27/12/2007

Multar ou prevenir ?

As autoridades responsáveis sentem-se felizes pela missão cumprida. As multas de trânsito já renderam 3,2 milhões de euros em 2007 e só em Lisboa.
O excesso de velocidade é das infracções mais detectadas nas operações stop. A divisão de trânsito detectou mais de oito mil condutores em excesso de velocidade e deteve 700 pessoas, a maioria por condução ilegal, mas muitos também por excesso de álcool.
A estatística dos acidentes permite concluir que é à tarde que acontecem mais acidentes e é também neste período que os níveis de álcool no sangue atingem os valores máximos. Estas conclusões levam a PSP a reforçar as patrulhas de trânsito durante a tarde.
As viaturas também são alvo das sanções da polícia em quase 12 meses. O balanço provisório dá conta de 1.922 carros apreendidos, 7.742 rebocados e 8.477 bloqueados 1.
A felicidade tem porém a ‘cor’ do orçamento, onde a cobrança da multa releva ser mais importante que a prevenção dos acidentes. Talvez assim se compreenda porque são mais importantes os radares e brigadas de trânsito com função de ‘caça’, em vez de medidas estruturantes de segurança pedonal e rodoviária, acompanhadas de campanhas permanentes de sensibilização.

1 comentário:

F. Penim Redondo disse...

Defendo há muito a carta por pontos para detectar os condutores que criam situações muito perigosas repetidamente.

No entanto penso que há o perigo de, como vem sendo hábito, misturar o cidadão que passou a 60 km/h num radar com o cidadão que tem por hábito desrespeitar o vermelho do semáforo.

A carta por pontos devia concentrar-se nos comportamentos de risco (alcool, drogas, ultrapassagens em curvas e lombas, inversões de marcha, circulação em contra-mão, desrespeito das passadeiras de peões, velocidade perigosa, etc) e não os meros infracções sem perigosidade.

Para mim a atenção é o factor chave na prevenção dos acidentes.
Também penso que se devia atacar o problema das distracções ao volante começando, desde já, a proibir todos os aparelhos que são instalados dentro dos automóveis e que exigem atenção visual do condutor. A publicidade (especialmente outdoors com imagens em movimento) em cruzamentos e ao longo das estradas também devia ser proibida.
A partir daí deviam ser propostos sistemas, a adoptar pelos fabricantes, que evitassem que o condutor se distraísse ou adormecesse.

Os 21 radares de Lisboa devia mudar de localização e passar a cobrir directamente os mais importantes cruzamentos e passadeiras de peões da cidade.
Controlariam simultâneamente velocidade e também o desrespeito dos semáforos.

http://radares50-80.blogspot.com/