06/05/2015

Intervenção da Deputada Municipal do PEV Cláudia Madeira na sessão de Perguntas à Câmara Municipal de Lisboa


Assembleia Municipal de Lisboa de 5 de Maio de 2015

1ª ronda de questões:

1º tema: Saúde na cidade de Lisboa
Os Verdes” iniciam esta sessão de perguntas à CML com o tema da saúde.
A situação da saúde em Lisboa está caótica, assim como no resto do país: tempos de espera infindáveis nas urgências, nas consultas e nas cirurgias, falta de médicos de família, encerramento de hospitais, etc.
Podemos dar o exemplo do Hospital de Arroios, do Desterro, de São Lázaro e Miguel Bombarda, que encerraram e outros que perderam valências, como os Hospitais Curry Cabral e Pulido Valente.
Continuam também os ataques ao Hospital Dona Estefânia, à Maternidade Alfredo da Costa e aos Hospitais da Colina de Santana e há muitas carências a nível de cuidados de proximidade.
Ora, sabemos que estas situações são da responsabilidade do Governo, mas também é verdade que a Câmara deverá ter uma palavra a dizer na defesa dos serviços de saúde na cidade.
E as perguntas de “Os Verdes” vão exactamente nesse sentido:
- Que diligências já tomou o executivo para defender mais e melhores serviços públicos de saúde na cidade de Lisboa, quando é perfeitamente notório que, da forma como estão as coisas, a situação é insustentável?
- Qual é hoje a opinião da Câmara relativamente ao Hospital Oriental de Lisboa, que não se sabe quando vai ser construído nem entrar em funcionamento, mas que já sabemos que o número de camas será muito inferior ao que é necessário?
- Não considera o executivo que é grave que, por um lado, se estivesse a preparar para permitir avançar um projecto para a Colina de Santana, implicando a desactivação de hospitais públicos e fundamentais para a cidade de Lisboa (algo que só não avançou porque se levantaram muitas vozes contra) e, por outro lado, dê luz verde a projectos privados - falamos do Grupo Espirito Santo Saúde e do Grupo Mello -, como é o caso do Quartel do Colombo e do Triângulo Dourado em Alcântara?
- Como explica o executivo estas decisões? Considera que isto representa defender o Serviço Nacional de Saúde e a saúde para todos na cidade de Lisboa? 

2º tema: Descontaminação do terreno do campo de tiro
No ano passado “Os Verdes” requereram que o executivo informasse periodicamente esta AML sobre a requalificação do terreno do Campo de Tiro a Chumbo em Monsanto, após o inevitável processo de descontaminação dos solos.
Como até agora não temos essa informação, deixamos aqui as seguintes perguntas:
- Em que moldes será realizada esta descontaminação?
- Quais as fases e a calendarização previstas para a execução dessa reabilitação e qual o destino de uso a dar aquele espaço?
- Quem tem estado a assumir os encargos com a descontaminação dos solos? O antigo ocupante dos terrenos que poluiu os solos com chumbo, ou a Câmara Municipal de Lisboa?
- Qual a razão para, até este momento, o senhor vereador ainda não se ter prontificado a dar-nos uma resposta e a fazer-nos chegar a informação solicitada?

3º tema: Trabalhadores do município
Há algum tempo foram tornadas públicas algumas denúncias relativamente à existência de situações de trabalho precário na CML o que, a confirmar-se, é algo que não se deseja para a cidade, para a autarquia e para os seus trabalhadores, por ser uma situação inaceitável, um ataque aos seus direitos e uma verdadeira injustiça, pois são estes trabalhadores que diariamente satisfazem as necessidades permanentes da cidade.
Assim, as perguntas que colocamos são as seguintes:
- Uma vez que tem havido uma redução dos postos de trabalho, confirma a CML que vários serviços terão tentado colmatar as carências através da contratação de trabalhadores sem vínculo efectivo? Quais são os serviços e o número de trabalhadores?
- Os trabalhadores da CML estão a ter acesso à medicina no trabalho?
- Está a ser efectuado o pagamento de rendimentos aos trabalhadores acidentados?

4º tema: Abate de árvores
Temos um outro tema – o abate de árvores na cidade - que, apesar de não o termos indicado, como nos têm chegado diariamente denúncias sobre isto, consideramos que devemos colocar estas questões, até porque, certamente, o executivo estará preparado para responder.
O que se passa é que nos últimos tempos “Os Verdes” têm recebido frequentes denúncias sobre abates de árvores, aparentemente saudáveis, em várias zonas da cidade: na Calçada da Ajuda, em Chelas, em Arroios e na Quinta das Conchas.
Os munícipes queixam-se, além do próprio abate, da falta de informação. Temo-nos deslocado aos locais e efectivamente verificamos que a maioria das árvores cortadas demonstra estar saudável.
As questões que colocamos são:
- Quais as razões que estão a levar ao abate de árvores em várias zonas da cidade?
- A Câmara tem conhecimento que são as próprias entidades que abatem as árvores que são responsáveis pela análise do estado fitossanitário dessas mesmas árvores?
Claro que sobre isto nos podem responder que a responsabilidade é das Juntas de Freguesia, mas o problema reside exactamente na reorganização administrativa, que transferiu para as juntas a manutenção da maioria dos espaços verdes.
Sobre isto, a pergunta que deixamos é:
- O executivo considera que deve ou não haver uma orientação única a decidir o que é melhor para a cidade? Acha que deve haver ou não uma visão integrada e estrutural?

Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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