26/10/2015

Intervenção do PEV no debate público sobre a Requalificação do Eixo Central da cidade de Lisboa, realizado no dia de 26 de Outubro de 2015


 
Em primeiro lugar, para o Partido Ecologista «Os Verdes», a auscultação e a participação da população são essenciais quando se elaboram projectos para a cidade, porque permite o seu envolvimento em torno de assuntos estruturantes e importantes para a cidade e as pessoas, como é o caso desta proposta.
Assim, este debate público tem o mérito de contribuir para a discussão do Projecto de Requalificação do Espaço Público do Eixo Central de Lisboa, pelo que saudamos esta iniciativa da Assembleia Municipal, que acreditamos que permitirá ter em conta sugestões e contributos que ajudem a melhorar e a esclarecer alguns aspectos.
Concretamente sobre o projecto, «Os Verdes» consideram positiva uma intervenção neste eixo da cidade, cuja necessidade já era sentida, ao nível do espaço público e da mobilidade, e consideram que a intervenção prevista permitirá libertar espaço para o peão e aumentar os espaços ajardinados e arborizados com bancos e passeios mais largos para usufruto das pessoas e a dinamização do comércio. Também o reforço da mobilidade suave, com a criação de novas ciclovias, nos parece um factor positivo, naturalmente.
Consideramos importante a articulação das redes viária, ciclável e pedonal da cidade, aumentando as zonas de estadia, numa zona que actualmente não oferece isso.
Esta proposta tem outro aspecto positivo que é o facto de se pretender dar lugar ao peão, contrariando a preferência que normalmente se dá ao automóvel. Há a preocupação com as pessoas, não colocando o automóvel em primeiro lugar, como muitas vezes acontece, a maioria das vezes, diga-se.
Não podemos obviamente deixar de referir que o projecto que hoje debatemos prevê um drástico corte de vias de circulação para cerca de metade. Aliás, as próprias conclusões do Estudo de Tráfego do Eixo Central apontam mesmo para uma ligeira degradação das vias para os transportes públicos, devido à necessidade das viaturas particulares precisarem de lhes aceder para poderem mudar de direcção.
Pelo facto de haver redução de vias de circulação, a preocupação do Grupo Municipal do PEV vai para a necessidade de um reforço da rede de transportes públicos, sendo que aqui entendemos que a autarquia pode e deve ter um papel fundamental, junto da Transportes de Lisboa.
É portanto um alerta que deixamos: esta intervenção no eixo central não pode estar dissociada de um conjunto de outras medidas a nível dos transportes e da mobilidade, nomeadamente no que diz respeito à rede de transportes públicos colectivos.
Não nos podemos esquecer que se trata de um eixo rodoviário que oferece um acesso privilegiado ao centro histórico da cidade e que atravessa um importante pólo de habitação, de comércio e de serviços como é a zona das Avenidas Novas, e que é fundamental que sejam garantidas as condições necessárias de acessibilidade a nível de transportes.
Por fim, compreendemos que qualquer obra comporta sempre alguns transtornos e incómodos para moradores e comerciantes, e neste caso falamos de alterações a nível da circulação e do estacionamento, e que a autarquia deverá ter isso em atenção, acautelando e minimizando, na medida do possível, estas consequências. Razão pela qual consideramos que o envolvimento dos munícipes é fundamental.
 

Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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