22/06/2011

O GM do Partido Ecologista “Os Verdes” exige esclarecimentos à Câmara Municipal de Lisboa sobre Mega Piquenique do Continente na Avenida da Liberdade

O Grupo Municipal do Partido Ecologista “Os Verdes”, através da deputada municipal Cláudia Madeira, colocou diversas questões relacionadas com o evento que decorreu em Lisboa no passado Sábado, na Avenida da Liberdade, o Mega Piquenique do Continente.

Para “Os Verdes”, esta iniciativa mais não foi do que uma operação de marketing, pautada por uma grande hipocrisia, sendo lamentável que a CML se tenha associado e, além disso, tenha patrocinado esta campanha de uma empresa que é das maiores responsáveis pelo estrangulamento dos produtores nacionais.

Vem agora este grupo económico, num acto de pura demagogia, durante um dia, fingir que promove os produtos portugueses, quando durante todo o ano, sufoca os produtores nacionais através da criação de dificuldades e impondo condições inaceitáveis que impossibilitam os produtores de comercializem nessas superfícies os seus produtos face ao monopólio e às exigências da grande distribuição.

O Partido Ecologista “Os Verdes” sempre alertou e sensibilizou para a necessidade de se consumir produtos nacionais, garantindo auto-suficiência alimentar, procurando contrariar a tendência que está instituída.

Importa frisar que o PEV apresentou na Assembleia da República Projectos-Lei pelo direito ao consumir local, obrigando as grandes superfícies a disponibilizarem produtos alimentares nacionais reduzindo o recurso à importação, os quais acabaram por ser rejeitados pois os interesses do mercado falaram mais alto.

O resultado está à vista: não há à venda produtos nacionais, logo, o consumidor não pode optar por eles, obrigando-o a adquirir produtos que andaram quilómetros e quilómetros para chegar até si, com tudo o que isso representa, ao nível da qualidade dos produtos, mas também ao nível ambiental.

O PEV já apresentou na Assembleia Municipal de Lisboa várias recomendações no sentido de apoiar os agricultores urbanos e de promover produtos nacionais nas cantinas municipais. Se a Câmara Municipal quer realmente apoiar a produção nacional, está na hora de implementar as medidas dessas recomendações aprovadas por unanimidade.

“Os Verdes” discordam a razão de haver uma “contrapartida” relacionada com o arranjo dos espaços verdes nesta artéria e a recuperação de uma horta em Campolide, estimado num valor de 100 mil euros, pois a Câmara tem jardineiros, e se são necessários mais, é essencial que abram o concurso público, que é o que temos vindo a propor ao longo do tempo. Porém a Câmara preferiu contratar empresas privadas para tratar dos jardins e espaços verdes da cidade, com as quais têm contratos a cumprir, e agora vem o Continente continuar a tratar desses mesmos jardins.

Para além de tudo isto, “Os Verdes” consideram gravosa a forma como na cidade o espaço público, em particular uma das artérias mais importantes de Lisboa, é facultado para toda e qualquer iniciativa de carácter privado, com a conivência e patrocínio da Câmara Municipal, através da isenção de taxas e da disponibilização de trabalhadores municipais.

Como o executivo camarário não prestou os devidos esclarecimentos face às questões expostas hoje na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, o Grupo Municipal do Partido Ecologista "Os Verdes” irá apresentar um requerimento.

O Gabinete de Imprensa do Grupo Municipal de “Os Verdes” em Lisboa.

Lisboa, 21 de Junho de 2011

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