17/05/2016

Intervenção sobre as Propostas nº 169 a 174/2016 - Delegações de competências entre o Município e 7 Freguesias de Lisboa, na Assembleia Municipal de Lisboa de 17 de Maio de 2016


 
Do presente leque de propostas de delegação de competências hoje em análise, comecemos por relevar um par de pormenores.
Em primeiro lugar, é de realçar que as recomendações produzidas pelas Comissões desta AML, para anteriores delegações de competências, parecem começar a ser acatadas e a produzirem efeitos, pois as actuais propostas surgem formalmente muito menos desequilibradas, facto que nos permite, pelos casos presentes, congratular o sr. vice-presidente. Ou talvez essa característica positiva só aconteça conjunturalmente por todas as propostas terem tido origem no mesmo pelouro. Esperamos apenas que, no mínimo, os restantes vereadores passem a adoptar este exemplo normalizador, pois facilita a nossa leitura e análise.
Acontece, no entanto, que aqui e além a equipa de assessores da vereação vai originando situações um pouco mais despicientes. A título meramente exemplificativo, detectam-se casos de estranhas cabimentações onde, por exemplo, ou o saldo disponível é negativo ou a despesa que uma Junta vai assumir é superior à verba que a CML lhe vai transferir, inclusive nuns escassos míseros cêntimos, situação que, por ser inusitada, acaba por ser também referenciada no pareceres dos relatores das 1ª e 5ª comissões.
Mas o destaque que pretendemos assinalar vai para a Proposta nº 171/2016, que surge como consequência da incompleta Proposta nº 713/2015, apresentada nesta AML em 26 de Janeiro do corrente ano. Para “Os Verdes”, trata-se agora da constatação, pelo executivo, de uma omissão para a qual também alertámos há 4 meses e que hoje surge como sua parcial reparação.
Com efeito, em Janeiro deste ano, na Proposta nº 713/2016 a CML submetera à AML a celebração de um contrato de delegação de competências para se proceder a trabalhos de requalificação do Campo Polidesportivo das Galinheiras.
Na altura, dizia-se na proposta ser necessário (cito) “proceder à requalificação do Polidesportivo das Galinheiras, na medida em que as instalações de apoio foram demolidas dado o seu elevado estado de degradação e o pequeno campo de jogos carecer de algumas intervenções”.
“Os Verdes” lembraram que no “Estudo relativo ao protocolo”, anexo a essa Proposta nº 713/2015, parte das instalações se encontravam totalmente danificadas e desmanteladas, questionando o facto de, “face a este cenário”, ter sido “realizada a demolição de todos os edifícios de apoio e do muro exterior a poente, confinante com a Estrada Militar”. Estranhávamos como seria “possível proceder-se à reconstrução do campo de jogos das Galinheiras omitindo-se a reconstrução de uma barreira ou muro de segurança e isolamento exterior a poente do campo, confinante com a Estrada Militar, bem como as instalações de apoio”, bancadas e outro mobiliário urbano para uso dos praticantes.
Aquando da votação, “Os Verdes” ainda procuraram interpolar e obter esclarecimentos do proponente sr. vereador do desporto, mas este havia-se já ausentado da AML. Na altura, “Os Verdes” acabariam por se abster, considerando a ausência de condições mínimas, essenciais e de segurança à prática desportiva, tendo mesmo chegado a sugerir a sua devolução à CML “para correcção formal e técnica”. Consideramos mesmo que não faz qualquer sentido esta AML estar a analisar propostas sem a presença do vereador proponente.
Finalmente, a CML vai permitir, com a nova Proposta nº 171/2016, a regularização do terreno, plantações ao nível dos estratos arbóreos, arbustivo e herbáceo, execução de pavimentos pedonais e degraus/bancadas, estabilização e suporte de taludes, através de modelação adequada, revestimento vegetal, estrutura de gabiões e muros de betão, instalação de mobiliário urbano, bancos, papeleiras, pilaretes, drenagem das águas pluviais e sistema de rega. No mínimo, faltava tudo isto para complementar a proposta inicial.
Há 4 meses, a delegação de competências ascendia a 100 mil €. Agora, a CML parece ter finalmente reconhecido a imprecisão inicial, reformulado o projecto, afectando hoje mais 99.611,62 € - e já vamos em cerca de 200 mil € -, acabando, afinal, por dar razão aos alertas proferidos pelo GM de “Os Verdes”. Mais vale reconhecer tarde do que nunca.

J. L. Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes

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