25/02/2013

Intervenção de Rogério Cassona de «Os Verdes» na apresentação dos candidatos CDU em Sintra



Caros companheiros, amigos da coligação, amigos em geral, ilustres convidados.

Como dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” quero começar por deixar uma saudação e um cumprimento muito especial aos meus amigos Pedro Ventura e António Filipe.
É naturalmente porque todos lhes reconhecemos a inquestionável competência, a idoneidade, a capacidade de trabalho e a incondicional dedicação à causa pública, que eles são hoje os próximos candidatos da CDU a dirigir os destinos do Concelho de Sintra. 
E os currículos de ambos são tão vastos, tão ricos e enriquecedores do nosso património, que não posso sequer ter a veleidade de os tentar enunciar.    

Não é efectivamente uma tarefa fácil aquela que eles assumem, mas a verdade é que à CDU nunca se deparam tarefas fáceis. 
Tal como não se deparam hoje nem tarefas nem momentos fáceis a todos os portugueses que ainda trabalham de forma honesta para tentar garantir o seu simples sustento. 
Isto sem esquecer naturalmente todos aqueles, que são muitos e cada vez mais que nem trabalho têm, esse que é um direito fundamental.  

Quero saudar o Partido Comunista Português, saudar a Intervenção Democrática e saudar também todos os independentes que estão connosco, que são muitos, e que comungam do ideal e da vontade de trabalhar em prol do nosso Concelho e das nossas freguesias. 

Neste momento crítico que atravessa toda a nossa sociedade, em particular o nosso país, refém de um poder apostado em levar à prática políticas que têm como objectivo bem claro o de levar o povo à miséria e não nos iludamos de que o objectivo é de facto o empobrecimento generalizado do povo, pensando eles que assim melhor se o vergará e se poderá continuar a enganá-lo, dizia eu que, neste momento, a CDU tem, mais do que nunca, uma enorme responsabilidade. 
Tem a responsabilidade de fazer passar a mensagem e de demonstrar que há alternativa a estas políticas e que é possível assumirmos as rédeas do poder, exercendo-o de acordo com aqueles que são os legítimos interesses e as expectativas das pessoas, cujos direitos mais elementares estão hoje efectivamente e reconhecidamente postos em causa.  

Como todos bem sabemos, o direito à saúde, o direito à educação, o direito à mobilidade, o direito à água, imagine-se, e muitos outros, mas sobretudo o direito ao trabalho está hoje, como nunca esteve, em causa.
As privatizações desenfreadas e criminosas, dos transportes, da energia, da gestão dos Centros de Saúde, da Gestão da Água e da Recolha de Resíduos Sólidos, constituem um ignóbil assalto do Estado ao seu povo.  
Um Estado que devia, isso sim, e pelo contrário, zelar pelos direitos do seu povo e de governar de acordo com os seus interesses e as suas urgentes necessidades.

A verdade é que temos um Governo que não governa para os portugueses, mas que também não governa para as estatísticas, a não ser que seja para o Guiness, tal o número de recordes negativos que consegue estabelecer todos os dias seja em números relativos à economia, seja em números relativos ao emprego. 

É também por isto que hoje se exige às autarquias uma outra capacidade de resposta a muito daquilo que ao Governo compete, como seja, por exemplo, o apoio às actividades económicas no sentido de se conseguir promover o desenvolvimento e o crescimento de que os Concelhos e o País precisam. 
No sentido de redinamizar a nossa indústria, o nosso comércio tradicional, a restauração, o turismo, o sector primário, enfim, todas as actividades são hoje merecedoras da nossa atenção e do nosso empenho.
O desenvolvimento actual das sociedades e dos territórios requer organizações autárquicas mais eficientes, mais eficazes e que prestem serviços de qualidade às populações.

Mas, o ataque, ou melhor os diversos ataques ao Poder Local Democrático põem também em causa a democracia participativa, põem em causa a relação de proximidade entre o cidadão eleitor e o cidadão eleito e põem também em causa os meios ao dispor das autarquias, sejam elas as juntas de freguesia ou os municípios.
E isto é tão grave quanto é verdade de que o Poder Local é tanto mais democrático quanto mais local for.

É claro que falo da lei de extinção de freguesias e falo também da Lei dos Compromissos, da Lei das Finanças Locais e da Lei das Competências, merecendo todas elas o nosso mais veemente repúdio e condenação. 
Só às freguesias são retirados mais de 20% dos seus actuais recursos financeiros e a enorme asfixia financeira a que são sujeitas as Juntas de Freguesias e também as Camaras Municipais põe inquestionavelmente em causa a capacidade destes Orgãos de Poder exercerem o seu simples e normal funcionamento.
Acontece que nós não aceitamos que o Poder Local Democrático seja uma extensão do Poder Central, das suas políticas, e por ele manietado e controlado.

É por tudo isto que vivemos hoje num país cujas comparações possíveis que queiramos fazer remontam, inevitavelmente, ao antes do 25 de Abril de 1974.

E em Sintra ?
Bom, em Sintra temos muitos problemas por resolver. Basta vermos as promessas eleitorais daqueles que nos têm governado e eis apenas uma pequena parte de tudo quanto está por fazer. 
Mas, ouçamos, e vamos ouvir, as populações, as instituições, as colectividades, os clubes, as associações de bombeiros, ouçamos todas as forças vivas do nosso Concelho, e veremos e saberemos então tudo o quanto está ainda por fazer.

No entanto, uma coisa é certa e garantida: o nosso trabalho, o trabalho da CDU, não só em Sintra mas em todos os outros municípios, contribuirá, com toda a certeza, para que se construa uma sociedade melhor: mais justa, mais fraterna, mais solidária, isto é, uma sociedade verdadeiramente democrática.

E para isso é absolutamente necessário que as pessoas continuem a acreditar. A acreditar em si próprias, nas suas capacidades, a acreditar que se pode, e a exigir que se governe de acordo com os seus direitos e de acordo com as suas necessidades e as suas expectativas.

E nós ? Bom, nós também temos sempre que acreditar, acreditar ainda mais! Sempre, claro ! Porque Sintra e os sintrenses precisam de uma CDU forte. Somos, mas teremos que ser cada vez mais fortes !
Mas, para se acreditar, é preciso agir, e é também absolutamente necessário que tenhamos a dita capacidade de envolver o máximo de cidadãos, todos, de preferência, no debate, na troca de ideias, na apresentação de sugestões, na denúncia de injustiças e de más práticas.

Desta nossa atitude de envolvimento de todos, sem excepção, dependerá, sem dúvida alguma, o sucesso do nosso trabalho. 
E agora, bom, agora como sempre, vamos ao trabalho, porque como bem sabemos, nada se faz sem trabalho, e porque nós CDU nunca estivemos,nem estamos, numa sala de espera e muito menos numa cadeira !
 
E quem não tem cadeira não tem sítio para descansar !

Viva o Poder Local Democrático !

Viva a CDU !

Vivam todas as freguesias de Sintra !

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