02/12/2007

À luz do patrocínio

A Avenida da Liberdade e o Rossio estiveram para ficar este ano sem iluminações de Natal, por falta de patrocínio. O problema conseguiu resolver-se à última hora: será um Banco a desembolsar a verba necessária para que se cumpra a tradição. Mas as luzes não se acendem antes de Dezembro, sendo o dia 14 a data limite para que isso aconteça.
No ano passado, foi uma marca de automóveis a patrocinar as enormes bolas amarelas e azuis penduradas nas árvores da Avenida e concebidas pela empresa especializada em iluminações festivas à qual a CML e a União das Associações de Comércio e Serviços entregam esta tarefa há vários anos.
Desta vez, não haverá bolas nas árvores, mas sim rectângulos de luz ao longo do passeio, a acompanhar a exposição, também iluminada, do artista Robert Indiana - letras e números gigantes -, na qual a CML gastou perto de cem mil euros.
As dificuldades que a CML atravessa contribuíram também para que para além da Avenida também o Rossio tivesse estado à beira de ficar sem luzes de Natal. Este ano, a autarquia disponibilizou apenas para o efeito os 400 mil euros a que a obriga o protocolo firmado com os comerciantes, e não o milhão que gastou no ano passado.
Por isso, a partir do ano que vem a alternativa passará por se convidar finalistas das escolas de design da cidade para conceberem a iluminação.
Ora aí está uma medida que vai de encontro à intervenção de “Os Verdes” na recente AML de 27 de Novembro, onde se defendia que dificilmente se poderia “justificar o facto da CML e as Juntas estarem a pagar, à conta dos impostos municipais, a iluminação que serve de publicidade às lojas dos comerciantes”, para depois serem os consumidores a dirigirem-se a essas lojas “para adquirir produtos e pagar os respectivos impostos indirectos sobre o consumo”.
Ou seja, “se os comerciantes pretendem aumentar as vendas, que sejam eles a associar-se e a quotizar-se para promoverem os seus produtos através da iluminação natalícia. Mas nunca através dos nossos impostos municipais”.

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