15/09/2015

Intervenção do PEV sobre a apresentação de Documentos no PAOD



 
O primeiro documento que apresentamos é um voto de censura contra os exercícios militares da Nato em Portugal.

Num momento em que se multiplicam situações de tensão, de conflito e de guerra e em que a insegurança e a instabilidade internacionais alastram, estes exercícios, dos maiores das últimas décadas, merecem o mais expressivo repúdio.

É inaceitável que Portugal pactue com quaisquer iniciativas de teor militarista. Portugal deve aplicar os conceitos inscritos na Constituição da República Portuguesa, de paz e de justiça nas relações entre os povos.

A construção de um mundo equilibrado e seguro, onde prevaleça a paz e a justiça passa por relações internacionais pautadas pela cooperação solidária com todos os povos, através de políticas a favor do desarmamento, da desnuclearização, da solução pacífica dos conflitos e do respeito pela liberdade e pelos direitos humanos.

O mundo reclama paz e a NATO não faz, de todo, parte desta solução porque quem faz a guerra não quer a paz!

A verdade é que a NATO que se afirmou, aquando da sua constituição, como uma organização de natureza defensiva, tornou-se uma aliança ofensiva, determinada em violar os direitos dos povos e das soberanias nacionais, ignorando o direito internacional e sobrepondo-se à ONU.

Perante isto, Os Verdespropõem que esta Assembleia repudie a realização dos exercícios militares da NATO.

Apresentamos também uma saudação ao Dia Internacional da Paz, celebrado a 21 de Setembro, e proclamado pela Assembleia-Geral da ONU, em 30 de Novembro de 1981.

A razão para propormos esta saudação é óbvia e vem no seguimento do que acabámos de referir.

Vivemos num mundo cada vez mais militarizado e violento e mantêm-se e agravam-se as ocupações, agressões e chantagens sobre países e povos.

Milhões de pessoas em todo o mundo passam fome, não têm acesso a água potável e a outros recursos básicos e fundamentais, colonizam-se povos, ameaçam-se nações soberanas, e são despendidos anualmente milhões de euros em armamentos e em guerras.

É, por isso, imperiosa a defesa da Paz, da coexistência pacífica entre os Estados e do respeito pelos direitos humanos.

Por fim, o terceiro documento que trazemos à consideração deste plenário é uma moção contra a privatização ou concessão a privados da Transtejo/Soflusa.

Este grupo opera actualmente em 4 ligações fluviais de passageiros e numa ligação fluvial mista de passageiros e viaturas.

O Governo decidiu, entretanto, que a operação de cruzeiros fluviais seria transferida para a “órbita” da Carristur, uma operação que irá aumentar o valor implícito desta empresa, com a finalidade última de proceder à sua privatização.

Importa dizer que em 2012, com a implementação de novos horários, houve supressão de carreiras. No total, foram 150 as ligações fluviais que deixaram de se realizar. Recentemente, o Grupo Transtejo/Soflusa iniciou um processo de venda de oito barcos de um total de 33 existentes na frota da empresa, o que reduzirá drasticamente a oferta pública.

Para Os Verdes, os problemas de gestão destas empresas não são resolvidos reduzindo trabalhadores, cortando o número de ligações fluviais, reduzindo os horários, aumentando os tempos de duração das viagens e as tarifas.

Essas medidas só virão agudizar os problemas de mobilidade, pois acabarão por afastar os utentes e levar à quebra na procura do transporte fluvial.

Assim, propomos que a Assembleia Municipal de Lisboa manifeste a sua solidariedade com a luta dos trabalhadores do Grupo Transtejo/Soflusa por melhores condições de trabalho e contra a privatização ou concessão a operadores privados e que defenda a manutenção na esfera pública da gestão dos cruzeiros fluviais no rio Tejo do Grupo Transtejo/Soflusa.


Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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