03/12/2007

Quem é que falou em poluição?

Realiza-se de 3 a 14 de Dezembro a 13ª Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas que reúne em Bali 10.000 participantes, entre eles os ministros do Comércio (dias 8 e 9), das Finanças (dias 10 e 11) e, pelo menos, 130 ministros de Meio Ambiente (dias 12 a 14).
O objectivo é dar continuidade aos esforços da luta contra as alterações climáticas, fixando pelo menos um marco nas negociações para depois de 2012, que contemple um calendário e uma data limite para a obtenção de resultados concretos.
Desta vez, o novo acordo deverá integrar o conjunto dos principais emissores de gases causadores do efeito estufa, incluindo os EUA e os grandes países emergentes - até agora dispensados de compromissos - como a China, que se encaminha para se tornar no maior contaminador mundial.
“Se as coisas forem mal em Bali, teremos graves problemas”, advertiu o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, pois, sem um novo compromisso, “não vejo como poderemos estar preparados a tempo”, insistindo que “o que é preciso fazer, basicamente, é modificar os modelos económicos mundiais para os próximos 50 anos” 1.
Com efeito, o aviso fora dado com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007-08, com a ONU a puxar as orelhas aos países ricos por, na sua maioria, não estarem a cumprir os compromissos acordados em Quioto para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Embora EUA, Austrália e Canadá sejam considerados os piores, a União Europeia não escapa ao raspanete 2.
O mais irónico é que esta semana, em Bali, durante a Convenção sobre as Alterações Climáticas, se espera que a UE se venha a comprometer em reduzir as emissões em pelo menos 20% até 2020 (comparando com 1990) quando nem sequer consegue cumprir a redução de 8% até 2012.

1. Ver
http://afp.google.com/article/ALeqM5iXqUUWHoBW2EPbKAeOF8N5r9kMSw
2. Ver Mundo à Sexta 2007-11-30, p. 30

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