“As guerras do futuro serão travadas pelo controle dos recursos alimentares, já que o Mundo tem demasiada população e a comida não chega para todos”, declarou hoje em Lisboa o músico e activista irlandês Bob Geldof, no decorrer de um almoço-conferência com o tema ‘Desenvolvimento Sustentável - Fazer a Diferença’.
A Humanidade, acrescentou, só consegue “ir gerindo a situação [do desequilíbrio na distribuição de recursos alimentares] através dos combustíveis fósseis”. Só que essa solução não é sustentável, para quem “a definição de desenvolvimento sustentável” é relativamente simples. “Não temos desenvolvimento sustentável quando usamos uma porção dos recursos da Natureza mais rapidamente do que a Natureza consegue, naturalmente, regenerar-se”, disse o activista irlandês.
A solução duradoura está na consciencialização e intervenção de cada uma das pessoas. “Cada acto individual é um acto político. Se hoje todos dissermos ‘não vou de carro para o trabalho, vou de bicicleta’ podemos mudar a política de um país no espaço de um ano”.
Em 1984, “na televisão passava uma notícia da BBC”, que dizia que “treze milhões de pessoas estavam a morrer de fome [na Etiópia]. O jornalista escolhia as palavras com cuidado - via-se que estava enojado - e as suas palavras [para mim] foram perfeitas”, lembrou o activista. “Estes milhares de pessoas - na sua maioria crianças, muitos miúdos de cinco anos, com miúdos de três anos ao colo porque os pais lhes tinham dado a última comida antes de eles próprios morrerem - sentaram-se num canto da Etiópia e esperaram que o Mundo os ajudasse”. “Aquele noticiário foi como um olho de Cíclope [sempre aberto], forçou-nos a ver a mão vazia da Humanidade”, afirmou o músico.
“Percebi que era preciso algo mais do que uma moedinha na caridade...”. O resultado ficou para a história. Com o ‘Live Aid’ “fizemos 200 milhões de dólares”, mas que apenas ajudou a minorar “os sintomas da pobreza”.
“As verdadeiras causas são políticas e económicas. Por isso também as soluções são políticas e económicas”, acrescentou. “[Na Europa] pagamos impostos para produzir, pagamos impostos para armazenar e pagamos impostos vergonhosos, imorais, abjectos para destruir comida em excesso”. É irónico que “25 anos depois (…) ainda tenha de dizer ‘Feed the World’ (Alimentem o Mundo). Nunca pensei que fosse preciso fazê-lo depois deste tempo todo” 1.
O músico não ensaiou explicar, no entanto, o(s) porquê(s) da relação entre a persistência do agravamento dos níveis de pobreza e a escandalosa acumulação de lucros por parte dos detentores do poder económico e político.
A Humanidade, acrescentou, só consegue “ir gerindo a situação [do desequilíbrio na distribuição de recursos alimentares] através dos combustíveis fósseis”. Só que essa solução não é sustentável, para quem “a definição de desenvolvimento sustentável” é relativamente simples. “Não temos desenvolvimento sustentável quando usamos uma porção dos recursos da Natureza mais rapidamente do que a Natureza consegue, naturalmente, regenerar-se”, disse o activista irlandês.
A solução duradoura está na consciencialização e intervenção de cada uma das pessoas. “Cada acto individual é um acto político. Se hoje todos dissermos ‘não vou de carro para o trabalho, vou de bicicleta’ podemos mudar a política de um país no espaço de um ano”.
Em 1984, “na televisão passava uma notícia da BBC”, que dizia que “treze milhões de pessoas estavam a morrer de fome [na Etiópia]. O jornalista escolhia as palavras com cuidado - via-se que estava enojado - e as suas palavras [para mim] foram perfeitas”, lembrou o activista. “Estes milhares de pessoas - na sua maioria crianças, muitos miúdos de cinco anos, com miúdos de três anos ao colo porque os pais lhes tinham dado a última comida antes de eles próprios morrerem - sentaram-se num canto da Etiópia e esperaram que o Mundo os ajudasse”. “Aquele noticiário foi como um olho de Cíclope [sempre aberto], forçou-nos a ver a mão vazia da Humanidade”, afirmou o músico.
“Percebi que era preciso algo mais do que uma moedinha na caridade...”. O resultado ficou para a história. Com o ‘Live Aid’ “fizemos 200 milhões de dólares”, mas que apenas ajudou a minorar “os sintomas da pobreza”.
“As verdadeiras causas são políticas e económicas. Por isso também as soluções são políticas e económicas”, acrescentou. “[Na Europa] pagamos impostos para produzir, pagamos impostos para armazenar e pagamos impostos vergonhosos, imorais, abjectos para destruir comida em excesso”. É irónico que “25 anos depois (…) ainda tenha de dizer ‘Feed the World’ (Alimentem o Mundo). Nunca pensei que fosse preciso fazê-lo depois deste tempo todo” 1.
O músico não ensaiou explicar, no entanto, o(s) porquê(s) da relação entre a persistência do agravamento dos níveis de pobreza e a escandalosa acumulação de lucros por parte dos detentores do poder económico e político.
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