05/02/2007

A ANMP concorda com “Os Verdes”


A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) vem concordar com as posições assumidas na entrevista “Portagens do nosso descontentamento”, publicada na véspera no URL www.osverdes.pt/contactov.asp?edt=13&art=135, ao vir exigir o avanço de planos de mobilidade sustentável, em alternativa a portagens pagas.
Segundo a agência LUSA (*), a ANMP considera a introdução de portagens nas cidades uma medida avulsa que prejudicaria os cidadãos com menos posses e apela ao Governo para desbloquear rapidamente os planos de Mobilidade Sustentável.
A ANMP "não pode aceitar que um projecto lançado em Fevereiro de 2006, com um apertado calendário de execução de imediato aceite pelos municípios e rigorosamente cumprido por eles, esteja parado", lê-se numa carta enviada quinta-feira ao ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e de Desenvolvimento Regional, Francisco Nunes Correia.
No documento, a que a Lusa teve acesso, é feito um historial do Projecto Mobilidade Sustentável, lançado há um ano pelo Instituto do Ambiente, com a colaboração da associação de municípios.
O objectivo do projecto é traçar planos de suporte a políticas de redução da necessidade de utilização do automóvel, promoção do transporte alternativo "acessível a todos", incremento do uso de veículos menos poluentes, criação de parques periféricos e penalização do uso do carro, para reduzir o impacto dos transportes sobre o ambiente e a saúde pública.
O Jornal de Negócios avançou segunda-feira que o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, assumiu que o Governo estava disponível para reforçar o diálogo com a ANMP, no sentido de promover a introdução de portagens à entrada das cidades, uma via que o governante considerou "promissora".
Nesse dia, a secretaria de Estado do Ambiente rejeitou a existência de qualquer proposta concreta de introdução de portagens nas cidades, confirmando apenas "contactos informais" com representantes das áreas metropolitanas esclarecendo em comunicado que não tem em curso qualquer negociação com as secretarias de Estado do Ambiente e dos Transportes "em relação à alegada possibilidade de criação de portagens às portas das cidades".
Na carta remetida quinta-feira ao ministro Nunes Correia, a ANMP reitera o interesse dos municípios em "definir e implementar" uma política integrada de mobilidade, "social e economicamente aceitável para todos".
Para a Associação, "medidas avulsas - como a introdução de portagens nas cidades - se não integradas numa estratégia global, em que as dimensões ambiental, económica e social são alvo de idêntica avaliação", poderão, no limite, acentuar as desigualdades sociais, "ao premiar as classes de maiores rendimentos, com capacidade para pagar qualquer preço pelo seu conforto".
Estes foram exactamente alguns dos critérios considerados como prioritários, na citada entrevista conduzida pela "Contacto Verde" no início da semana passada, ao deputado municipal do PEV na AML. Introdução de portagens, em que são sempre os mesmos a pagá-las? Não obrigado.
* IN: LUSA. Notícia SIR-8720569, 2007-02-02 - 14h53.
Imagem retirada do URL
www.ieeta.pt/~mos/cnct/jornal/nnl9/img7.gif

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