Os dados relativos a Portugal são de 2004 e demonstram que a exposição ao ruído afectava nesse ano mais um milhão de habitantes do que em 2000, enquanto nos outros países se tem reduzido a quantidade de cidadãos expostos a níveis de ruído prejudiciais (acima dos 55 decibéis). Na Holanda, por exemplo, o número baixou para metade em quatro anos.
A OMS esclarece que o limite de ruído ambiental a partir do qual começa a haver efeitos negativos para os humanos é de 55 decibéis. E é a um nível de ruído superior a este que está sujeita a maioria dos portugueses que vivem nas grandes cidades, pelo que se conclui que o risco para a população das zonas urbanas é enorme. “A maioria dos europeus vive em cidades e, desses, uma grande parte junto de vias por onde circula tráfego ruidoso, um problema que tem sido subestimado e ignorado” pelas autoridades, alerta o documento 1.
Em Portugal ainda não foi estudado o impacto na saúde das populações. Apesar de ser uma obrigação legal, a Agência Portuguesa do Ambiente 2 não tem noção de quantas autarquias já o estão a aplicar. A lei obriga ainda os municípios a elaborarem mapas de ruído que são depois incluídos nos planos directores municipais. Aí são identificadas zonas mais problemáticas e previstas medidas de diminuição do seu impacto.
A legislação em vigor estabelece também níveis de ruído máximo que devem ser respeitados. Em zonas sensíveis (hospitais, habitação e escolas), o ruído não pode exceder os 55 decibéis, mas, à noite, tem de baixar para os 45. Nas zonas mistas - com serviços e habitação - de dia o ruído poderá chegar aos 65, pois as pessoas não ficam aí expostas durante muito tempo.
1. Ver http://dn.sapo.pt/2008/02/29/sociedade/metade_portugueses_exposta_a_niveis_.html
2. Ver www.apambiente.pt