A época festiva sofre importantes ajustamentos em face de uma infindável lista de presentes a concretizar com grande falta de tempo. Alguém quererá verdadeiramente saber do ‘consumo sustentável’? O mesmo se diga, aliás, do problema do ‘aquecimento global’ com a chuva e o frio a apertarem, uns ‘grauzitos’ a mais seriam assim tão maus?
Será que estaríamos colectivamente melhor se todos os consumidores fossem verdadeiramente conscientes e ecologicamente responsáveis, fazendo escolhas criteriosas e prudentes em lugar de se deixarem dominar pela grande máquina de consumo que os obriga a materializar os afectos e a dar-lhes a forma dos bens palpáveis que o mercado nos oferece e chega, por vezes, a ‘impingir’ sem dó nem piedade com a ajuda do ilusório crédito fácil? (…)
A máquina de interesses, sobretudo económicos e políticos, que gere o mundo não pára de repente para se ajustar a novos desígnios e novos critérios (ambientais e climáticos), mesmo sendo certo que alguns dos principais actores explicitam que a eles aderem sinceramente (…) O clima está no centro do debate político e das suas opções estratégicas como das atenções dos agentes económicos de todo o mundo; alguns olham-no como mais uma oportunidade de negócio, rentável ou não em si mesma e independentemente dos resultados ambientais que origine, enquanto outros visualizam a possibilidade de se atingirem objectivos em matéria de clima e é esse processo que vêem como gerador de novas oportunidades de negócio (!!)
A diferença entre as duas lógicas é por vezes ténue, embora seja sobretudo por aí que passa grande parte do êxito ou do inêxito da evolução em curso. Comércio de emissões, fundos para a adaptação climática, ‘mecanismos de desenvolvimento limpo’, tecnologias limpas, transferências de tecnologia, comércio de ‘bens ambientais’, energia nuclear, biocombustíveis, energias renováveis, metas e ‘standards’ ambientais, etc. Eis apenas alguns dos instrumentos disponíveis (que se apropriam) do problema climático para gerar novos negócios, deixando o planeta entregue ao seu destino, como para irmos construindo um mundo melhor...
Seremos capazes de controlar o processo, isto é, de pôr os interesses a servir o clima e não o inverso? (…) Quando, desfeitos os embrulhos de Natal, voltarmos à recusa do desperdício inerente à sociedade em que vivemos e a estremecer perante a devastação provocada por mais um ciclone numa região tropical ou pela fome numa zona semi-desértica de África, teremos percebido que, para além de brinquedos, telemóveis e jogos de computador, o mais importante é legar aos nossos filhos um planeta onde possam (sobre)viver?
Será que estaríamos colectivamente melhor se todos os consumidores fossem verdadeiramente conscientes e ecologicamente responsáveis, fazendo escolhas criteriosas e prudentes em lugar de se deixarem dominar pela grande máquina de consumo que os obriga a materializar os afectos e a dar-lhes a forma dos bens palpáveis que o mercado nos oferece e chega, por vezes, a ‘impingir’ sem dó nem piedade com a ajuda do ilusório crédito fácil? (…)
A máquina de interesses, sobretudo económicos e políticos, que gere o mundo não pára de repente para se ajustar a novos desígnios e novos critérios (ambientais e climáticos), mesmo sendo certo que alguns dos principais actores explicitam que a eles aderem sinceramente (…) O clima está no centro do debate político e das suas opções estratégicas como das atenções dos agentes económicos de todo o mundo; alguns olham-no como mais uma oportunidade de negócio, rentável ou não em si mesma e independentemente dos resultados ambientais que origine, enquanto outros visualizam a possibilidade de se atingirem objectivos em matéria de clima e é esse processo que vêem como gerador de novas oportunidades de negócio (!!)
A diferença entre as duas lógicas é por vezes ténue, embora seja sobretudo por aí que passa grande parte do êxito ou do inêxito da evolução em curso. Comércio de emissões, fundos para a adaptação climática, ‘mecanismos de desenvolvimento limpo’, tecnologias limpas, transferências de tecnologia, comércio de ‘bens ambientais’, energia nuclear, biocombustíveis, energias renováveis, metas e ‘standards’ ambientais, etc. Eis apenas alguns dos instrumentos disponíveis (que se apropriam) do problema climático para gerar novos negócios, deixando o planeta entregue ao seu destino, como para irmos construindo um mundo melhor...
Seremos capazes de controlar o processo, isto é, de pôr os interesses a servir o clima e não o inverso? (…) Quando, desfeitos os embrulhos de Natal, voltarmos à recusa do desperdício inerente à sociedade em que vivemos e a estremecer perante a devastação provocada por mais um ciclone numa região tropical ou pela fome numa zona semi-desértica de África, teremos percebido que, para além de brinquedos, telemóveis e jogos de computador, o mais importante é legar aos nossos filhos um planeta onde possam (sobre)viver?
Ler Elisa Ferreira IN http://jn.sapo.pt/2007/12/23/opiniao/falar_climaem_dezembro.html
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