Foi ontem aprovada uma Resolução
do Conselho de Ministros que autoriza a realização da despesa inerente à celebração
do contrato para a edificação do novo Hospital de Lisboa Oriental, através de
uma parceria público-privada.
Para Os Verdes o novo hospital é necessário e há muito
reivindicado, mas não pode servir de pretexto à destruição dos hospitais do
CHLC, e é precisamente isso que está em causa pois é entendimento do Governo
que aquela futura unidade hospitalar poderá substituir os hospitais de São
José, Capuchos, Santa Marta, Estefânia, Maternidade Alfredo da Costa e Curry
Cabral.
Na sequência desta resolução, o Partido Ecologista Os
Verdes volta, por isso, a reafirmar a sua posição contra o encerramento
indiscriminado dos hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa Central - CHLC, de
grande utilidade não apenas para os utentes da região de Lisboa, como para os
habitantes nos restantes municípios do País que a eles diariamente recorrem.
Importa relembrar que do ponto de vista
da saúde não se conhece qualquer estudo que justifique aquela decisão, nem estudos
de impacto sobre a desactivação destas unidades do CHLC, que dispõem de especialidades
únicas no País, ao nível das populações afectadas. Além disso, já foram
encerrados os hospitais do Desterro, em 2007, Miguel Bombarda, em 2011 e S.
Lázaro em 2012 e já antes havia encerrado o Hospital de Arroios.
Lisboa não pode perder as unidades hospitalares
ainda em funcionamento, passando a ter cerca de menos dois mil trabalhadores na
área da saúde, menos valências, menos 435 camas comparativamente ao número
actualmente oferecido nos seis hospitais do CHLC, menos blocos operatórios e
equipamentos.
Os Verdes recordam ainda que, por sua
proposta, a Assembleia Municipal de Lisboa debateu em Julho esta matéria, tendo
ficado inequivocamente expresso que estes hospitais não devem encerrar ou ser
desmantelados.
Se, por um lado, o Governo assume que
alguns destas unidades hospitalares poderão continuar ligados à saúde, sem
especificar de que forma, não se entende por que continuam os hospitais de São
José, Capuchos e Santa Marta na posse da ESTAMO, empresa que tem como objectivo
alienar para o sector privado património público considerado ‘excedentário’,
apesar da proposta de Os Verdes de reversão da venda destes hospitais.
Os Verdes relembram ainda que foi por
proposta do PS que o PDM de Lisboa foi alterado - com os votos contra da CDU -,
de modo a possibilitar a utilização dos solos dos CHLC para viabilizar a construção
de novos hotéis e condomínios.
Assim, Os Verdes defendem que o novo
hospital é necessário, deverá ter uma gestão pública, deverá servir como
complemento à rede das restantes unidades de saúde existentes na cidade, face
às graves carências a nível de cuidados de saúde, e nunca justificar o seu
encerramento ou desmantelamento.
Gabinete
de Imprensa do Grupo Municipal do PEV
Lisboa, 29 de Novembro de 2017
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