem utiliza esta estação depara-se, com regularidade, com baldes para apanhar a água que escorre do tecto.

Estas situações causam transtorno para os utentes e colocam-nos em risco, razão pela qual tem havido muitas queixas a este respeito, sendo uma condição insustentável.

O objectivo da moção é claro e pretende que a Câmara Municipal de Lisboa diligencie para que os problemas relatados tenham solução, o mais rapidamente possível.

Uma vez que desde que entregámos a moção até ao dia de hoje houve desenvolvimentos e um compromisso assumido por parte do Metropolitano de Lisboa, informamos que retiramos o ponto três desta nossa moção que dizia o seguinte: “Apelar a uma intervenção urgente com vista à reparação das fendas existentes, de modo a estancar a infiltração e a acumulação das águas residuais ao longo do cais de embarque, nas escadas mecânicas e elevador”.

Outro tema que trazemos hoje para apreciação desta Assembleia é a reabilitação da Escola Secundária de Camões, que desde 2012 está classificada como monumento de interesse público e que está actualmente em estado de degradação, porque o edifício é antigo e porque tem havido falta de manutenção, uma vez que nunca houve uma intervenção de fundo.

Esta situação faz com que esta escola apresente um conjunto de problemas que preocupam toda a comunidade escolar, sendo certo que se vai agravar se nada se fizer, pondo em risco a segurança e a integridade das pessoas que a frequentam diariamente.

Por fim, propomos a instituição do Dia Municipal do Azulejo. O património azulejar português tem uma riqueza e um valor incalculáveis e ocupa um lugar de relevo a nível do património histórico e artístico do nosso país, mas também como património da humanidade. É, por isso, importante preservá-lo para as gerações futuras.

Além da legislação nacional que protege e valoriza este património, no caso concreto de Lisboa, há uma protecção conferida pelo RMUEL - Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa. No entanto, este regulamento apenas proíbe a demolição e remoção de fachadas azulejadas.

Ou seja, mesmo assim, e apesar desta regulamentação, sabemos que o património azulejar em Lisboa está em risco, e podemos dar alguns exemplos, como o caso dos painéis de azulejos dos hospitais da Colina de Santana. Importa ainda referir que além do seu valor e da sua faceta decorativa, os azulejos ajudam a preservar as fachadas da humidade.

Por tudo isto, Os Verdes” consideram importante que a Câmara Municipal de Lisboa possa tomar medidas para ajudar a preservar a arte azulejar e que institua o Dia Municipal do Azulejo.

Cláudia Madeira

Grupo Municipal de “Os Verdes

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