A propósito da calçada portuguesa, escreveu Julio A. a seguinte citação no URL http://cidadanialx.blogspot.com/2007/02/ainda-sobre-bela-calada-de-lisboa.html
«São exemplos destes que nos fazem pensar duas vezes substituir a calçada portuguesa por coisas destas de alcatrão? Como este exemplo (horrível) de Roma. Apesar de alguns pontos fracos, a nossa calçada (em comparação) tem umas excelentes virtudes. Uma capacidade inigualável de drenagem, que nos mantêm os pés secos. Uma luminosidade intensiva, dia e noite, que nos ajuda a não por os pés, onde não devemos. O “desaparecimento” dos milhões de pastilhas elásticas pisadas, e uma estética bastante boa. Alcatrão para os passeios de Lisboa... NÃO !!!»
Ao contrário da opinião de alguns arquitectos paisagistas da nossa praça, para quem “a calçada portuguesa constitui um verdadeiro perigo para os tornozelos displicentes que caminham pelas ruas”, não podíamos estar mais de acordo.
O piso é constituído por cubos de calcário cujo processo de fabrico é essencialmente artesanal. O calcário para a calçada, que provém de concelhos como o de Santarém, das Serras de Aire e Candeeiros, do Maçico Calcário Estremanho, na área de Pé da Pedreira, exibe uns tons claros complementado por bonitos desenhos feitos com calcário negro.
Acontece que, apesar de ser um ex-libris que embeleza ruas e praças de Lisboa, a calçada portuguesa ‘anda’ nas ruas da amargura. Se está em "péssimo estado", a sua sobrevivência é cada vez mais difícil devido à falta de mão-de-obra qualificada, mas também devido às obras na cidade e aos automóveis estacionados nos passeios, que muito têm contribuído para o mau estado da calçada portuguesa, suscitando reclamações dos lisboetas. A própria Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados classifica de "estranha" e "antipedagógica" medidas como a da Freguesia de Belém permitir o estacionamento de automóveis num dos passeios da Avenida do Restelo.
Depois temos a questão da formação profissional de calceteiros. Segundo Luísa Dornellas, responsável pela Área de Formação da Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa conta apenas com 27 calceteiros e os que se reformam não têm sido substituídos. A Câmara tem uma "Escola de Calceteiros", desde 1986, onde já foram ministrados oito cursos de formação, com um total de 112 participantes. No entanto, são "raros" os que ficam a trabalhar na autarquia, porque são aliciados por empresas onde ganham muito mais. Recorde-se que em 2005 um calceteiro operário ganhava entre 440 euros e 723 euros e um encarregado entre 946 euros e 1.070 euros, pelo que, "mesmo gostando da profissão, os baixos ordenados não a tornam suficientemente apetecível ".
Antigamente, a calçada portuguesa, que continua a fazer parte do património nacional, sendo muito apreciada por quem visita o país, era encarada como o pavimento predominante da capital. Estranha-se porém que a Câmara já só a utilize em algumas zonas da cidade com o argumento de ser "um pavimento de luxo e caro" e que nalgumas zonas novas da cidade equacione outros pavimentos mais baratos.
Reconhece-se a necessidade de preservar as questões ambientais, mas o D-Lei 270/2001 obriga já a indústria extractiva a um melhor desempenho ambiental, através da apresentação de planos de lavra, estudo de impacto ambiental e planos de requalificação paisagística, podendo os escombros das grandes pedreiras ver transformados os seus desperdícios em brita.
E já agora, sabia que a calçada portuguesa pode também ser apreciada fora de Portugal, nomeadamente em Ipanema, Brasil, em Macau e em Dili, no monumento comemorativo da independência de Timor Loro Sae ? Por tudo isto só podemos desejar... “bons passeios”.
Acontece que, apesar de ser um ex-libris que embeleza ruas e praças de Lisboa, a calçada portuguesa ‘anda’ nas ruas da amargura. Se está em "péssimo estado", a sua sobrevivência é cada vez mais difícil devido à falta de mão-de-obra qualificada, mas também devido às obras na cidade e aos automóveis estacionados nos passeios, que muito têm contribuído para o mau estado da calçada portuguesa, suscitando reclamações dos lisboetas. A própria Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados classifica de "estranha" e "antipedagógica" medidas como a da Freguesia de Belém permitir o estacionamento de automóveis num dos passeios da Avenida do Restelo.
Depois temos a questão da formação profissional de calceteiros. Segundo Luísa Dornellas, responsável pela Área de Formação da Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa conta apenas com 27 calceteiros e os que se reformam não têm sido substituídos. A Câmara tem uma "Escola de Calceteiros", desde 1986, onde já foram ministrados oito cursos de formação, com um total de 112 participantes. No entanto, são "raros" os que ficam a trabalhar na autarquia, porque são aliciados por empresas onde ganham muito mais. Recorde-se que em 2005 um calceteiro operário ganhava entre 440 euros e 723 euros e um encarregado entre 946 euros e 1.070 euros, pelo que, "mesmo gostando da profissão, os baixos ordenados não a tornam suficientemente apetecível ".
Antigamente, a calçada portuguesa, que continua a fazer parte do património nacional, sendo muito apreciada por quem visita o país, era encarada como o pavimento predominante da capital. Estranha-se porém que a Câmara já só a utilize em algumas zonas da cidade com o argumento de ser "um pavimento de luxo e caro" e que nalgumas zonas novas da cidade equacione outros pavimentos mais baratos.
Reconhece-se a necessidade de preservar as questões ambientais, mas o D-Lei 270/2001 obriga já a indústria extractiva a um melhor desempenho ambiental, através da apresentação de planos de lavra, estudo de impacto ambiental e planos de requalificação paisagística, podendo os escombros das grandes pedreiras ver transformados os seus desperdícios em brita.
E já agora, sabia que a calçada portuguesa pode também ser apreciada fora de Portugal, nomeadamente em Ipanema, Brasil, em Macau e em Dili, no monumento comemorativo da independência de Timor Loro Sae ? Por tudo isto só podemos desejar... “bons passeios”.
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