10/05/2016

Intervenção no PAOD da Assembleia Municipal de Lisboa, de 10 de Maio de 2016


 
Os Verdes” apresentam hoje três Recomendações. Uma sobre “Bebedouros públicos em espaços de jogo, recreio e prática desportiva”, propondo que a CML proceda ao levantamento dos espaços de jogo e recreio e de zonas de incidência de prática desportiva informal que não possuam bebedouros públicos, providenciando a sua colocação nos espaços sob a sua responsabilidade.
Uma segunda sobre o “Parque Vale Grande”, propondo que a CML proceda à reparação do sistema informático de gestão dos automatismos de rega, que sejam promovidas melhorias do sistema de iluminação e de segurança, bem como a manutenção e limpeza dos lagos, a construção de um parque infantil e a reabertura dos diversos equipamentos do Parque Vale Grande referenciados pelas associações de moradores locais.
E a terceira referente ao “Hospital pediátrico autónomo em Lisboa”, pois a existência de um serviço de medicina pediátrica, de que fazem parte os hospitais pediátricos e outros serviços e cuidados especializados, tem contribuído para a diminuição da taxa de mortalidade infantil em Portugal, cujo índice atingiu níveis dos mais baixos do mundo. A realidade internacional mostra-nos que a construção de novos hospitais pediátricos tem sido uma opção continuada em diversos países, particularmente nos países mais desenvolvidos, sendo determinante para a melhoria dos indicadores de saúde infantil. Daqui se intui que os critérios que devem nortear as políticas de saúde não podem residir em questões meramente economicistas, sobretudo quando se trata da vida de crianças.
 
Recomenda-se, assim, que a CML pugne pela defesa deste tipo de unidade de saúde em Lisboa, diligenciando junto do Governo no sentido de salvaguardar a existência, com autonomia, de um equipamento com valências clínica e funcional na área da pediatria, dotado dos meios humanos e materiais necessários ao seu bom funcionamento, como vem sendo requerido pelas equipas médicas da especialidade.
 
Por fim, quanto aos documentos de outros grupos municipais, iremos votá-los favoravelmente, fazendo, no entanto, uma chamada de atenção para a Recomendação nº 1, que requer que Lisboa se declare como “Autarquia com espaços públicos livres de glifosato”.
 
Acontece que embora o tema não seja novo, será importante que a capital do País clarifique a sua posição. E não é novo porque já em Novembro de 2014 outro GM aqui fez também aprovar uma recomendação nesse sentido. Mas não só. É que há 5 anos atrás, em 19 de Abril de 2011, esta AML já antes tinha aprovado uma primeira recomendação do GM de “Os Verdes”, para que a CML utilizasse métodos alternativos aos herbicidas na via pública. E no final do mês passado, também numa freguesia de Lisboa, seria aprovada, por unanimidade, outra iniciativa de “Os Verdes” para que essa autarquia se declarasse livre de Glifosato.
 
Em 2015, o uso deste pesticida foi considerado como provável cancerígeno para o ser humano, pela Agência Internacional para a Investigação Contra o Cancro da Organização Mundial de Saúde e, tanto o bastonário da Ordem dos Médicos, como o Ministro da Agricultura do Governo português, também já vieram reconhecer a perigosidade deste produto. Recordemos apenas que à iniciativa de âmbito nacional denominada "Autarquias sem Glifosato" já anuíram diversos municípios como Braga, Castelo de Paiva, Porto e Vila Real, ou, em Lisboa, a própria Freguesia da Estrela. Esperemos que Lisboa encete hoje um caminho semelhante.


Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes

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