Ver Focus 2008-05-28
31/05/2008
Deputados mais e menos faltosos
Ver Focus 2008-05-28
30/05/2008
“Os Verdes” exigem suspensão do troço Buraca/Pontinha
A obra adjudicada em Novembro de 2007 “representa um perigo concreto para a vida ou integridade física dos futuros utentes desta via”, de acordo com um estudo do Observatório de Segurança de Estradas e Cidades (OSEC) citado hoje pelo deputado ecologista José Miguel Gonçalves na Assembleia da República.
O estudo demonstrará que o traçado não cumpre as normas de segurança, apresentando por exemplo curvas que não são compatíveis com as velocidades previstas, com inclinação insuficiente para contrariar o efeito da aceleração centrífuga, em lombas que impedem que o condutor veja atempadamente eventuais obstáculos na via ou que exigem reduções bruscas na velocidade de rolamento.
O deputado declarou a preferência do Partido Ecologista para que o traçado passasse na zona da Falagueira/Venda-Nova, uma das hipóteses que chegou a ser discutida antes de a escolha incidir na zona de Buraca/Pontinha.
“A nosso entender, esta alternativa apresentaria inegáveis vantagens, quer na salvaguarda do interesse das populações, uma vez que não atravessaria urbanizações já instaladas, quer na salvaguarda da segurança rodoviária e da própria função desta obra pública, uma vez que permitiria que todo o traçado se desenhasse numa curva larga, ao invés de se 'serpentear' pelo meio do património edificado”, justificou o deputado.
O traçado não cumpre ainda a Declaração de Impacte Ambiental (DIA), para a zona que atravessa os bairros de Santa Cruz e da Damaia, no que diz respeito ao “atravessamento desta zona em túnel”, segundo José Miguel Gonçalves.
O que actualmente está previsto executar “não se trata de um atravessamento em túnel, mas sim em canal aberto, ocorrendo também um aumento do número de faixas de rodagem, que eram de três para cada lado, para quatro vias em cada sentido”, defendeu.
José Miguel Gonçalves considera que a “violação da DIA coloca em causa a qualidade de vida dos cidadãos que residem nesta zona, afectando a qualidade do ar", "elevando os níveis de ruído” e “colocando uma barreira física à circulação dos moradores, para além de não permitir a requalificação e o aproveitamento desta área como uma zona de lazer”.
O aumento das faixas implicará “a demolição dos quintais de dezenas de vivendas” que vão passar a estar “paredes-meias com o referido canal, onde se prevê que possam circular cerca de 120 mil veículos diariamente”, acrescenta o deputado.
A alegada violação foi já denunciada pela Agência Portuguesa do Ambiente, em carta dirigida aos moradores.
O deputado acusa o governo de um recorrente “desrespeito pelos estudos de avaliação de impacte ambiental” e de “um desprezo e uma desvalorização da participação dos cidadãos nas consultas públicas que, no caso, recebeu mais de mil contributos”.
Sobre os presumíveis prejuízos da alegada violação, o deputado alerta que “amanhã terá de se investir em medidas minimizadoras desses impactes e na requalificação da zona afectada” e “mais tarde” na “reposição do passivo de saúde pública provocado pelas obras presentes”.
Ver Lusa doc. nº 8378772, 2008-05-28 - 19:21
29/05/2008
RIR em périplo mundial
Até lá, há mais duas edições em Portugal, pois, segundo a vice-presidente do RIR, já existe um protocolo com a autarquia lisboeta para voltar a organizar o evento no Parque da Bela Vista em 2010 e a edição de 2012 em Lisboa “também está garantida em algum lugar que a gente não sabe qual é” 1.
O orçamento para o Rock in Rio Lisboa é de 25 milhões de euros, mas o retorno financeiro deste mega-evento de música fica no segredo. “Digamos que o retorno é compensador do ponto de vista financeiro”, disse o presidente brasileiro do Festival 2.
“Por nós ficamos sempre”. E porque não ficam? Acontece que nos planos da organização estão ainda uma edição do RIR em Itália, em 2011, e outra na China, em 2013. E porquê na China? “São 160 milhões de chineses com poder aquisitivo”, justifica a vice-presidente 1.
Afirmações que dizem tudo acerca do carácter do RIR e da sua organização. Ah, os cifrões!
28/05/2008
O cigarro do século XXI
O especialista adverte para o grande aumento de tumores, apelando ao Governo e às indústrias de telemóveis para que tomem medidas imediatas para reduzir a exposição à sua radiação e, às pessoas, para que evitem usar os telemóveis sempre que possível 1.
Para a Direcção-Geral de Saúde, num documento sobre “Exposição da população aos campos electromagnéticos”, esclarece-se que “a utilização duma nova tecnologia apresenta vantagens importantes. Mas não menos importante é a saúde das pessoas. E, em matéria de saúde, a racionalidade deve ser acompanhada de prudência, mesmo pecando por excesso de precaução” 2.
Entretanto, com o objectivo de sensibilizar os moradores para estes perigos, foi mesmo criado um blogue 3 convidando os cidadãos a enviarem contributos e a dizerem “não à instalação de antenas de telemóvel próximo das habitações”.
Trata-se, aliás, de uma situação que tem sido comummente acompanhada pelo Grupo Municipal de “Os Verdes” 4.
1. Ver http://antenasaquinao.blogspot.com/2008/04/o-telemvel-pode-ser-o-cigarro-do-sculo.html
2. Ver www.dgs.pt/?cr=11668
3. Ver http://antenasaquinao.blogspot.com
4. Ver, por ex., http://pev.am-lisboa.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=23&Itemid=32 e http://osverdesemlisboa.blogspot.com/2007/09/restries-telemveis-e-campos.html
27/05/2008
Tratamento de caudais pluviais poluentes
Como parte significativa do sistema de saneamento da cidade de Lisboa funciona com redes que juntam águas residuais domésticas e águas pluviais, o que coloca problemas agravados quando as chuvas mais fortes provocam alterações radicais dos caudais, esta empresa vai investir 1,6 milhões de euros para melhorar o tratamento de caudais pluviais com grande carga de poluentes, resultantes desses dias de maior precipitação.
“Nessas alturas, os caudais podem ser 20 ou 30 vezes superiores aos caudais em época de estio”, explicou o presidente da comissão executiva do conselho de administração da empresa. Por isso, o sistema de Beirolas vai ser alvo de uma intervenção que visa “assegurar que os caudais pluviais com maior carga poluente (que) chegam à ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] não serão descarregados no rio sem tratamento”.
Isto porque, quando a precipitação é muito intensa, a capacidade dos colectores esgota-se e os caudais pluviais, anormalmente elevados, chegam a pôr em causa alguns órgãos da rede de saneamento que estão sujeitos a paragens.
“A intervenção visa, sobretudo, melhorar as condições ambientais no rio Tejo em épocas de fortes chuvadas”, sendo que estes caudais excepcionais ocorrem apenas 20 dias por ano. A obra deve ser adjudicada em Junho, prevendo-se a sua conclusão até ao fim deste ano 2.
26/05/2008
Microturbina eólica
Tratando-se de um projecto financiado pela Agência de Inovação (75%) e desenvolvido no INETI (que pagou 25%), diz-se que a microturbina eólica será silenciosa, funciona com pouco vento e estará no mercado até ao final do ano, podendo reduzir a zeros a factura caseira da electricidade.
Destinada a ser usada em ambientes urbanos, a microturbina eólica poderá ser colocada no topo dos edifícios, no jardim ou no telhado e, graças à microgeração - sistema no qual os consumidores podem também ser produtores de energia -, qualquer pessoa poderá vir a adquiri-la e a produzir em casa a energia que consome. Tal facto poderá, no entanto, trazer fortes impactos visuais quando disseminada em ambientes urbanos.
A investigadora do INETI, que dirige o projecto, explica que a grande inovação desta microturbina, em comparação com as que já existem no mercado, será a possibilidade de “arrancar com velocidades de vento muito baixas” (3,5 metros por segundo), conseguindo-se “produzir mais energia com menos vento”. O que será essencial no ambiente urbano, onde os edifícios cortam o vento e o tornam mais irregular.
O segredo da boa performance deste equipamento poderá estar na forma como as pás são encastradas na estrutura principal e na sua própria forma. O facto de ser silenciosa foi um ‘bónus’ que veio associado a estas características. Normalmente, a produção do ruído não é uma preocupação tida em conta na concepção inicial das turbinas, sendo o problema minimizado a posteriori, com a colocação de bandas que reduzem a produção energética total.
Além de ser um indicador da eficiência energética de cada lar, a ausência de ruído será a principal grande vantagem competitiva, porque o equipamento, considera a investigadora, é instalado junto às pessoas, querendo-se, por isso, que seja o mais harmonioso possível 2.
25/05/2008
Danos contra o ambiente vão passar a ser crime
A proposta de punir as infracções graves ao ambiente com sanções penais é da Comissão Europeia e recebeu agora luz verde do Parlamento Europeu. Em Portugal a transposição desta directiva não trará grandes alterações teóricas, uma vez que o Código Penal já prevê três crimes ambientais. Mas na prática, tudo poderá mudar, uma vez que não há memória de alguém ter sido condenado criminalmente por atentar contra o ambiente no nosso País.
De acordo com a proposta de directiva, a punição penal só se aplicará em casos intencionais ou de negligência grave e se a destruição tiver um determinado impacto. A mesma punição penal poderá ser aplicada a qualquer comportamento que cause a deterioração significativa de um habitat no interior de um local protegido, como um parque natural.
Entre os actos previstos na directiva estão também a produção, importação, exportação, colocação no mercado ou utilização de substâncias que empobrecem a camada de ozono; a descarga, emissão ou introdução de matérias ou de radiações ionizantes na atmosfera, solo ou água, que causem ou possam causar a morte ou lesões graves a pessoas; a produção, tratamento, manipulação, utilização, detenção, armazenagem, transporte, importação, exportação e eliminação de materiais nucleares ou substâncias perigosas.
A transposição interna destas normas comunitárias terá de ocorrer dois anos após a sua publicação, porém, o problema em Portugal “prende-se com a fiscalização e o défice de cultura de protecção do ambiente, pois este crimes são públicos e o Ministério Público (deveria) proceder à respectiva acusação na sequência de denúncias”.
24/05/2008
A alternativa ‘túnel’ para a Terceira Travessia
Referindo que a solução em túnel para toda a travessia passaria por um tubo, no eixo do qual se colocam os dois sentidos de tráfego ferroviário e nas laterais o rodoviário, lembrou que “há soluções na Europa feitas com sucesso, era só transpô-las para Portugal”, tendo exemplificado com a travessia da Dinamarca para a Suécia, onde existe uma ponte à qual se acede em túnel, pelo lado dinamarquês e tem a extensão de cinco quilómetros e, também, com Manhattan onde “a ligação entre Long Island e o terminal central de autocarros e comboios é feita por um túnel rodo-ferroviário”.
Esta é, segundo o especialista, uma modalidade a ganhar cada vez mais adeptos no mundo, tanto por questões ambientais como de segurança.
Por outro lado, para distribuir o trânsito que vai sair do lado de Lisboa defende que devem ser construídas vias que permitam encaminhar para fora da cidade os veículos que se dirijam para fora do concelho. “Não faz sentido entrar na cidade, para depois sair. É um conceito muito estranho”. “Se fizerem um conjunto de radiais tudo bem, mas tendo em conta o preço do metro quadrado em Lisboa sairia muito caro e obrigaria a expropriações, com custos muito elevados no preço final da obra”, lembrou.
Argumenta, por isso, com uma melhoria significativa nas ligações periféricas e a construção de vários ramais para que “não vá tudo para o mesmo sítio”, recordando que do lado de Lisboa a ponte vai parar dentro da cidade, ao contrário da Vasco da Gama, que é servida pela CREL e escoa o trânsito para a auto-estrada do Norte. Também a Ponte de 25 de Abril tem várias saídas antes da entrada dos veículos no centro urbano, recordou.
Para o especialista, um dos problemas maiores nesta discussão é saber se foram esgotadas todas as soluções em termos de alternativas de localização e custos, não só da obra, mas também ambientais e de qualidade de vida para se poder explicar às pessoas porque vem para dentro de Lisboa, pois outra das preocupações está relacionada com a gestão do tráfego pesado, com “camiões com 40 toneladas e 16 metros” a serem “despejados dentro de Lisboa”.
A ideia avançada pelo LNEC de ter primeiro a funcionar o comboio e só depois ser introduzida a componente rodoviária merece o apoio deste especialista, pois “privilegiava primeiro o comboio. Se se quer fazer um aeroporto internacional em Alcochete não pode haver estrangulamento de tráfego”.
Defendeu também que não seja privilegiada a penetração de carros por dentro de Lisboa, mas sempre em circular, visto que vias circulares, ou um sistema capilar, permitem distribuir o trânsito para fora da cidade, sem o congestionar e, acima de tudo, sem piorar a qualidade de vida urbana.
Ver Lusa doc. nº 8353886, 21/05/2008 - 16:51
23/05/2008
Quercus atenta à mobilidade
Entre estas inclui-se a melhoria do transporte colectivo e a forte limitação ao estacionamento gratuito associado a movimentos pendulares em Lisboa, sobretudo entre as 8h e as 20h dos dias úteis, bem como a criação de faixas específicas para automóveis com maior ocupação, tendo em conta que 70 % dos veículos que entram na cidade são ocupados apenas pelo condutor. O objectivo é estimular desta forma a partilha dos automóveis.
A Quercus sugere também a criação de estacionamentos suficientes e acessíveis junto dos interfaces de caminhos-de-ferro, metro e terminais rodoviários para permitir que os utentes que não dispõem de transportes colectivos junto à residência possam deixar o carro junto a estações localizadas na periferia.
Outra proposta passa pela modernização da rede ferroviária e oferta de maior número de composições para tornar os transportes colectivos mais atractivos. A Associação considera, por outro lado, que os transportes colectivos deveriam usufruir de combustível mais barato com a contrapartida de serem renovados para emitirem menos poluentes.
O início de funcionamento da Autoridade Metropolitana de Transportes é considerado igualmente ‘prioritário’ de forma a permitir a articulação entre os diferentes meios de transportes e uma bilhética com preço justo e adequado ao utilizador diário e ocasional.
22/05/2008
A incoerência das políticas de mobilidade
O ‘caos’ é também imputável à autarquia da capital, que “tem de assegurar transportes colectivos de qualidade e deixar de planear a cidade para o automóvel”.
‘Et voilá’, alguém reclama ter descoberto a verdade de ‘Monsieur de La Palisse’.
“Limitar, tornar mais caro e sobretudo fiscalizar o estacionamento são as medidas que a Câmara deveria tomar de imediato”. “O estacionamento não pode continuar a ser feito da forma que o fazemos em Lisboa, sem regras claras e sem uma política rigorosa” preveniu, perante uma plateia de cerca de 25 académicos.
“Aumentar o espaço de estacionamento na cidade é andar ao contrário do que deve ser feito (…) É só ver as segundas filas, os passeios cheios de carros, a falta de fiscalização e o sentimento de impunidade generalizado dos cidadãos”. “Regular bem o estacionamento não é fazer espectáculos ocasionais para as televisões”.
[Esta afirmação assenta, aliás, que nem uma luva, não apenas ao anterior, como até bem melhor, ao actual executivo camarário, que logo no início do seu mandato produziu um mero ‘show-off’ de política fiscalizadora e repressiva dos estacionamentos abusivos para a comunicação social, mas que bem depressa foi esquecida].
E, finalmente, a cereja no topo do bolo: Está-se a “fazer tudo ao contrário do que (se) diz”. “Dizem que querem uma cidade descongestionada e depois anunciam novos parques (de estacionamento) no centro da cidade. Qual a coerência deste modelo?”
“Há 400 bilhetes diferentes na AML (Área Metropolitana de Lisboa) e até nós não sabemos qual é o título mais adequado a cada viagem” (!!), esclareceu o presidente da Carris. “ Não se pode continuar a fingir que o problema não existe só porque a reformulação do sistema comportaria um aumento das tarifas”.
Mais esclarecedor não poderia ter sido!
Com efeito, onde está a articulação efectiva das companhias de transportes colectivos da AML? Porque continua o Governo sem criar a Autoridade Metropolitana de Transportes? Quem lucra no município com o tarifário do estacionamento à superfície e subterrâneo? Porque é cada vez maior o apelo ao transporte individual? Quem lucra com os impostos sobre o aumento dos combustíveis?
Ver “Carris acusa Câmara de empurrar com a barriga problemas de mobilidade” IN Público 2008-04-20, p. 25
20/05/2008
As falhas da Rede 7
De acordo com um parecer de um especialista em transportes da Carris, este aponta falhas à 2ª fase de reestruturação da Rede 7, reconhecendo que implicam acréscimo de custos para os utentes.
O especialista reconhece que a entrada em funcionamento da extensão da linha azul do Metropolitano ao Terreiro do Paço e a Santa Apolónia terá tido repercussão na rede da Carris, “nomeadamente alguma quebra expectável na procura das carreiras” que servem estas estações, mas não deixa de criticar a postura da autarquia face às propostas da Carris, indicando que a Câmara não se deveria remeter apenas a “uma posição de reacção” face ao que é proposto pela empresa de transportes 1.
Entretanto, têm circulado abaixo-assinados contra a reestruturação da rede da Carris, que conta com os nomes de personalidades como o maestro António Vitorino de Almeida e o psiquiatra Daniel Sampaio, mas que a tutela ainda não ainda não se dignou dar qualquer resposta.
Esta iniciativa surgiu como “um acto de solidariedade para com a população pobre, idosa, com dificuldade de locomoção e que foi completamente posta de parte pela Carris com esta reestruturação”. Os subscritores acusam ainda a empresa de ter “ignorado todas as manifestações de repúdio” da população e dizem que a decisão “não teve em conta os interesses da população expressos junto da Carris”.
Além dos abaixo-assinados houve outras iniciativas do género, várias manifestações de associações de utentes e foi criada uma Comissão de Utentes dos Transportes que considerou ter a reestruturação da rede da Carris “apenas um pendor economicista, fomentando a abertura do Metro no Terreiro do Paço”, pois as alterações tentaram “empurrar” os utentes para o Metro, e aumentaram o tempo de espera entre carreiras, “que depois das 21h30 é entre 30 a 40 minutos”.
Também os vereadores da CDU na Câmara de Lisboa já fizeram várias diligências junto da Carris para alterar algumas situações.
Numa nota enviada hoje à Carris, lembram a necessidade de uma carreira que faça o percurso interior dos bairros que sofreram grandes alterações com o realojamento de centenas de novos moradores, como “os moradores dos bairros sociais da Ameixoeira/Galinheiras, onde apenas passa duas carreiras” e “a distâncias consideráveis das áreas residenciais”. São também referidas as carreiras de Campolide, do Bairro Santos, como o fim da carreira 31 até à Baixa (encurtada actualmente a Sete Rios), que exige transbordos para o Metro.
A reorganização no serviço da Carris implicou a extinção de oito carreiras de autocarros e alterações em mais de 30 percursos 2.
1. Ver Lusa doc nº 8348278, 20/05/2008 - 13:15
2. Ver Lusa doc. nº 8348254, 20/05/2008 - 13:15
19/05/2008
À boleia de PediBus
Este projecto, denominado ‘PediBus’, é financiado pela União Europeia e resulta de uma parceria entre três escolas daquelas duas freguesias e a CML, mas o objectivo será convidar outras escolas da cidade para aderir ao ‘PediBus’.
Como funciona? Por exemplo, em Campo de Ourique uma criança de 8 anos sai de casa todos os dias às 8h30, munido de um colete reflector e boné. No caminho encontra outros colegas e juntos fazem o percurso. A acompanhar vai sempre uma das mães, voluntária do programa. E, à semelhança de um autocarro, percorrem um circuito definido, parando junto a placas azuis, onde se vão juntando mais crianças 1.
O objectivo é claro: realizar um percurso pedonal em segurança para as escolas e vice-versa e, ao mesmo tempo, alertar para as vantagens ambientais deste procedimento. Mas esta prática está longe de ser novidade noutros países.
Milhões de crianças, em 37 países dos cinco continentes, já não esperam pelo autocarro para irem para a escola. Elas aguardam numa paragem de ‘PediBus’ que um grupo de pequenos caminhantes, acompanhados por adultos, passe e as leve. Os adultos vestem coletes fluorescentes e todos caminham em cortejo.
A ideia de promover as deslocações a pé para a escola nasceu em 1991. E ganhou relevo em vários países europeus, como França, Bélgica, Holanda, Itália, Alemanha, Suíça, República Checa, Inglaterra e Chipre. Portugal tem estado até agora fora da lista.
O ‘Pedibus’ é, em suma, um projecto saudável, divertido, económico e ecológico. As crianças adoram. Fazem exercício, recebem educação rodoviária e criam relações de amizade. E os pais delas preferem as caminhadas a pé às pequenas deslocações de carro, pois gastam menos combustível, evitam filas de trânsito e as buzinadelas 2.
1. Ver Metro 2008-05-16
2. O sítio oficial do «pedibus» é www.iwalktoschool.org Ver www.audacia.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEFuZuVEZEYlKWoBTs
MobileGAS
18/05/2008
Bio-Hortas
Inserida no programa “Ciência divertida”, a iniciativa decorre até Junho, e tem a chancela da Câmara Municipal Cascais e do Grupo Ecológico de Cascais (GEC). A Câmara, o GEC e as escolas e jardins-de-infância da rede pública do município assinaram uma carta de compromisso que viabilizará a criação de biohortas nos espaços escolares. Segundo a carta de compromisso, compete à autarquia apoiar financeira e logisticamente o projecto num investimento global de 32.000 euros, cabendo às escolas e jardins-de-infância do concelho assegurar a implementação e a manutenção da biohorta.
Participam nesta iniciativa 22 estabelecimentos de ensino, estando no total envolvidas 37 turmas que correspondem a 784 alunos 1, com informações sobre os conceitos relativos à agricultura biológica a serem explicados ao pormenor, tirando-se dúvidas antes de se pegar na enxada e trabalhar a terra, com lições extra para se entender quais os factores que se interligam na questão da sustentabilidade ambiental. O projecto “Biohortas pedagógicas” entrou no plano curricular e o GEC trata da componente técnica para que as hortas ganhem vida num espaço da escola.
Há cinco sessões programadas com compostagem, preparação do terreno, plantação, criação de sebes e nutrição no topo da lista. “Cada uma das sessões tem metodologia própria da agricultura biológica”, com os alunos a intervir em todo o processo. A ideia é que todos os intervenientes se tornem autónomos, alunos e professores, para que consigam caminhar pelo próprio pé, ou seja, tratar das plantações e colher os seus frutos.
Tudo é feito de uma forma divertida para que os mais pequenos percebam a teoria e a coloquem em prática sem complicações, incluindo um teatro sobre plantação. Começa com a preparação da terra e a compostagem, com uma casa de minhocas que fazem terra, que produzir o composto. Na segunda sessão é explicado o que fazer para se evitar as pragas, percebendo porque não se usam químicos. As sebes são plantadas na terceira sessão e são analisados à lupa outros bichos que comem as pragas. Plantam-se vegetais e legumes de variedades à escolha. Mais tarde, colhe-se o que foi semeado e ainda há tempo para uma sessão sobre nutrição, para que os mais pequenos percebam o que faz bem à saúde.
E o que acontece ao produto final? A produção das hortas pode ser servida à mesa das cantinas das 37 turmas inscritas no projecto ou ainda vendida em mercados locais 2.
Entretanto, Lisboa continua, qual ‘bela adormecida’, alheia a estes procedimentos de sensibilização escolar ambiental.
17/05/2008
Verdes querem critérios justos para os Transportes Urbanos
Como se sabe, desde há largos anos os sucessivos Governos têm vindo a atribuir, ao abrigo do Orçamento de Estado, indemnizações compensatórias aos vários transportes públicos nacionais, mas também aos transportes colectivos urbanos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Acontece que a atribuição destas indemnizações compensatórias aos serviços colectivos de transportes urbanos de Lisboa e Porto e a não atribuição desta mesma compensação aos transportes urbanos, por exemplo, de Aveiro, Barreiro, Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Portalegre, entre outros, tem constituído um factor de iniquidade territorial.
Ao mesmo tempo, esta situação constitui um factor de injustiça fiscal, uma vez que os munícipes das cidades não contempladas acabam por pagar triplamente o serviço de transporte colectivo, ou seja, pagam a utilização dos seus transportes diariamente, pagam através do orçamento da sua autarquia o défice de exploração dos serviços municipais de transporte e, por fim, pagam, por via do Orçamento de Estado, os transportes urbanos de Lisboa e Porto.
Acresce ainda que são precisamente as cidades de Lisboa e Porto, que já de si beneficiam mais do investimento estatal na existência de transportes nacionais e onde os transportes urbanos, por via da densidade demográfica, têm maiores possibilidades de atingir um equilíbrio financeiro.
E é neste contexto que importa avaliar as responsabilidades do Estado nos transportes urbanos, nomeadamente, se este deve assumir parte dos seus encargos ou se apenas deverão ser as diferentes autarquias a assumi-lo.
Para “Os Verdes”, o peso que os combustíveis fósseis representam nas importações nacionais e os efeitos dos mesmos nas alterações climáticas, a par da necessidade do incremento do transporte colectivo em Portugal, faz com que o Estado tenha claras responsabilidades de intervir nesta matéria.
Outro facto que não se pode deixar de ter em conta, são as claras limitações financeiras das diferentes autarquias, o que dita a sua incapacidade em fornecer e suportar, sozinhas, um serviço municipal de transporte colectivo com qualidade, com preços convidativos ao seu uso e com tarifários que permitam desempenhar a sua função social.
Como tal, “Os Verdes” esperam ver aprovado este Projecto de Resolução que, para além de recomendar ao Governo a definição de critérios objectivos para a atribuição de indemnizações compensatórias por parte do Orçamento de Estado aos diferentes serviços de transportes urbanos, aponta para alguns princípios orientadores na definição desses próprios critérios.
“Os Verdes” consideram que o Orçamento de Estado, através das Indemnizações Compensatórias, deve apoiar os diferentes municípios na manutenção dos serviços municipais de transporte urbano e suportar os custos do serviço social por ele prestado.
“Os Verdes” pretendem ainda que a Assembleia da República recomende ao Governo que, através de Programas de incentivos, zele para que a iniquidade territorial, que irá persistir para aqueles cidadãos que residam em concelhos onde não existe qualquer tipo de serviço de transportes colectivos urbanos, venha a ser corrigida a médio prazo.
16/05/2008
II Encontro ‘Agir Local’
Esta iniciativa, na qual participarão diversos eleitos de “Os Verdes” nas Câmaras e Assembleias Municipais e Juntas e Assembleias de Freguesia, e activistas de “Os Verdes”, tem como objectivo aferir e melhorar a intervenção de “Os Verdes” a nível a local em defesa da educação, saúde, ambiente e qualidade de vida das populações.
Neste encontro de trabalho, estarão em debate as políticas nacionais com impacto na vida local, mais especificamente sobre as Leis Eleitorais, políticas de finanças locais e ordenamento do território, políticas de saúde, de educação e de ambiente. Serão ainda trocadas experiências entre eleitos e activistas de “Os Verdes” no quadro dos órgãos autárquicos e fora deles.
Para “Os Verdes”, a qualidade de vida dos cidadãos depende, não só das políticas nacionais e locais, mas também da intervenção activa dos ecologistas. No encerramento do Encontro, que terá lugar às 17h30 no ISCAD, serão prestadas declarações à comunicação social.
15/05/2008
Veículos ecológicos
Estes veículos ecológicos chegam agora a Portugal, vindo ao todo para Lisboa 12 ‘ecomobiles’. Os veículos vão percorrer os principais pontos turísticos da capital, designadamente a zona histórica da cidade, entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.
Os ‘ecomobiles’ transportam entre duas a três pessoas e os preços vão dos seis aos vinte euros por hora.
14/05/2008
Novos dados preocupam cientistas
Segundo o Painel Intergovernamental das Nações Unidas (IPCC), que estuda as alterações climáticas, é preocupante este novo dado publicado pelo National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), onde refere que os níveis de CO2 atingiram um novo recorde absoluto na atmosfera, de 378 ppm sendo o valor mais alto dos últimos 650 mil anos.
Desde 2000 que os valores deste gás com efeito de estufa têm vindo a aumentar para 2,1 ppm, enquanto que a sua taxa anual de crescimento esteve estabilizada em 1,5 ppm entre 1970 e 2000. Torna-se assim "inequívoco" o aquecimento global do planeta, também já anunciado pelo IPCC no seu relatório no ano passado.
Com estas novas referências, os cientistas questionam-se actualmente, se a Terra não estará a ressentir-se das excessivas libertações de gases para a atmosfera, abrandando a sua capacidade natural de absorver essas quantidades industriais de CO2. Poderá então haver uma sobrevalorização da capacidade de absorção da biosfera (oceanos e florestas) calculada pelos modelos, o que implica que as taxas de emissões de gases em negociações actuais pelos diversos países, poderão estar desfasadas e não serem suficientes para se travar o aquecimento médio global ainda durante este século.
Ver
http://dn.sapo.pt/2008/05/14/ciencia/nivel_co2_atmosfera_atinge_valores_r.html13/05/2008
Universidade defende preservação do Jardim Botânico
O documento que o Reitor da UL enviou para a CML define os “elementos intocáveis” nos edifícios da Politécnica para o plano de pormenor que sairá do Concurso de Ideias para a zona, a qual “deve ser mantida como zona ‘tampão’ criada pelos logradouros das casas que ladeiam o Jardim Botânico”.
“Nenhuma construção deve exceder as cérceas já existentes no local, não podendo ter uma altura que ultrapasse significativamente a cota do muro do Jardim, uma vez que isso modificaria a circulação das massas de ar e, a longo prazo, poderia alterar os nichos ecológicos”, sustenta.
No documento, é defendido que o Jardim Botânico deve continuar com um acesso condicionado, obedecendo a um horário de abertura ao público e a procedimentos de segurança, como a existência de portaria, guarda e controlo de entradas.
“Todavia, uma vez garantidas a segurança, nada impede que o Jardim Botânico melhore a acessibilidade e a frequência de público”, lê-se no documento, que acrescenta que até ao incêndio de 1978 nos edifícios da Politécnica o jardim foi um espaço bastante frequentado.
Para a Universidade, “qualquer intervenção nas áreas envolventes do Jardim Botânico pressupõe rigorosos estudos prévios”, não só dos impactos das obras, mas sobretudo dos impactos permanentes das intervenções.
Devem, assim, ser estudadas a “circulação hídrica, solidez e estabilidade dos terrenos e escorrência natural superficial e subsuperficial das águas das chuvas, fluxos de águas contaminadas e poluição atmosférica decorrente de alterações permanentes, ruído ou vibrações directamente transmitidas no solo, nomeadamente pela passagem de funiculares, poluição térmica, circulação área, modificação do regime de ventos e fluxos locais de ar, fluxos de radiação luminosa”.
Além de todos os cuidados a ter com o Jardim Botânico, a UL aponta seis edifícios “intocáveis” na requalificação da zona: a sede dos Museus da Politécnica, o picadeiro, o Observatório Astronómico e o Edifício da Matemática, o herbário e a sala do conselho.
O edifício-sede dos museus “deverá ser requalificado integralmente para fins museológicos e científicos, com exposições permanentes e temporárias” e o picadeiro, um monumento classificado, “deve ser requalificado como espaço de exposições, de congressos ou de eventos culturais e científicos organizados pela Universidade ou pela Câmara”.
Tanto o Observatório Astronómico como o Edifício da Matemática “são elementos importantes do conjunto patrimonial que devem ser recuperados para fins internos aos museus, até porque a sua utilização externa poderá revelar-se prejudicial ao Jardim Botânico”.
O herbário deve “manter a sua ocupação actual” e o prédio onde está a sala do conselho, “apesar de se situar num edifício com interesse histórico limitado, deve ser preservado e devidamente enquadrado na utilização a definir para aquela zona”.
Com estes edifícios definidos como “intocáveis”, “ficam duas áreas possíveis de intervenção para fins culturais, recreativos ou comerciais”: a zona da Alameda Sul, antiga cantina, onde se encontra actualmente o teatro da Politécnica, e duas pequenas casas em ruína, e a zona mais ampla da Alameda Norte e dos espaços contíguos ao picadeiro, incluindo a parte do edifício que confina com o picadeiro e uma série de pequenas casas e garagens, a maior parte das quais se encontra em ruína.
A UL, que considera que “para a requalificação do espaço da Politécnica e para a sua sustentabilidade parece de grande utilidade a construção de acessos mais fáceis e, sobretudo, de estacionamento”, encara o concurso de ideias promovido pela CML para o Parque Mayer, Jardim Botânico e Edifícios da Politécnica como “uma nova oportunidade para a reabilitação do espaço da Politécnica”, que está em contínua degradação desde o incêndio de 1978, pelo que recusa “qualquer projecto que não tenha como matriz a valorização pública do espaço e o correspondente reforço da sua missão universitária, museológica, científica e cultural”.
Como a “situação actual, de degradação e ruína de muitos edifícios, é absolutamente inaceitável e representa um perigo efectivo para a preservação do Espaço da Politécnica”, “a UL está determinada em combater as inércias e os argumentos, internos e externos, que pretendem deixar tudo na mesma. Mas a Universidade não desconhece que o perigo maior consiste na usurpação deste espaço para fins privados, desrespeitando um património único e o que ele representa para a cidade e para o país”.
Um dos principais receios manifestados nos debates públicos que decorreram o mês passado sobre o concurso de ideias do Parque Mayer era o de que o projecto de revitalização implicasse uma ‘devassa’ do Jardim Botânico, com consequências para as espécies arbóreas 1.
Nesse sentido, o Grupo Municipal de “Os Verdes” viria a apresentar uma recomendação sobre o “Jardim Botânico de Lisboa”, a qual seria aprovada na sessão de AML do passado dia 22 de Abril 2.
2. Ver http://pev.am-lisboa.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=167&Itemid=36
12/05/2008
CRIL vai afectar milhares de cidadãos
José Miguel Gonçalves, deputado do Partido Ecologista “Os Verdes”, afirmou que há um “incumprimento” no que foi estipulado na declaração de impacto ambiental e, no que consta no novo projecto, que segundo o deputado, “irá prejudicar directamente a qualidade de vida de milhares de pessoas residentes na Damaia, Alfornelos, Venda-nova (Amadora) e no Bairro de Santa Cruz de Benfica”.
“Este novo troço terá 4 vias em cada sentido sendo a grande parte do troço a céu aberto, o que desde logo, constituirá um obstáculo físico por não estar previsto um canal de passagem para as pessoas”, afirma. José Miguel Gonçalves alerta para os impactos negativos do novo troço, que não só infringe as condições mínimas de segurança rodoviária, como trará ainda mais tráfego para aquela área. “Um dos objectivos desta obra é permitir uma maior fluidez no trânsito, atendendo que a velocidade tem de ser reduzida o próprio objectivo da obra é por si contraditório”, defende o deputado.
Lamenta ainda o facto de o Governo ter desprezado a proposta alternativa de Falagueira traçado que o PEV considera ser o mais viável por se tratar de um espaço que não está urbanizado. Para o deputado, o actual projecto adjudicado para a conclusão da CRIL (ligação nó da Buraca-Pontinha) “não respeita as recomendações existentes para este tipo de vias, pondo em causa a eficiência e a segurança rodoviária, assim como o Ambiente e a qualidade de vida de milhares de Cidadãos”, garante.
A Comissão de Moradores de Santa Cruz de Benfica acusa o Governo de “proteger empreendimentos futuros de uma elite minoritária”, onde estão envolvidas mais de uma dezena de empresas construtoras e está prevista uma área de construção de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) metros quadrados.
Ver Lusa doc. nº 8317613, 12/05/2008 - 19:25
11/05/2008
Alterações climáticas originam epidemias sazonais
A febre da carraça do centro da Europa está inclusive a preocupar os organizadores do Euro 2008, que vai jogar-se na Suíça e na Áustria já no próximo mês, pois a febre da carraça da Europa central é uma patologia que pode surgir nos meses quentes, sobretudo depois do período das chuvas.
Segundo a subdirectora-geral da Saúde, a febre escaronodular ou mediterrânica é uma zoonose que afecta os países mediterrânicos. O nome “remete para a erupção que fica no local onde a carraça faz a inoculação, uma espécie de crosta escura”. “O problema não são as carraças, mas o que têm no interior. São esses microorganismos que provocam a doença”.
Geralmente as carraças preferem alimentar-se de pequenos mamíferos, aves e répteis, mas ocasionalmente também picam humanos. A febre é causada por um parasita, a rickettsia conorii, que é transmitida ao homem pela carraça. No caso da encefalite da Europa central, trata-se de um vírus que afecta o sistema nervoso central.
O número de casos tem vindo a cair nos últimos anos, com excepção de 2004, mas a febre da carraça continua a ser a doença com características sazonais e regionais mais notificada em Portugal, potenciada agora pelas próprias alterações climáticas.
“Se for detectada a tempo, não é problemática, tem uma evolução benigna e pode ser tratada com antibióticos”, explica a médica. A doença tem um período de incubação de três a sete dias e manifesta-se com febre, dores musculares e de cabeça, náuseas, vómitos e perda de apetite.
Mas o melhor é apostar na prevenção, quer da doença, quer lutando contra as causas que propiciam as alterações climáticas.
Ver http://dn.sapo.pt/2008/05/11/sociedade/febre_carraca_aumenta_aquecimento_gl.html
10/05/2008
Dia mundial do comércio justo
Desde 3ª fª passada e até ao dia 17 de Maio, Almada vai ser a capital portuguesa do Comércio Justo, assinalando esta efeméride com uma ‘workshop’, a estreia do primeiro documentário feito em português sobre o tema, incluindo debates, visitas a escolas básicas e secundárias do concelho, teatros de sombras, um piquenique solidário, uma gincana justa, entre muitas outras actividades, todas de participação gratuita.
Também a partir de hoje, e até ao fim da ‘Quinzena’, será possível comer “pratos confeccionados produtos de Comércio Justo” em alguns restaurantes do concelho 1.
Hoje foi a vez de na Baixa lisboeta ter sido inaugurada uma loja onde “o acto de consumo quotidiano se transforma num acto político”. Aproximar o consumidor do produtor, para que este saiba o que está a consumir, é um dos princípios básicos do movimento do Comércio Justo. “Vendemos produtos manufacturados de qualidade elevada, que apelam ao consumo responsável. Aqui há garantia de que os produtores não foram explorados, de que foram cumpridas as regras do jogo”.
Na nova loja da Rua da Prata pode encontrar-se produtos de cinco grandes áreas: artesanato, têxtil, produtos alimentares (biológicos), cosméticos e música do mundo, a qual, tal como outras espalhadas pelo país e pelo mundo, não tem fins lucrativos. “A margem de lucro obtida com a venda dos produtos é usada para pagar os custos inerentes à manutenção de uma loja, e para reinvestir no movimento do Comércio Justo, com projectos de apoio a pequenos produtores e acções de esclarecimento em escolas, por exemplo”.
Em Lisboa já tinha existido uma loja de Comércio Justo, a ‘Mercearia do Mundo’, que teve portas abertas entre 2004 e 2007 na Rua de São José, ao cimo do Elevador do Lavra, mas “as condicionantes do mercado fizeram com que a loja não fosse sustentável em termos económicos” 2. Talvez o centro da baixa pombalina possa agora ser uma ‘montra’ mais atractiva.
09/05/2008
Opções (nada) sustentáveis
“As vantagens dos organismos geneticamente modificados (OGM-Organismos Geneticamente Modificados) só existem para as grandes multinacionais que vendem as sementes”, acrescentou à margem do debate “Serão os OGM uma opção sustentável?” em Serralves. “Basta olhar para os lucros descomunais que as multinacionais de agroquímica estão a ter neste período em que enfrentamos uma crise alimentar mundial para perceber que têm vantagem em que se produzam e consumam transgénicos”.
A activista referiu que até 2020, segundo a meta que a União Europeia estabeleceu, todos têm que estar a usar nos transportes 10% de combustível agrícola, frisando que “no futuro vamos ter que escolher se queremos abastecer o carro ou se queremos abastecer o estômago”. “A partir do momento em que os dois grandes blocos económicos mundiais, EUA e União Europeia, dizem que a comida vai passar a ser combustível, ela passa a ser tão especulada como o petróleo”, justificando assim a crise alimentar actual.
Margarida Silva apontou o dedo ao Governo dizendo que “não existe clareza nem força política da parte do governo português que tire o país da rota de colisão”, explicando que os transgénicos em nada podem ajudar a que Portugal recupere a sua competitividade económica. A activista salientou ainda que esta semana houve um debate em Bruxelas, entre os 27 comissários, de orientação sobre qual deveria ser a estratégia para enfrentar a crise, “em que mais uma vez foi adiada uma decisão”.
Em Portugal, e na Europa, é proibida a adição de determinados OGM nos alimentos dos animais mas, no entanto, é autorizada a importação de carne de países onde esses mesmos OGM são introduzidos nos alimentos dos animais.
Também para o presidente da Associação dos Produtores de Cereais, apesar da Europa ser regra geral excedentária em cereal “é deficitária em oleaginosas (como a soja e o girassol) necessárias para as rações dos animais”.
“A nível mundial o problema (da especulação) vai manter-se. A questão está mais ou menos controlada em termos europeus, mas em termos mundiais vai continuar a existir com o aumento da procura na China e na Índia e com os biocombustíveis nos Estados Unidos da América", sustentou.
Ver Lusa doc nº 8305342, 08/05/2008 - 19:27
06/05/2008
A insustentabilidade dos recursos alimentares
A Humanidade, acrescentou, só consegue “ir gerindo a situação [do desequilíbrio na distribuição de recursos alimentares] através dos combustíveis fósseis”. Só que essa solução não é sustentável, para quem “a definição de desenvolvimento sustentável” é relativamente simples. “Não temos desenvolvimento sustentável quando usamos uma porção dos recursos da Natureza mais rapidamente do que a Natureza consegue, naturalmente, regenerar-se”, disse o activista irlandês.
A solução duradoura está na consciencialização e intervenção de cada uma das pessoas. “Cada acto individual é um acto político. Se hoje todos dissermos ‘não vou de carro para o trabalho, vou de bicicleta’ podemos mudar a política de um país no espaço de um ano”.
Em 1984, “na televisão passava uma notícia da BBC”, que dizia que “treze milhões de pessoas estavam a morrer de fome [na Etiópia]. O jornalista escolhia as palavras com cuidado - via-se que estava enojado - e as suas palavras [para mim] foram perfeitas”, lembrou o activista. “Estes milhares de pessoas - na sua maioria crianças, muitos miúdos de cinco anos, com miúdos de três anos ao colo porque os pais lhes tinham dado a última comida antes de eles próprios morrerem - sentaram-se num canto da Etiópia e esperaram que o Mundo os ajudasse”. “Aquele noticiário foi como um olho de Cíclope [sempre aberto], forçou-nos a ver a mão vazia da Humanidade”, afirmou o músico.
“Percebi que era preciso algo mais do que uma moedinha na caridade...”. O resultado ficou para a história. Com o ‘Live Aid’ “fizemos 200 milhões de dólares”, mas que apenas ajudou a minorar “os sintomas da pobreza”.
“As verdadeiras causas são políticas e económicas. Por isso também as soluções são políticas e económicas”, acrescentou. “[Na Europa] pagamos impostos para produzir, pagamos impostos para armazenar e pagamos impostos vergonhosos, imorais, abjectos para destruir comida em excesso”. É irónico que “25 anos depois (…) ainda tenha de dizer ‘Feed the World’ (Alimentem o Mundo). Nunca pensei que fosse preciso fazê-lo depois deste tempo todo” 1.
O músico não ensaiou explicar, no entanto, o(s) porquê(s) da relação entre a persistência do agravamento dos níveis de pobreza e a escandalosa acumulação de lucros por parte dos detentores do poder económico e político.
05/05/2008
Gasóleo profissional para táxis
Os custos para os utilizadores já são tão elevados, que fazer reflectir permanentemente a subida do gasóleo no tarifário pago pelo utente, levará à constante menor procura desta forma de transporte e à liquidação parcial e progressiva deste sector.
A questão é que o Governo, em Março deste ano, veio tornar público que criará um gasóleo profissional mais barato para os transportes rodoviários pesados de passageiros, tendo em conta justamente, a permanente escalada do preço do gasóleo.
Ora, se esta medida deverá ser implementada durante todo o 2º semestre de 2008, seria de elementar bom senso perceber que os táxis também se confrontam com o mesmo problema, também transportam passageiros, e que por isso não é compreensível que fiquem de fora desta medida.
Isso mesmo foi reconhecido numa audiência que a FPT teve na Secretaria de Estado dos Transportes, tendo-lhes sido afirmado que, de facto, o sector dos táxis também estava incluído no problema, mas que talvez apenas em 2009 poderiam vir a beneficiar de um gasóleo profissional mais barato. Ou seja, reconheceu-se que a pretensão dos taxistas é justa, mas não se apontou uma solução idêntica à das transportadoras de pesados de passageiros.
Por isso, na sequência de uma audição do Grupo Parlamentar de “Os Verdes” a representantes da FPT, a deputada Heloísa Apolónia pediu na AR esclarecimentos ao Governo sobre a possibilidade de os táxis poderem também vir a beneficiar do gasóleo profissional, indagando se o Ministério vai ou não incluir os táxis no regime especial, de acesso a gasóleo profissional mais barato, assim que ela for implementada, que segundo o que foi tornado público é para Julho de 2008, à semelhança dos transportes rodoviários pesados de passageiros.
04/05/2008
Onde (quase) tudo é verde
Ainda nem aterrou no Aeroporto de Estocolmo e, sem saber, o turista já está a contribuir para um mundo melhor. Na hora de aterrar não sentirá nada de especial, mas a companhia aérea sueca garante que aqui as aterragens são ‘verdes’. Ou seja, lançam menos poluição e gastam menos combustível. Com a tecnologia ‘green landing’, o avião aterra de forma mais suave e o ruído também é muito menor. Por cada viagem, poupam-se 500 quilos de CO e 20% do combustível.
Esta é apenas uma das muitas tecnologias que a Suécia tem desenvolvido nos últimos anos com o objectivo de causar menos danos ao ambiente e promover a sustentabilidade. Preocupação essa perfeitamente interiorizada pelos suecos e que não carece de previsões catastróficas como as do aquecimento global para se traduzir em práticas diárias. Há décadas que os suecos se empenham arduamente na preservação do ambiente e na procura de soluções que lhe causem o menor impacto possível. Isto porque estão perfeitamente convencidos de que a sua acção faz a diferença.
As práticas ambientais encaixam-se na rotina de cada um e nem o turista que por aqui passa uns dias tem hipótese de lhes escapar. No aeroporto, na hora de apanhar um táxi, pode optar por uma viagem mais ecológica e seguir num dos muitos veículos limpos disponíveis na cidade. Carros eléctricos, híbridos ou movidos a biocombustíveis estão em franco crescimento na Suécia. Mas aqui os incentivos são grandes e o exemplo vem de cima: quem tem carro limpo não paga estacionamento e quase todos os membros do Estado circulam num.
Mesmo com a discussão da sustentabilidade da produção de biocombustíveis na ordem do dia, agravada pela grave crise alimentar mundial, os suecos continuam a apostar nestes veículos, não ignorando a necessidade de investir numa segunda geração mais sustentada de biocombustíveis.
Se a opção no táxi for verde, a entrada na cidade será gratuita. Caso contrário, o motorista pagará uma taxa ao passar por um dos 18 radares colocados nas entradas da capital. É assim há seis meses, a cada entrada e saída, desde que os suecos se pronunciaram, em referendo, a favor desta opção. A excepção é a noite, e durante o dia o valor varia consoante a hora, nunca excedendo os seis euros. Apesar de ainda não ser possível apurar as melhorias em termos de poluição, os resultados superaram as expectativas: o tráfego automóvel desceu 10 a 20% e mais 50 mil pessoas passaram a usar os transportes colectivos, explica a responsável ambiental do município. Para tornar mais eficaz esta opção, foram postos a circular mais 120 autocarros, a que se juntam os muitos eléctricos, a extensa rede de metro e as inúmeras ciclovias.
Na hora de escolher o hotel, o turista pode optar por um que já tenha tradição ambiental, onde os pequenos almoços podem ser 100% biológicos e o camarão foi retirado das ementas, para preservar a espécie. As garrafas de água foram abolidas e substituídas pela água da torneira. Nos quartos, muitos ‘ecorooms’ construídos com materiais biodegradáveis, os caixotes exigem a separação do lixo e os ares condicionados só oscilam três graus centígrados.
Mesmo que só cumpra estes requisitos por uns dias, o turista pode importar o conceito para o seu país. Este como tantos outros que fazem da Suécia um dos países ambientalmente mais avançados do mundo.
Ver http://dn.sapo.pt/2008/05/04/sociedade/num_reino_onde_tudo_e_verde.html