21/03/2015

Intervenção de Cláudia Madeira no Encontro CDU Lisboa, Voz do Operário


Boa tarde Amigos e Companheiros
Em nome do Partido Ecologista «Os Verdes» quero, em primeiro lugar, saudar os nossos parceiros na CDU, o Partido Comunista Português, a Intervenção Democrática, e todos os independentes. Todos os que dignificam este grande projecto, sem esquecer a Juventude CDU e a força e capacidade dos jovens que reforçam a nossa Coligação Democrática Unitária.

Este nosso encontro ocorre numa altura difícil para a generalidade dos portugueses, numa altura em que pelas previsões do Governo, já estaríamos melhor. Mas não estamos!

Temos um país marcado pela pobreza, pela emigração forçada, pelo desemprego e por uma dívida impossível de pagar da forma como nos está a ser imposta. É absolutamente necessário começarmos a produzir, para criarmos riqueza e podermos pagar a dívida, renegociada nos seus montantes, prazos e juros. Quem não produz, não consegue pagar rigorosamente nada e é por isso que estamos cada vez mais empobrecidos e cada vez mais endividados.

E como é que chegámos aqui? Quem nos colocou nesta situação?
PS, PSD e CDS, alternados há 40 anos no Governo, têm essa responsabilidade, e não tenhamos dúvidas: quem provocou isto não tem interesse em resolver os problemas criados e entretanto agravados.

E como o Partido Socialista, no essencial, é mais um braço do que PSD e CDS fazem no Governo, Lisboa é duplamente penalizada: sofre as consequências das políticas destrutivas do Governo e António Costa na Câmara dá continuidade a estas mesmas políticas.

E desengane-se quem ainda tiver uma réstia de esperança no Partido Socialista, porque António Costa, pelo que tem feito na cidade, já deixou bem claro, o que vai querer fazer no país, se o permitirem.

O PS em Lisboa não tem conseguido resolver os problemas das pessoas, porque não está próximo delas e porque outros interesses falam mais alto. Não se pode governar apenas para quem visita a cidade, desprezando quem cá vive todos os dias.

E que têm feito António Costa e os seus vereadores nos últimos anos e muito concretamente neste último ano e meio?

– Fazem descentralizações, transferências e reestruturações sem a mínima preocupação com os munícipes e com trabalhadores, porque independentemente do que lhe chamem, estamos perante uma destruição dos serviços e dos postos de trabalho com direitos. Esvazia-se a Câmara e depois são os dinheiros públicos a pagar a terceiros o que esta podia e devia fazer.

 – Continuam a destruição do Parque Florestal de Monsanto, como se de um banco de terrenos se tratasse. Há lugar para tudo menos para a sua preservação. A proposta mais recente é para unidades hoteleiras e de restauração, vedando o espaço que é de todos nós para ser usado só por alguns. E tudo isto, com o maior secretismo e sem passar pela Assembleia Municipal.

- Encerram serviços essenciais para a cidade e o PS nada diz ou reivindica, permitindo que o Governo continue a delapidar a cidade.

- Não nos podemos esquecer que também foi António Costa que iniciou o trágico processo de extinção de freguesias e que permitiu ao Governo privatizar a TAP.

- O PS continua a favorecer a especulação imobiliária, como se em vez de Presidente da Câmara fosse um agente imobiliário.

- Lembrou-se agora de chamar a si a Carris e o Metro, quando, durante anos nunca quis saber do estado dos transportes e da destruição deste serviço público essencial.
Então, mas para quê? É que até hoje, ainda não foi capaz de explicar para que quer gerir os transportes e já não convence ninguém que seja para travar a privatização.

Companheiros,
sobre estes assuntos e muitos outros, sobre tudo o que tem afectado a vida das pessoas, «Os Verdes» têm apresentado propostas e defendido o que é melhor para os lisboetas.
«Os Verdes» e a CDU têm denunciado situações, questionado o executivo, apresentado propostas, temos feito tudo o que está ao nosso alcance para melhorar a qualidade de vida em Lisboa.

Aliás, este Encontro vem confirmar o vasto e notável património construído pela CDU e o nosso compromisso colectivo com a cidade e com o país. Vem comprovar que é aqui que residem as soluções para uma vida melhor.

Na cidade e no país é preciso dar mais força à CDU!

E, por isso mesmo, retomamos a CDU para as próximas eleições legislativas e este é um bom momento para relembrar o que significa a CDU:

A CDU é a confirmação da capacidade de união de esforços e de convergência da verdadeira esquerda. Da esquerda que tem valores de grande solidariedade, de justiça social, de dedicação e de empenho no desenvolvimento do país.

E é por isso que defendemos para Lisboa e para o país, dignidade de vida para todos e o desenvolvimento da sociedade assente em valores sociais, ambientais e económicos.

Todos reconhecem, até os nossos adversários, mas é importante reforçar que não dizemos uma coisa no plano autárquico e outra, por exemplo, na Assembleia da República. Connosco nunca verão o que se vê noutras forças políticas: defender um projecto a nível local e depois votar contra ele no Parlamento.

O país e Lisboa não precisam de autarcas que desistam de lutar, que sejam insensíveis a tudo o que se passa à nossa volta, ou que estejam claramente colados aos interesses dos privados e da troika.

Lisboa precisa de autarcas que sejam porta-vozes das consequências desastrosas destas políticas e que se empenhem na luta contra estas opções.

De autarcas que se oponham à privatização da água e da EGF, ao encerramento de serviços públicos, que se oponham ao aumento do IVA, que se oponham à lei dos despejos e à destruição dos transportes públicos colectivos.

De quem seja transparente e coerente, que lute pela justiça, de quem não aceite fazer enriquecer os grandes grupos económicos a troco do empobrecimento dos portugueses. Estes são os autarcas da CDU, sem dúvida!

Companheiros,
Os Verdes estão, como sempre estiveram, empenhados em contribuir para uma sociedade mais justa, mais desenvolvida, humanizada e sustentável.

Sabemos das dificuldades que nos esperam mas isso não nos desanima, dá-nos força para congregar esforços na luta contra estas políticas desastrosas que estão a arruinar o país porque cada um de nós é importante nesta luta. As eleições legislativas deste ano ganham especial importância exactamente por isso. Porque é uma oportunidade de dar mais voz à CDU e de rasgar com este caminho de austeridade, abrindo um novo caminho de esperança e de mudança. Porque, em Lisboa como no país, o tempo é de alternativa e não de alternâncias.

A CDU é a alternativa!
Viva Lisboa!
Viva a CDU!

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