REQUERIMENTO:
Foi anunciada publicamente, pelo Município de Lisboa, a decisão de proceder à requalificação do Jardim da Praça do Império, na freguesia de Belém, com o propósito de retomar o espírito do projecto original de Cottinelli Telmo e Vasco Lacerda Marques, o que implicará a remoção dos históricos brasões florais e o abate de árvores adultas de várias espécies, nomeadamente de Tuías e Cycas Revolutas.
O Relatório de Avaliação do Arvoredo, executado por técnicos camarários da Divisão de Planeamento, Gestão e Manutenção de Espaços Verdes, atesta a existência de 16 árvores "saudáveis", "equilibradas", "bem desenvolvidas" e em "bom estado fitossanitário" que irão ser abatidas, tendo aconselhado e recomendado que se procedesse antes à sua transplantação.
Em 20 de Março de 2018, o Partido Ecologista Os Verdes apresentou a Recomendação nº 15/07 – “Pela valorização e preservação das árvores da cidade” que contemplava, no ponto 2 da parte deliberativa, que a CML devia pugnar “para que os novos projectos urbanísticos integrem e respeitem o património arbóreo existente, não permitindo qualquer abate indiscriminado”, tendo sido aprovada por unanimidade pela Assembleia Municipal.
Contudo, periodicamente, a cidade é confrontada com abates de árvores, sendo que esse procedimento deve ser o último recurso na gestão do património arbóreo, devendo sempre que possível procurar-se outras formas para salvar e recuperar os espécimes e integrá-los nos novos projectos de requalificação paisagística.
Assim, ao abrigo da alínea g) do artº. 15º, conjugada com o nº 2 do artº. 73º do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa, vimos por este meio requerer a V. Exª se digne diligenciar no sentido de nos ser facultada a seguinte informação:
1. Confirma a CML que a eliminação dos 30 brasões florais se prende com a falta de manutenção adequada durante vários anos e os custos financeiros associados à sua manutenção?
2. O Projecto de Requalificação do Jardim da Praça do Império teve em consideração o património arbóreo existente, por forma a integrá-lo no projecto final, não permitindo abates indiscriminado de árvores saudáveis?
3. Quais as razões para a falta de condições para não se proceder ao transplante destas 16 árvores, conforme recomendado pela Divisão de Planeamento, Gestão e Manutenção de Espaços Verdes?
4. Quanto custaria a totalidade das operações de transplante destas 16 árvores que irão ser afectadas pelas obras de requalificação do Jardim da Praça do Império?
Gabinete de Imprensa do Grupo Municipal do Partido Ecologista Os Verdes
Lisboa, 7 de Janeiro de 2021
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