10/11/2015

1ª Intervenção do PEV nas Perguntas à CML, na Assembleia Municipal de Lisboa de 10 de Novembro de 2015



Tema: Campo de tiro em Monsanto
Há vários anos que «Os Verdes» trazem à discussão o campo de tiro a chumbo em Monsanto, no sentido da descontaminação dos seus solos. Temos apresentado diversas propostas, tendo mesmo solicitado ao executivo que informasse periodicamente esta Assembleia sobre o indispensável processo de descontaminação.
Recordo que em Outubro de 2014 entregámos um requerimento com as seguintes questões:
1. Para quando está previsto o início da requalificação do terreno do Campo de Tiro a Chumbo em Monsanto?
2. Em que consiste e quais as fases e a calendarização previstas para a execução dessa reabilitação? Em que moldes e condições será feita?
3. Quem vai assumir os encargos com a necessária descontaminação dos solos?
A resposta por parte do Sr. Vereador chegou em Janeiro deste ano e dizia o seguinte: “a solução para o campo de tiro ainda se encontra em estudo”. Isto, a 27 de Janeiro de 2015!
Acontece que há uns dias, mais concretamente no dia 2 de Novembro, fomos confrontados com uma notícia dando nota que a Câmara de Lisboa obrigou o Clube Português de Tiro a Chumbo a retirar o metal pesado acumulado durante 52 anos naqueles solos. Diz ainda que a remoção teve início em 2011, portanto há quatro anos.
O que é fundamental sabermos hoje é:
- se a Câmara Municipal de Lisboa efectivamente confirma a remoção do chumbo?
- por que razão, até termos tido conhecimento através da notícia, o executivo nunca referiu esta situação e nunca deu conhecimento disso a esta Assembleia?
- qual a quantidade de poluente removido e que área foi limpa?
- e gostaríamos igualmente de saber se há algum documento que confirme que a remoção foi realizada e em que moldes.
 
Tema: PAT para a Colina de Santana
Em 2009, a AML aprovou a Carta de Equipamentos de Saúde onde se identificavam as carências e as necessidades nesta área. Essa análise listou a necessidade de construção de dez novas Unidades de Cuidados Primários na cidade de Lisboa, na sequência de um Contrato-Programa entre a CML e o Ministério da Saúde.
Reconheceu-se que as instalações eram e são deficientes por não terem sido construídas para o efeito, umas encontram-se degradadas, e outras onde o seu acesso nem sempre é fácil. Pelo que, passados todos estes anos, é de questionar se esse plano de intenções ficou na gaveta e se o Município deixou de pressionar o Governo para, em conjunto, prosseguirem a execução desses projectos.
À população da cidade faltam também hospitais de primeira linha para cuidados secundários básicos, como cirurgia geral e medicina interna. Perante isto, não é compreensível o sistemático processo de encerramento de unidades de saúde, como tem sido o caso dos hospitais da Colina de Santana.
Recordamos que a CML começou por viabilizar 4 pedidos de informação prévia das operações de loteamento a realizar nos Hospitais de São José, de Santa Marta, dos Capuchos e Miguel Bombarda, argumentando com a importância e o interesse ‘excepcional’ desses projectos e as mais-valias que, dizia, poderiam trazer para a cidade, tendo determinado proceder à sua publicitação e consequente discussão pública em Julho 2013. No entanto, rapidamente se constatou que se tratava de um mero modelo de negócio para resolver problemas financeiros do Estado através da Estamo. Pergunta-se então:
- Se a AML promoveu um debate específico, tendo inclusive a sua Comissão de Acompanhamento visitado no Verão de 2014, entre outras, as instalações do Hospital Miguel Bombarda e detectado os sinais de degradação existentes, porque desde então a CML parece estar ausente, não havendo qualquer retorno informativo sobre a requalificação desta Colina?
- E para quando a elaboração do Programa de Acção Territorial (PAT) para a Colina de Santana?
 
Tema: Listagem de Amianto
Em Portugal a utilização de amianto em materiais de construção está proibida desde 1994. Não obstante o facto de haver esta proibição, persiste um problema relacionado com o que fazer quanto aos edifícios, instalações e equipamentos construídos que contêm amianto que era permitido, na data da sua construção, uma vez que as fibras de amianto podem, de acordo com estudos científicos e com todos os diplomas que limitam e proíbem a sua utilização, constituir perigo para a saúde pública.
Com o intuito de dar resposta a este problema, em 2003, a Assembleia da República aprovou por unanimidade uma resolução que previa a realização, no prazo de um ano, de uma inventariação de todos os edifícios públicos que contêm esta substância e a elaboração de um plano de remoção desses materiais.
Para «Os Verdes» a prevenção e a precaução devem ser princípios a concretizar e é necessária uma política responsável nesta matéria. Razão pela qual esta tem sido uma longa batalha do Partido Ecologista «Os Verdes» que têm insistentemente apresentado iniciativas tanto a nível nacional como local, com vista à resolução deste problema.
Assim, em Junho de 2014, esta Assembleia aprovou, por proposta nossa, que a CML procedesse, com carácter de urgência, ao levantamento de todos os edifícios, instalações e equipamentos municipais que contêm amianto na sua construção e que divulgasse, posteriormente, uma listagem dos edifícios municipais que contêm amianto.
Decorrido mais de um ano sobre esta decisão, o executivo nada fez chegar a esta Assembleia pelo que perguntamos se:
-o levantamento dos edifícios que contêm amianto foi ou não elaborado? Se não foi, qual a razão? E se foi, por que razão não foi ainda divulgada essa listagem?
 
Tema: Regimento de Sapadores Bombeiros: Museu e substituição dos EPI`s
O Museu do RSB de Lisboa possui um acervo de grande interesse e valor para a cidade e o país mas, na sequência da venda, pela Câmara, das instalações onde este se situava, junto ao Hospital da Luz, neste momento não há museu pois encontra-se em fase de deslocalização, havendo uma equipa técnica responsável por este assunto.
A realidade é que o museu está encerrado e nada se sabe sobre o seu futuro, porque o regimento foi obrigado a desocupar o espaço, transportando todo o conteúdo para dois locais distintos, com a agravante de o seu acervo poder ficar indefinidamente armazenado sem condições de preservação, além de que o público está privado da sua fruição.
O que importa saber é:
- Qual a data prevista para a reabertura do Museu do RSB? E em que local se situará?
- Gostaríamos igualmente de saber se o executivo pode confirmar em que condições se encontra o valioso acervo deste Museu?
Ainda sobre o RSB: o Equipamento de Protecção Individual para combate a incêndios estruturais é imprescindível para um desempenho em segurança das missões dos operacionais do RSB e esta sem sido uma reivindicação permanente do Regimento por ser um problema cuja resolução é urgente.
Para dar resposta à falta de EPIs, a Câmara Municipal procedeu à abertura de concurso para aquisição destes equipamentos. Contudo, tivemos conhecimento que os equipamentos adquiridos e fornecidos aos bombeiros apresentavam alguns problemas e não eram os mais adequados e seguros, razão pela qual teriam que ser substituídos. No fundo, os Equipamentos de Protecção Individual não cumpriam a sua função de protecção.
Assim, gostaríamos de saber se o executivo nos pode confirmar se, no dia de hoje, todos os operacionais do RSB de Lisboa, dispõem de um Equipamento de Protecção Individual seguro, em condições e que os proteja devidamente.
 
Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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