Assembleia
Municipal de Lisboa de 10 de Fevereiro de 2015
1º tema: Departamento de Reparação e
Manutenção Mecânica
“Os Verdes” começam esta sessão de
perguntas à CML com uma questão à qual o executivo se recusou a responder no
último debate de declarações políticas, apesar de estar regimentalmente
previsto que, nesse debate, os grupos municipais podiam dirigir perguntas à
CML.
O
tema é, portanto, o Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica, que é um
departamento estratégico para a autarquia, mas que apresenta um conjunto de
problemas como a escassez de recursos humanos, a falta de formação
profissional, a ausência de investimento nas instalações e equipamentos
essenciais que estão degradados, a necessidade de haver uma melhor organização
e de se ter uma visão estratégica que permita optimizar o serviço e a falta de
materiais básicos necessários ao normal funcionamento das oficinas, que provoca
muitas vezes a paralisação dos sectores.
“Os Verdes” puderam constatar estes e
outros problemas, durante uma visita que efectuaram às oficinas dos Olivais e é
precisamente sobre estes problemas que hoje esperamos obter resposta por parte
do executivo.
Assim,
as nossas perguntas são as seguintes:
-
A CML considera ou não o DRMM um departamento fundamental e estratégico para o
município?
-
Em concreto, o que pensa o executivo fazer com este departamento, quando o Sr.
Presidente da CML já veio falar na possibilidade de criação de Serviços
Municipalizados?
-
Para quando estão previstas as obras necessárias nas instalações do DRMM?
-
Que medidas pretende tomar a autarquia para o bom funcionamento do DRMM? E para
quando?
2º tema: Terreno anexo ao Lar Maria
Droste
A
Estamo apresentou à CML um projecto de loteamento para um terreno com cerca de 6 hectares situado a
nascente do Lar Maria Droste, em Carnide, entre a 2ª circular e a rua prof.
Fernando Namora. O projecto prevê, no mínimo, a edificação de um conjunto de 12
lotes com 7 pisos acima do solo. Mas a proposta apresentada pela Estamo
contempla a cedência ao município de uma parcela de terreno com mais de 30 mil
m2 destinada à criação do denominado Parque Urbano Maria Droste.
Em
1º lugar, o pedido de licenciamento para a realização dessa operação esteve em
discussão pública na 2ª quinzena do passado mês de Janeiro. Em 2º lugar, o
projecto poderá ainda vir a beneficiar de créditos de construção com uma
possível majoração futura, ao abrigo do Regulamento de Incentivos a Operações
Urbanísticas. Em 3º lugar, o empreendimento insere-se numa zona a poente de
Telheiras já densamente habitada. E, em 4º lugar, desconhece-se qualquer
projecto para a edificação do referido Parque Urbano.
Neste
contexto, “Os
Verdes”
questionam o seguinte:
-
reconhece ou não o executivo que a densidade calculada para este empreendimento
virá lesar a qualidade de vida dos actuais residentes? Se sim, como pensa
minimizá-la?
-
perante o previsível grande acréscimo de tráfego numa área residencial ladeada
por uma via com uma única faixa de circulação em cada sentido, sem
Metropolitano e servida por uma única carreira da Carris na rua prof. Fernando
Namora, como planeia a CML descongestionar os fluxos de trânsito envolventes ao
interior do bairro e à 2ª circular?
-
para quando prevê o executivo apresentar para debate público o projecto sobre o
Parque Urbano Maria Droste?
3º tema: Núcleo Desportivo da Quinta da
Torre do Fato
A
CML emitiu em 29/12/2014 Alvará de Licença de Construção em nome da empresa
Racket4you, Ldª, para um quarteirão delimitado pelas ruas Augusto Macedo,
Manuel Rodrigues da Silva e Pires Jorge, em Carnide. O terreno
destina-se à construção de um Núcleo Desportivo composto por 2 campos de ténis,
3 de padel, bar e restaurante, balneários, bem como sala de reuniões e outras estruturas
de apoio. Ora, o promotor do empreendimento não previu espaços de parqueamento
no interior do lote para as viaturas de clientes, funcionários e fornecedores.
Os
residentes, os condomínios e o comércio da zona envolvente, consideraram como
muito positiva a construção desse equipamento. Porém, não deixam de alertar
para os impactos no tráfego e nas acessibilidades em geral que esse Núcleo virá
acrescentar a uma zona residencial que já por si se encontra deficitária em
estacionamento, bem como, inclusive, para acesso a carros de bombeiros em
algumas das ruas estruturadas como becos sem saída, onde hoje em dia o
estacionamento já é feito no centro da faixa de rodagem e em cima de passeios.
Perante
este enquadramento, o Grupo Municipal de “Os Verdes” questiona o seguinte:
-
tem a CML conhecimento que a zona já é deficitária em estacionamento, pelo que
a criação de mais tráfego, sem o correspondente espaço de parqueamento interno
ao lote só poderá traduzir-se no agravamento da actual caótica circulação de
trânsito?
-
reconhece ou não a CML que uma diminuta oferta de lugares condiciona a
frequência de utilização de equipamentos de uso colectivo?
-
vai a CML viabilizar a construção de um Parque de Estacionamento Subterrâneo
como sugerido pelos comerciantes e residentes da zona?
4º tema: Pavilhão Carlos Lopes
O
Pavilhão Carlos Lopes, que se encontra encerrado desde 2003, tem vindo a
degradar-se com a perda significativa de parte do seu espólio. Em 2008 foi
decidido transformá-lo em
Museu Nacional do Desporto. Para esse fim, o Município chegou
a receber três milhões de euros do Casino de Lisboa para aplicar na sua
recuperação. Mas o Museu acabaria por ser instalado no Palácio Foz.
A
CML ainda chegou a considerar a sua concessão a uma Fundação, acabando em 2013 por
cancelar o seu licenciamento para discoteca, salão de festas e exploração por
terceiros de bares e parque de estacionamento, por a entidade ter violado as
regras do concurso. Logo depois, o Pavilhão foi incluído no Plano Estratégico
para o desenvolvimento turístico de Lisboa, para 2015-2019, que nele previa a
construção de um novo centro de congressos. Mas perante as diversas reacções
contrárias, um pouco por todos os sectores transversais ao turismo, a própria
Associação de Hotelaria de Portugal considerou esse projecto como “inoportuno”,
tendo em conta o financiamento previsto de 57 milhões de euros. Felizmente, o
sr. vice-presidente da CML também já veio descartar a iniciativa.
Perante
esta nova realidade, “Os Verdes” interrogam o seguinte:
-
como pondera o executivo salvaguardar, no curto prazo, a segurança do
importante património, inclusive de riquíssimos azulejos, do Pavilhão Carlos
Lopes?
-
está o executivo disponível para voltar a reequacionar o seu uso na área do
desporto, utilizando os milhões de euros recebidos do Casino de Lisboa na sua
recuperação?
-
pondera, inclusive, devolver a sua importante valência desportiva,
utilizando-o, mesmo que parcialmente, para as novas Olisipíadas de Lisboa?
Cláudia Madeira
Grupo
Municipal de “Os
Verdes”