08/10/2009

Água para consumo humano é hoje das melhores de sempre

É uma boa notícia para os portugueses que costumam beber água da torneira: em 2008, 97,62% das análises efectuadas à água para consumo humano cumpriram todos os valores paramétricos que garantem a sua boa qualidade.
Isto significa que “o País atingiu a melhor situação de sempre em termos do controlo da qualidade da água para consumo humano, confirmando a tendência de melhoria dos últimos anos”, lê-se no Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP 2008), relativo ao ‘Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano’, divulgado ontem pela Entidade Reguladora de Águas e Resíduos (ERSAR, anterior IRAR).
Em 2008, pela primeira vez, todas as EG dos sistemas de abastecimento público submeteram à apreciação da ERSAR os respectivos Programas de Controlo da Qualidade da Água (PCQA). “Nos últimos 15 anos, o cumprimento dos parâmetros exigíveis para a água para consumo passou de 50% para quase 98%”.
Ainda assim, há uma percentagem reduzida de população que continua a beber água de má qualidade, principalmente nas zonas do interior do País com menos de cinco mil habitantes, onde os municípios têm “maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros”, revela o presidente da ERSAR.
Os parâmetros em incumprimento são, na maioria dos casos, os valores relativos à presença de bactérias coliformes, a Escherichia coli, os enterococos, o pH, o ferro, o manganês e o arsénio. Porém, o regulador garante que não há motivo para alarme: “De acordo com as autoridades de saúde, não houve registos de surtos epidemiológicos associados à ingestão de água”.
“É, contudo, necessário um esforço adicional para melhorar o desempenho de algumas entidades gestoras (EG). O problema dos municípios pequenos do interior prende-se, para além da questão financeira, com o facto de terem «pontos de abastecimento muito dispersos”, que exigem recursos muitas vezes difíceis de conseguir nas zonas mais carenciadas. No entanto, o responsável mostra-se ‘optimista’ quanto aos resultados referentes a 2009, que serão apresentados no próximo ano.
Para esse cenário optimista deverão contribuir os fundos comunitários alocados para obras de melhoria das infra-estruturas de abastecimento de água. O investimento neste sector, feito com base no QCA III e no Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013, atinge os 6 mil milhões de euros.
Também o cumprimento da frequência mínima de amostragem das EG em baixa revelou uma melhoria em 2008, passando de 98,91%, em 2007, para 99,29%. A percentagem de parâmetros analisados bateu outro recorde: 99% das análises aos parâmetros exigidas por lei foram feitas. O pesticida é, porém, o parâmetro menos analisado. “Em mais de 200 concelhos a percentagem de análises realizadas foi de 100 por cento”, revela a ERSAR.

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