Caros companheiros, amigos da coligação, amigos em geral, ilustres convidados.
Como dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” quero começar por deixar uma saudação e um cumprimento muito especial aos meus amigos Pedro Ventura e António Filipe.
É naturalmente porque todos lhes reconhecemos a inquestionável competência, a idoneidade, a capacidade de trabalho e a incondicional dedicação à causa pública, que eles são hoje os próximos candidatos da CDU a dirigir os destinos do Concelho de Sintra.
E os currículos de ambos são tão vastos, tão ricos e enriquecedores do nosso património, que não posso sequer ter a veleidade de os tentar enunciar.
Não é efectivamente uma tarefa fácil aquela que eles assumem, mas a verdade é que à CDU nunca se deparam tarefas fáceis.
Tal como não se deparam hoje nem tarefas nem momentos fáceis a todos os portugueses que ainda trabalham de forma honesta para tentar garantir o seu simples sustento.
Isto sem esquecer naturalmente todos aqueles, que são muitos e cada vez mais que nem trabalho têm, esse que é um direito fundamental.
Quero saudar o Partido Comunista Português, saudar a Intervenção Democrática e saudar também todos os independentes que estão connosco, que são muitos, e que comungam do ideal e da vontade de trabalhar em prol do nosso Concelho e das nossas freguesias.
Neste momento crítico que atravessa toda a nossa sociedade, em particular o nosso país, refém de um poder apostado em levar à prática políticas que têm como objectivo bem claro o de levar o povo à miséria e não nos iludamos de que o objectivo é de facto o empobrecimento generalizado do povo, pensando eles que assim melhor se o vergará e se poderá continuar a enganá-lo, dizia eu que, neste momento, a CDU tem, mais do que nunca, uma enorme responsabilidade.
Tem a responsabilidade de fazer passar a mensagem e de demonstrar que há alternativa a estas políticas e que é possível assumirmos as rédeas do poder, exercendo-o de acordo com aqueles que são os legítimos interesses e as expectativas das pessoas, cujos direitos mais elementares estão hoje efectivamente e reconhecidamente postos em causa.
Como todos bem sabemos, o direito à saúde, o direito à educação, o direito à mobilidade, o direito à água, imagine-se, e muitos outros, mas sobretudo o direito ao trabalho está hoje, como nunca esteve, em causa.
As privatizações desenfreadas e criminosas, dos transportes, da energia, da gestão dos Centros de Saúde, da Gestão da Água e da Recolha de Resíduos Sólidos, constituem um ignóbil assalto do Estado ao seu povo.
Um Estado que devia, isso sim, e pelo contrário, zelar pelos direitos do seu povo e de governar de acordo com os seus interesses e as suas urgentes necessidades.
A verdade é que temos um Governo que não governa para os portugueses, mas que também não governa para as estatísticas, a não ser que seja para o Guiness, tal o número de recordes negativos que consegue estabelecer todos os dias seja em números relativos à economia, seja em números relativos ao emprego.
É também por isto que hoje se exige às autarquias uma outra capacidade de resposta a muito daquilo que ao Governo compete, como seja, por exemplo, o apoio às actividades económicas no sentido de se conseguir promover o desenvolvimento e o crescimento de que os Concelhos e o País precisam.
No sentido de redinamizar a nossa indústria, o nosso comércio tradicional, a restauração, o turismo, o sector primário, enfim, todas as actividades são hoje merecedoras da nossa atenção e do nosso empenho.
O desenvolvimento actual das sociedades e dos territórios requer organizações autárquicas mais eficientes, mais eficazes e que prestem serviços de qualidade às populações.
Mas, o ataque, ou melhor os diversos ataques ao Poder Local Democrático põem também em causa a democracia participativa, põem em causa a relação de proximidade entre o cidadão eleitor e o cidadão eleito e põem também em causa os meios ao dispor das autarquias, sejam elas as juntas de freguesia ou os municípios.
E isto é tão grave quanto é verdade de que o Poder Local é tanto mais democrático quanto mais local for.
É claro que falo da lei de extinção de freguesias e falo também da Lei dos Compromissos, da Lei das Finanças Locais e da Lei das Competências, merecendo todas elas o nosso mais veemente repúdio e condenação.
Só às freguesias são retirados mais de 20% dos seus actuais recursos financeiros e a enorme asfixia financeira a que são sujeitas as Juntas de Freguesias e também as Camaras Municipais põe inquestionavelmente em causa a capacidade destes Orgãos de Poder exercerem o seu simples e normal funcionamento.
Acontece que nós não aceitamos que o Poder Local Democrático seja uma extensão do Poder Central, das suas políticas, e por ele manietado e controlado.
É por tudo isto que vivemos hoje num país cujas comparações possíveis que queiramos fazer remontam, inevitavelmente, ao antes do 25 de Abril de 1974.
E em Sintra ?
Bom, em Sintra temos muitos problemas por resolver. Basta vermos as promessas eleitorais daqueles que nos têm governado e eis apenas uma pequena parte de tudo quanto está por fazer.
Mas, ouçamos, e vamos ouvir, as populações, as instituições, as colectividades, os clubes, as associações de bombeiros, ouçamos todas as forças vivas do nosso Concelho, e veremos e saberemos então tudo o quanto está ainda por fazer.
No entanto, uma coisa é certa e garantida: o nosso trabalho, o trabalho da CDU, não só em Sintra mas em todos os outros municípios, contribuirá, com toda a certeza, para que se construa uma sociedade melhor: mais justa, mais fraterna, mais solidária, isto é, uma sociedade verdadeiramente democrática.
E para isso é absolutamente necessário que as pessoas continuem a acreditar. A acreditar em si próprias, nas suas capacidades, a acreditar que se pode, e a exigir que se governe de acordo com os seus direitos e de acordo com as suas necessidades e as suas expectativas.
E nós ? Bom, nós também temos sempre que acreditar, acreditar ainda mais! Sempre, claro ! Porque Sintra e os sintrenses precisam de uma CDU forte. Somos, mas teremos que ser cada vez mais fortes !
Mas, para se acreditar, é preciso agir, e é também absolutamente necessário que tenhamos a dita capacidade de envolver o máximo de cidadãos, todos, de preferência, no debate, na troca de ideias, na apresentação de sugestões, na denúncia de injustiças e de más práticas.
Desta nossa atitude de envolvimento de todos, sem excepção, dependerá, sem dúvida alguma, o sucesso do nosso trabalho.
E agora, bom, agora como sempre, vamos ao trabalho, porque como bem sabemos, nada se faz sem trabalho, e porque nós CDU nunca estivemos,nem estamos, numa sala de espera e muito menos numa cadeira !
E quem não tem cadeira não tem sítio para descansar !
Viva o Poder Local Democrático !
Viva a CDU !
Vivam todas as freguesias de Sintra !