Intervenção
da Deputada Municipal do PEV, Cláudia Madeira, sobre as saudações e as moções apresentadas
na reunião da AML de 24 de Abril de 2012.
Sr.ª Presidente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs.
Deputados e Estimado Público
O Grupo Municipal de “Os Verdes”
apresenta hoje uma saudação ao 38º Aniversário do 25 de Abril, que se comemora
amanhã. Além de recordar e comemorar esta data, devemos garantir e reforçar o
que foi alcançado. O 25 de Abril trouxe direitos fundamentais para uma vida
livre e digna, mas esses mesmos direitos são hoje atacados e postos em causa.
Apresentamos também uma saudação ao 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Dia
que celebra a luta dos trabalhadores por condições de trabalho mais justas,
dignas e democráticas. Numa altura em que as dificuldades e problemas dos
portugueses não param de crescer, com o desemprego, a precariedade, a pobreza e
a exclusão social aumentarem de forma galopante, é necessário reafirmar a luta
pelo direito ao trabalho digno. As medidas que têm sido implementadas e as
alterações à legislação laboral têm posto em causa direitos fundamentais.
O 25 de Abril e o 1º de Maio deste ano ocorrem num quadro de grandes
dificuldades impostas às pessoas, marcado por graves ataques e ofensivas a
direitos fundamentais. Por isso, “Os Verdes”
apresentam estas saudações a estas duas importantes datas, considerando que
mais do que assinalar, devemos garantir e reforçar os direitos que foram
conquistados por muitos homens e mulheres que, com a sua vida, coragem e
determinação, lutaram pela democracia e por melhores condições de vida.
Votaremos naturalmente a favor dos restantes documentos sobre o 25 de
Abril e o 1º de Maio que defendem estes princípios, valores e garantias.
Relativamente às moções, apresentamos uma moção contra o encerramento da
Maternidade Dr. Alfredo da Costa. A Maternidade Dr. Alfredo da Costa, é uma
instituição com 80 anos de funcionamento, e onde já nasceram cerca de 800.000
bebés.
É, sem sombra de dúvida, uma instituição pública distinguida pelo seu
nível de diferenciação e excelência, resultado de uma equipa multidisciplinar
altamente especializada, sendo uma referência no plano nacional e
internacional. É aqui que se realiza o maior número de partos do país, onde é
assistido o maior número de bebés prematuros e de grávidas de risco, onde
existe o maior centro público de Medicina Reprodutiva de Lisboa. Além disso, é
também um local de aprendizagem e de formação de profissionais nesta área da
saúde.
No entanto, e passando por cima de todas estas referências, o Governo
anunciou o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa. Esta decisão revela um
total desprezo por todo o extenso serviço de excelência prestado. Esta decisão
é mais um ataque ao acesso a cuidados de saúde e a centenas de postos de
trabalho.
Não é fundamentada do ponto de vista técnico, e o Governo não foi ainda
capaz de apresentar um argumento válido, apenas serve os interesses de grupos
privados, é um grande golpe imobiliário, enquadra-se claramente na linha de
destruição do Serviço Nacional de Saúde – SNS –, coloca em causa o acesso a
cuidados de saúde e mostra total desprezo e desrespeito pelos trabalhadores e
pela população.
Segundo dados do Serviço de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, a
MAC realizou, em 2011, 5.583 partos, tendo havido um aumento do número
nascimentos ocorridos nesta unidade nos últimos anos, e realizou ainda mais de
73 mil consultas, 6073 cirurgias e 13637 internamentos.
Ou seja, claramente, o argumento apresentado pelo Ministro da Saúde sobre
a redução do número de partos, cai automaticamente por terra.
O encerramento da MAC, a acontecer, vai trazer graves consequências para
a cidade de Lisboa e para o país, para os profissionais desta unidade, para os
utentes, e para o acesso a cuidados de saúde.
Perante isto, a Câmara Municipal de Lisboa não pode aceitar esta decisão
inaceitável e deve tomar uma posição clara e firme em defesa da Maternidade Dr.
Alfredo da Costa. E é precisamente isso que propomos na moção que apresentamos.
Dizer também que votaremos favoravelmente os documentos de outros grupos
municipais que vão no mesmo sentido.
Apresentamos, por fim, uma moção contra o encerramento de esquadras em
Lisboa, pois tem-se verificado um aumento da criminalidade, a falta de
agentes de segurança em Lisboa, a deficiente distribuição de efectivos da PSP
pela cidade e viaturas inoperacionais por falta de manutenção, entre outros
problemas.
O actual Governo diz que elegeu o reforço da capacidade operacional como
uma das prioridades na área da segurança pública.
Mas depois, faz tudo ao contrário e as medidas implementadas não
representam melhorias nem na segurança das pessoas, nem das condições de
trabalho dos agentes. Encerram Esquadras em Lisboa e criam Super Esquadras em
vez de manterem a Esquadras de Bairro na cidade.
Esta política de desinvestimento já mostrou os seus resultados na cidade
de Lisboa. Em 2011, houve um aumento dos roubos por esticão e dos furtos por
carteiristas, também aumentou o número de furtos em residências, originando um
maior sentimento de insegurança.
Defendendo as Esquadras de Bairro e um policiamento de proximidade, “Os Verdes” apresentam esta moção no sentido
de a Câmara Municipal de Lisboa manifestar a sua discordância face ao
encerramento de esquadras na cidade de Lisboa e de assumir uma posição mais
reivindicativa junto do Governo, exigindo mais agentes policiais e de todos os
meios indispensáveis para o efectivo exercício de uma função policial de
proximidade nas esquadras existentes na cidade.
A Deputada Municipal do PEV
Cláudia Madeira
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