06/05/2015

Intervenção do Deputado Municipal do PEV Sobreda Antunes na sessão de Perguntas à Câmara Municipal de Lisboa


       Assembleia Municipal de Lisboa de 5 de Maio de 2015

2ª ronda de questões:

5º tema: Assembleia Distrital de Lisboa
Quanto ao impasse que pende sobre a Assembleia Distrital de Lisboa, da parte da CML, o anterior presidente da autarquia mostrou-se irresoluto, senão mesmo renitente, em saldar as contribuições financeiras em dívida por parte do município, assumindo uma decisão pessoal que nunca obteve o aval expresso dos órgãos executivo ou deliberativo do município de Lisboa. Consta que o Governo já terá também notificado a Assembleia Municipal para esta se pronunciar sobre a Universalidade Jurídica da Assembleia Distrital de Lisboa.
Na Assembleia Distrital do passado dia 24 de Dezembro, os representantes do município garantiram que a CML, embora com algumas condições, iria aceitar essa Universalidade. Deste modo, foi deliberada a transferência da Universalidade Jurídica da Assembleia Distrital para o município de Lisboa, exceptuando-se o património localizado noutros concelhos. No entanto, a autarquia terá deixado passar o prazo para proceder à sua aceitação expressa, adiando ou mesmo impedindo que se tivesse encontrado uma solução consistente para a transferência dos serviços, da biblioteca e restante património.
Ficando agora dependente do processo subsidiário de determinação da Entidade Receptora, e para complicar o processo, até o Governo resolveu publicar o despacho a que se refere o nº 2 do artigo 8º da Lei nº 36/2014 com quatro meses de atraso (!), mas que não tem efeitos legais retroactivos.
Não estando em crer que exista qualquer ostensiva má-fé no atraso da autarquia, e esperando-se que o actual sr. presidente reconsidere anteriores posições, “Os Verdes” voltam a perguntar:
- Reconhece o executivo a validade das deliberações por si assumidas e aprovadas em 24 de Dezembro?
- Para além da breve visita técnica efectuada, já voltou a reunir o executivo camarário com a Assembleia Distrital para aclaração das questões pendentes, entre elas o destino dos Serviços de Cultura, e em particular, da sua Biblioteca?
- Para quando então a transferência da Universalidade Jurídica da Assembleia Distrital para o município de Lisboa? Qual é o último entrave que se encontra pendente?

6º tema: Jardim França Borges
No âmbito da requalificação do Jardim França Borges, vulgo Príncipe Real, foi em 2009 colocado um pavimento arenoso, feito à base de vidro moído, que liberta um pó fino que nos dias mais quentes se espalha rapidamente e que, para além de cobrir a vegetação impedindo-a de fazer convenientemente a fotossíntese, representa um perigo para as vias respiratórias da população, facto que tem originado várias críticas por parte dos utentes do Jardim.
Os trabalhadores da autarquia passaram a regar o pavimento para fazer assentar o pó, o que representava um gasto supérfluo de água, pelo que a autarquia optou depois por regar o piso com uma solução química agregadora da camada superficial, mas sem grande êxito.
Na reunião pública descentralizada da CML de 05/02/2014, ou seja há 15 meses, o sr. vereador dos espaços verdes admitiu que a intervenção no piso do Jardim do Príncipe Real tinha corrido mal, referindo que esperava resolver o problema até Outubro de 2014 e seria “relativamente rápida”, porém, a situação mantém-se inalterada.
Os Verdes” já por duas vezes questionaram a autarquia sobre os impactos deste pavimento, tendo-se o executivo desculpado que aguardava pelas análises do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Assim, “Os Verdes” voltam a questionar:
- Qual foi afinal o resultado das análises ao pavimento do Jardim França Borges efectuadas pelo LNEC?
- Passados 15 meses, para quando prevê a CML proceder à substituição do piso do Jardim, qual a duração de tempo previsto e qual o custo da remoção do actual pavimento e da sua substituição por outro?
- Porque são mais uma vez largamente ultrapassados todos os prazos prometidos aos munícipes, aliás, como desde há muito nos vem habituando o sr. vereador?

J. L. Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes

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