24/04/2008

Ecolojovem-«Os Verdes» pela Liberdade

25 de Abril


O 25 de Abril de 1974 foi o renascer de um país estrangulado por um regime opressor que proibiu a liberdade de pensamento, que censurou, que espalhou a miséria, a ignorância e o medo; que perseguiu, torturou, prendeu e assassinou quem tinha um pensamento livre e crítico.A Revolução dos Cravos pôs fim a 48 anos de fascismo. Trouxe a liberdade, a democracia. Abriu um caminho novo que agora tem de ser percorrido por nós, com novas lutas, novas conquistas, mas com os valores de sempre, com os valores de Abril.Hoje comemoramos o 25 de Abril porque acreditamos que é possível fazer mais pela democracia e pelos nossos direitos. Porque é necessário reafirmar os valores, os princípios, os ideais e as conquistas.O 25 de Abril não é apenas lembrança e memória. É um legado, uma herança que temos de respeitar, de valorizar e de fazer cumprir. É importante conhecer a história do 25 de Abril, passar a mensagem, contá-la a quem não a viveu. Nunca é demais relembrar o que se tinha e o que se passou a ter. Temos hoje direitos consagrados – o salário mínimo, a segurança social, o direito a férias, o SNS, a democratização no ensino, a liberdade de imprensa…E volvidos 34 anos sobre esta revolução é imperativo fazer o que ainda se encontra por fazer. Porque ainda há muito por fazer, há tanto de Abril por cumprir. E por isso, não podemos perder o que já foi conquistado. E não podemos permitir que destruam os Direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, Direitos que foram conquistados e que têm de ser respeitados.A Ecolojovem – “Os Verdes” não encara de forma derrotista o que ainda falta cumprir, mas com estímulo para agir e intervir de forma cada vez mais plural, participada e partilhada!Nós, jovens, que prezamos a democracia plena e a revolução declarada por Abril não podemos assistir passivamente ao que ainda não se cumpre e ao que se está a perder.Estamos atentos e dispostos a reivindicar, a lutar por aquilo a que temos direito. E quando há uma tendência para nos afastarmos da democracia, da garantia de termos assegurados os nossos direitos, estamos cá para dizer não e para se retomar o rumo certo. E hoje, quando nos afastamos dos princípios de Abril, temos de pensar que é nossa obrigação continuar a lutar, a acreditar, a espalhar o sentimento de Abril. A democracia deve ser construída, fortalecida. Temos de estar atentos e responsáveis para a não perder.E é por isso que comemoramos o 25 de Abril: porque acreditamos, porque não desistimos. Porque queremos o 25 de Abril sempre, em todos os dias das nossas vidas.Ainda há tanto por fazer no emprego: nos salários, nas condições de emprego, no combate ao desemprego, no combate à precariedade e instabilidade.Ainda há tanto por fazer no ensino e na educação: o cumprimento do princípio democrático do ensino público, gratuito e de qualidade e na implementação da educação sexual.Há ainda tanto por fazer na defesa do Serviço Nacional de Saúde e na melhoria de serviços locais.Há ainda tanto por fazer na garantia do direito à qualidade de vida e a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, no combate ao despovoamento do interior do país, no combate ao aumento da pressão da costa e litoral, garantia do direito à mobilidade das populações, combate ao desperdício e dependência energéticas.Há tanto por fazer na igualdade: de género, de raça, de orientação sexual, de pessoas portadoras de deficiência.Há ainda tanto por fazer nos apoios à habitação.Ainda há tanto a percorrer nos direitos sociais e políticos.É preciso continuar a plantar e a colher os cravos desta revolução. É preciso alargar Abril, é preciso não fechar “as portas que Abril abriu”, para que se cumpra o que disse o poeta «As portas que Abril abriununca mais ninguém as cerra».Os jovens exigem os seus direitos assegurados, querem um papel activo na sociedade em que vivem. Exigem viver com dignidade, com a qualidade de vida a que têm direito.O desemprego alastra, as ameaças aos direitos, a insegurança no emprego, o poder de compra diminui, a saúde não é para todos, bem como o ensino.Isto não é cumprir Abril! Não é o respeito pela herança inscrita na Constituição da República Portuguesa!Não é verdade que tenha de ser assim, quem não acredita que é possível fazer mais está a desistir de ser livre, está a desistir de acreditar em Abril e de exigir a democracia.Houve quem acreditasse que a situação não era inevitável, houve quem lutasse, tornando um sonho em realidade e essa realidade é um Portugal livre e democrático.E também hoje há quem acredite que é preciso continuar a lutar: quem preza a democracia plena e a revolução anunciada por Abril.A Constituição da República garante os nossos direitos é, por isso, urgente fazer cumpri-la. Fazer cumpri-la no direito ao ensino, ao emprego, à habitação e à saúde. É preciso cumpri-la a nível de direitos sociais, económicos e políticos. Só assim temos uma Democracia plena.A sociedade dá sinais claros de estar disposta a lutar pelos seus direitos, dá sinais claros de estar disposta a percorrer o caminho certo, o caminho justo, livre e democrático. Os jovens apostam no progresso e o progresso será ver reforçados os direitos dos cidadãos: mais segurança, mais bem-estar, mais qualidade de vida, mais igualdade, mais justiça, mais emprego, mais ensino, mais saúde. Será ver em plenitude a Democracia, princípios de igualdade, liberdade e justiça que recebemos e que queremos deixar às gerações futuras.Estas questões que nos atingem estão na linha da frente das nossas preocupações e é por isso que o 25 de Abril começou em 74 mas continua hoje, todos os dias. Vamos manter a força de Abril!Viva o 25 de Abril!
A Ecolojovem – “Os Verdes”
25 de Abril de 2008

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