17/12/2015

Intervenção sobre a Petição nº 13/2015 – Suspensão imediata das operações de poda e abate e árvores na cidade de Lisboa até à entrada em vigor do novo Regulamento Municipal do arvoredo de Lisboa


 
Relativamente à apreciação da petição nº13/2015, sobre a suspensão imediata de poda e abate de árvores até à entrada em vigor do novo regulamento municipal do arvoredo de Lisboa, «Os Verdes» começam por saudar esta iniciativa e os peticionários, que trazem a esta Assembleia um assunto que consideramos ser da maior importância para a cidade, que é a defesa das árvores, que são património e que devem ser tratadas como tal, como um bem público que é de todos nós.
 
No geral, acompanhamos as preocupações da Plataforma que impulsionou a petição que agora discutimos e não podemos fazer esta discussão sem nos recordarmos das várias situações que originaram preocupação e críticas por parte dos moradores, ao se depararem com determinadas intervenções no arvoredo.
 
«Os Verdes», no seguimento de inúmeras denúncias que receberam, chegaram a questionar a autarquia, depois de se deslocaram aos locais onde puderam constatar algumas situações de perplexidade e indignação por parte da população que dizia desconhecer as razões dos abates. Para evitar situações destas, consideramos que é fundamental que se saiba quais as razões que levam a determinada intervenção, que intervenção em concreto vai ser desenvolvida e quantos exemplares e de que espécies serão intervencionados.
 
A este propósito recordamos também uma recomendação que apresentámos em Maio e que foi aprovada por unanimidade, que recomendava à câmara que reconhecesse a importância ecológica das árvores de alinhamento e da arborização dos arruamentos, jardins e parques da cidade de Lisboa e que promovesse que só fossem removidas árvores quando tal fosse absolutamente indispensável e após transparente divulgação de informação atempada aos munícipes, através da afixação de aviso junto das árvores a abater.
 
Ora, é precisamente isso que defendemos quer o tratamento das árvores seja da responsabilidade da Câmara Municipal ou das Juntas de Freguesia, que ganharam competências nesta área e muitas vezes têm que delegar estes trabalhos em empresas. Para nós, tão importante como plantar novas árvores, é preservar e saber cuidar das árvores que foram plantadas no passado, e que fazem parte da memória dos locais e das pessoas que os habitam.
 
Também não podemos deixar de fora desta discussão outro ponto: é fundamental que se tenha presente que há muitas vezes soluções técnicas para as árvores doentes, permitindo que elas vivam mais tempo, sem colocar em risco a segurança de pessoas e bens. Por isso, defendemos que cada caso é um caso e por isso mesmo tem de ser analisado na sua individualidade.
 
Concretamente sobre o ponto principal da petição que remete para a suspensão imediata das operações de poda e abate de árvores até à aprovação do Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa, sobre o qual posteriormente teremos oportunidade de nos pronunciarmos, temos que ter presente que sendo competência das Juntas de Freguesia, esta Assembleia Municipal não poderá nem deverá condicionar a sua autonomia, além de termos que ter presente questões de segurança de pessoas e bens.
 
Para terminar, dizer ainda que estamos de acordo com as recomendações feitas pela 4ª comissão e que a serem tidas em conta, contribuirão para que o processo de tratamento do património arbóreo da cidade seja mais sério, mais cuidado e mais transparente, e acrescentar que a Assembleia Municipal de Lisboa e especificamente a 4ª comissão deverão continuar a acompanhar de perto esta matéria.
 
 
Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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