03/07/2009

Alunos dos cursos de ambiente diminuem

Com o mercado do ambiente em crescimento, e consequentemente com o aumento de ofertas de trabalho no sector, a opção por cursos ligados à área tem sido uma aposta nos últimos anos pelos candidatos ao ensino superior. Mas, apesar de ser cada vez mais necessária mão-de-obra para esta área, já começa a haver excesso de diplomados.
Os primeiros cursos de Engenharia do Ambiente nasceram em 1978 nas Universidades Nova de Lisboa e na de Aveiro. Actualmente, existirão mais de 2000 engenheiros do ambiente, uma oferta que já ultrapassa as necessidades. “O número de pessoas colocadas no mercado é excessivo”, avisa um professor do Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa.
Talvez por essa razão, verificou-se, em 2008, uma redução do número de cursos superiores na área ambiental de perto de 50 para cerca de 35. A redução dos cursos na área do ambiente tem sido a tónica nos últimos quatro anos, bem como do número de vagas e de alunos colocados em cursos de ambiente.
Mas esta não é uma situação singular em Portugal. Na Holanda, por exemplo, “a procura de diplomados na área do ambiente tem vindo a decrescer e os cursos afins têm vindo a ser encerrados. Resta praticamente somente um curso em Delft”, sublinha um professor da Universidade do Minho.
Independentemente do elevado número de alunos que vão sendo formados nas universidades, em Portugal subsistem necessidades em alguns subsectores. É o caso da bioenergia e renováveis; risco e impacto ambiental; gestão ambiental (certificação auditoria); sistemas integrados de gestão ambiental, qualidade e segurança; e controlo da poluição do ar.
No presente ano lectivo foram colocados em cursos relacionados com o ambiente 975 alunos, insuficientes para preencher as 1.150 vagas disponíveis. O mestrado integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi o que registou o maior número de colocados (70), as mesmas do curso de Engenharia do Ambiente, da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa.
Nota-se, por isso, “alguma saturação de diplomados e falta de emprego para recém-licenciados na área ambiental”.

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