Substituir a gasolina por bioetanol produzido a partir do milho é uma solução cara e com impactos ambientais significativos, de acordo com um estudo liderado por um investigador do Instituto Superior Técnico (IST).
O trabalho “Análise Energética e Ambiental da Produção de Bioetanol a partir do Milho em Portugal” mostra que o uso deste biocombustível pode ter um balanço negativo em termos de emissões de gases com efeito de estufa, comparativamente à gasolina, quando analisado num cenário que envolve a afectação de solo usado para pastagens.
O trabalho envolveu a análise do ciclo de vida do bioetanol produzido a partir do milho, a cultura actualmente mais viável em Portugal, desde o seu cultivo à utilização do combustível.
“Fomos ver todos os impactes, incluindo o fabrico dos adubos e fertilizantes, processo de extracção do milho e transportes, para ver o que acontece até à queima do combustível no motor”, afirmou um dos três autores, professor do Departamento de Engenharia Mecânica do IST e investigador na área de Economia Ecológica, e o cenário indica que o balanço é dispendioso já que, por cada tonelada poupada, o Estado despende 100 euros.
O estudo, inovador a nível mundial, alerta para outras consequências “que não têm sido ponderadas”, como o facto de os terrenos usados para o milho não poderem ser ocupados, por exemplo, com pastagens. “Tendo em conta a produção de milho na situação actual em Portugal, o balanço em termos de emissões de gases com efeito de estufa é desfavorável ao bioteanol (aumenta, num cenário de afectação do solo envolvendo animais ou reduz, mas de forma muito cara)” 1.
A situação agrava-se quando os países mais ricos investem na produção de cereais para produção de biocombustíveis nos países em vias de desenvolvimento. Estes países poderão passar a exportar combustíveis para os mais desenvolvidos, mas as suas populações continuarão a sofrer com a ausência de alimentos que erradiquem os permanentes cenários de fome.
O trabalho “Análise Energética e Ambiental da Produção de Bioetanol a partir do Milho em Portugal” mostra que o uso deste biocombustível pode ter um balanço negativo em termos de emissões de gases com efeito de estufa, comparativamente à gasolina, quando analisado num cenário que envolve a afectação de solo usado para pastagens.
O trabalho envolveu a análise do ciclo de vida do bioetanol produzido a partir do milho, a cultura actualmente mais viável em Portugal, desde o seu cultivo à utilização do combustível.
“Fomos ver todos os impactes, incluindo o fabrico dos adubos e fertilizantes, processo de extracção do milho e transportes, para ver o que acontece até à queima do combustível no motor”, afirmou um dos três autores, professor do Departamento de Engenharia Mecânica do IST e investigador na área de Economia Ecológica, e o cenário indica que o balanço é dispendioso já que, por cada tonelada poupada, o Estado despende 100 euros.
O estudo, inovador a nível mundial, alerta para outras consequências “que não têm sido ponderadas”, como o facto de os terrenos usados para o milho não poderem ser ocupados, por exemplo, com pastagens. “Tendo em conta a produção de milho na situação actual em Portugal, o balanço em termos de emissões de gases com efeito de estufa é desfavorável ao bioteanol (aumenta, num cenário de afectação do solo envolvendo animais ou reduz, mas de forma muito cara)” 1.
A situação agrava-se quando os países mais ricos investem na produção de cereais para produção de biocombustíveis nos países em vias de desenvolvimento. Estes países poderão passar a exportar combustíveis para os mais desenvolvidos, mas as suas populações continuarão a sofrer com a ausência de alimentos que erradiquem os permanentes cenários de fome.
Ver Lusa doc. nº 7769630, 04/12/2007 - 13:27
1 comentário:
Impactos sociais
Segundo Jean Ziegler, perito em Direito à Alimentação da ONU, os biocombustíveis só agravam os problemas, porque diminuem as superfícies dedicadas à agricultura para alimentação. Este universitário de Genebra, pediu uma moratória de cinco anos para que a ciência encontre meios de tirar combustível dos desperdícios agrícolas, como as partes não comestíveis do trigo e do milho. Segundo ziegler procurar aumentar os biocarburantes não deve ser feito à custa do solo agrícola, mencionando que "se trata de um crime contra a humanidade". Uma das consequencias económicas dos biocombustíveis é o facto de serem os países em desenvolvimento que poderão ver um mercado aliciante e mal regulamentado aproveitando a situação, para produzir um bem raro que será bem vendido aos países desenvolvidos. O reverso da moeda é a subida do preço do solo agrícola e dos produtos agrícolas agravando a fome que já é um flagelo sobretudo nos países pobres.
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