03/07/2009

Crescem os empregos verdes

Engenheiro de energia, biotecnólogo, marketeer ambiental, advogado do ambiente, consultor de mercado de carbono. O mercado do ambiente tem criado, ao longo dos tempos, um leque variado de profissões e de postos de trabalho. Nos próximos anos, este mercado, impulsionado pela temática das alterações climáticas e das energias renováveis, deverá ser ainda mais representativo.

Actualmente são já 3,4 milhões os postos de trabalho a nível mundial relacionados com as energias renováveis, os transportes sustentáveis, bens e serviços energeticamente eficientes, e o emprego com baixas emissões de carbono, indica um relatório recente da WWF. A Associação dá conta de que os empregos gerados em sectores mais amigos do ambiente estão já a ultrapassar os das indústrias poluentes tradicionais, cerca de 2,8 milhões, ligados à exploração de minério, electricidade, gás, cimento, ferro e aço.
O estudo “prova que as políticas e tecnologias amigas do ambiente são uma contribuição positiva para a economia”, destaca o responsável da WWF pelas políticas climáticas e energéticas europeias. E acrescenta: “Se os políticos continuarem a apoiar indústrias poluentes, a Europa terá de enfrentar custos elevados dessa decisão no futuro, tanto em termos económicos como ao nível dos impactes no meio ambiente”.
Energia, água e resíduos são áreas que, futuramente, conhecerão um novo fôlego nos próximos anos em todo o mundo, e Portugal não é excepção. As tecnologias limpas e de eficiência energética granjeiam os principais investimentos. Só no campo da energia deverão ser investidos 18.300 milhões de euros até 2014, uma quantia absorvida em 50% pelas renováveis. Dados da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren) apontam para a disponibilização de mais de 6 mil milhões de euros de investimento privado nas energias renováveis até 2010.
Um outro relatório, intitulado “Empregos Verdes: Rumo ao Trabalho Decente num Mundo Sustentável e com Baixo Carbono”, que foi lançado no ano passado pelo programa ambiental da Organização das Nações Unidas e pela Organização Internacional do Trabalho, dá conta de que mais de 20 milhões de pessoas deverão trabalhar com empregos verdes até 2030.
Só na área da indústria e agricultura ligadas aos biocombustíveis espera-se a criação de cerca de 12 milhões de novos empregos em duas décadas. A indústria de painéis solares, englobando a fabricação, instalação e manutenção de painéis, geraria outros 6,3 milhões de empregos no mesmo período, enquanto que a indústria eólica somaria mais 2,1 milhões de empregos.
Actualmente, haverá 400 mil trabalhadores europeus nas áreas das energias renováveis, 2,1 milhões em transportes eficientes e 900 mil pessoas a trabalhar na área de bens e serviços “amigos do ambiente”. Entre estes postos de trabalho incluem-se os de empresas de construção, instalação e manutenção de parques eólicos e painéis solares, construção civil com vista ao melhoramento de eficiência energética, além de postos de trabalho indirectos.

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