“Ando há algum tempo a tentar deixar de fumar: há uns anos, mais precisamente. Encontrei centenas de argumentos sórdidos para adiar a coisa - o mais patético de todos era a busca do dia perfeito, o dia genuíno, o dia autêntico, o dia recheado de significados que seria escolhido para deitar os cigarros fora. O primeiro dia de férias, o dia dos anos, o dia Y, o dia D: é verdade que fantasiei deixar de fumar em todos e nenhum deles acabou por servir.
“Foi agora (com a nova lei). E agora que estou quase a atingir as noventa horas sem fumo (…) há uma frase hedionda, da parte de alguns que me querem festejar, que me deixa (ainda mais) os nervos em franja: ‘Ainda bem que a lei (te) serviu para alguma coisa’. É claro que só um não fumador ‘militante’ diz uma coisa destas (…) Quanto aos fumadores, espécie a que pertenci até há 90 horas atrás, olham-me como uma espécie de traidora” 1.
Até a vida de primeiro-ministro pode ser mesmo muito difícil. Muito mesmo. E que sofre a bom sofrer com os ‘fundamentalistas’ que andam à volta dele. Há quem cite que terá mesmo desabafado: Eu fumo, eu fumo, já disse, eu fumo!
Sozinho, irritado com tanta proibição, farto dos que andam atrás dele para ver se o apanham em falso, o primeiro-ministro terá dado uns berros, uns pontapés nas cadeiras e decidido, clandestinamente, juntar-se aos resistentes que se encontram nas ‘catacumbas’ para fumar um cigarrito. Mas não só. Em viagens longas, as últimas filas do avião socrático são ZLF (zonas livres de fundamentalistas).
E aos almoços no recato de São Bento é certo e sabido que o primeiro-ministro não dispensa uns bons cinco cigarros no fim da refeição. Uns atrás dos outros, que não se pode perder tempo e as oportunidades de puxar de um cigarro são raras e perigosas 2.
“Foi agora (com a nova lei). E agora que estou quase a atingir as noventa horas sem fumo (…) há uma frase hedionda, da parte de alguns que me querem festejar, que me deixa (ainda mais) os nervos em franja: ‘Ainda bem que a lei (te) serviu para alguma coisa’. É claro que só um não fumador ‘militante’ diz uma coisa destas (…) Quanto aos fumadores, espécie a que pertenci até há 90 horas atrás, olham-me como uma espécie de traidora” 1.
Até a vida de primeiro-ministro pode ser mesmo muito difícil. Muito mesmo. E que sofre a bom sofrer com os ‘fundamentalistas’ que andam à volta dele. Há quem cite que terá mesmo desabafado: Eu fumo, eu fumo, já disse, eu fumo!
Sozinho, irritado com tanta proibição, farto dos que andam atrás dele para ver se o apanham em falso, o primeiro-ministro terá dado uns berros, uns pontapés nas cadeiras e decidido, clandestinamente, juntar-se aos resistentes que se encontram nas ‘catacumbas’ para fumar um cigarrito. Mas não só. Em viagens longas, as últimas filas do avião socrático são ZLF (zonas livres de fundamentalistas).
E aos almoços no recato de São Bento é certo e sabido que o primeiro-ministro não dispensa uns bons cinco cigarros no fim da refeição. Uns atrás dos outros, que não se pode perder tempo e as oportunidades de puxar de um cigarro são raras e perigosas 2.
Não se pense como Mark Twain, que dizia “deixar de fumar é muito fácil e até eu já consegui várias vezes!”. Se o que lhe falta, verdadeiramente, é ‘a companhia’ seja prática(o) e adopte um cão que lhe pode ajudar, com claras vantagens, a ultrapassar algumas das dificuldades destes momentos.
1. Ler Ana Sá Lopes IN
2. Ver www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=272155&idselect=90&idCanal=90&p=200
1 comentário:
Pense que para além de poupar a sua saúde e a dos que a rodeiam e que levam com o fumo, está a contribuir para a diminuição da emissão de gases tóxicos para a atmosfera. Um cigarro pode não ser nada, mas os cigarros de todos os fumadores do mundo imagine a nuvem de poluição que é!
;-)
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