As linhas principais do Rali Euromilhões Lisboa-Dakar 2008 - agendado para os dias 5 e 20 de Janeiro - foram apresentadas no Centro Cultural de Belém. Na sequência da experiência dos últimos dois anos, nos quais a caravana saiu de Portugal, Lisboa vai continuar a receber as verificações técnicas e administrativas, seguidas de duas etapas em solo nacional, antes da travessia do Mar Mediterrâneo.
Para a 30ª edição do Rali, as equipas desportivas que trabalham na concepção do percurso têm um primeiro objectivo a cumprir, que é o de oferecer aos pilotos quase 6.000 quilómetros de especiais cronometradas, o que quer dizer que será a mais longa distância desde 2002.
O responsável pela organização portuguesa do Lisboa-Dakar já veio anunciar o prolongamento até 2009 da partida do rali de todo-o-terreno da capital lusa, que acolhe em 2008 a terceira largada consecutiva da prova. O destaque e os valores do ‘rali-raid’ vão para o gosto pela competição e a paixão pelo deserto. Os concorrentes vão, desta forma, encontrar pelo caminho muita areia e dunas para ultrapassar 1, mas também aumentar a lista de acidentes, de mortos, e continuar a degradar os eco-sistemas por onde passam, a bem da propaganda automobilística.
E a esta iniciativa privada não poderia faltar o financiamento público (lá está também o destino dos nossos impostos autárquicos: a CML aprovou a “cedência de uma verba de 400 mil euros, bem como a isenção do pagamento de taxas” 2), como “corolário da colaboração entre poder central e autárquico” 3. E, vá-se lá saber porquê, também não vai faltar a segurança.
Durante os dois dias de rali em território português, mais de 300 militares da GNR vão estar directamente envolvidos no evento. E pelo terceiro ano consecutivo, uma empresa de segurança privada vai garantir igualmente a estabilidade deste acontecimento desportivo. Mais de 200 vigilantes “especializados em eventos de grandes dimensões”, vão estar no rali em território português, desde Lisboa até Portimão. A acompanhá-los estarão cães de guarda, dois carros, e uma central móvel de vídeo, colocada numa viatura blindada e que, através de câmaras rotativas de alta definição, permite assegurar o visionamento de uma grande área e efectuar a respectiva monitorização de imagens 4.
Por tudo isto o trânsito automóvel na Praça do Império, entre o Largo dos Jerónimos e até à Rua Bartolomeu Dias, será fortemente condicionado entre os dias 2 e 5 de Janeiro. A CML sugere por isso aos automobilistas que, como alternativas, circulem pelas Avenidas da Índia e Brasília, ou pela Avenida do Restelo e Rua dos Jerónimos. No dia 5, o trânsito estará cortado entre as 0h e as 15h na Praça do Império, Jerónimos, ruas de Belém e Bartolomeu Dias, e na Avenida da Índia, desde Belém até Pedrouços 5.
Até à 29º edição do Rali, uma prova que desafia a nossa consciência de cidadãos do mundo, e desde 1979, ano do seu início, registaram-se 53 vítimas mortais, das quais 17 espectadores (que incluem 8 crianças), 23 concorrentes e até… o próprio fundador da prova, Thierry Sabine!!
A verdade é que o Lisboa-Dakar, outrora conhecido por Paris-Dakar, constitui um excelso monumento ao poder predatório do automóvel, à velocidade alucinante e ao domínio da máquina. E é por demais conhecido como esses símbolos estão ligados à violência rodoviária e à morte nas estradas, com inúmeras vítimas, mas com garantidos lucros colossais para as empresas construtoras de automóveis.
Para este deserto, ‘jamais, jamais’.
Para a 30ª edição do Rali, as equipas desportivas que trabalham na concepção do percurso têm um primeiro objectivo a cumprir, que é o de oferecer aos pilotos quase 6.000 quilómetros de especiais cronometradas, o que quer dizer que será a mais longa distância desde 2002.
O responsável pela organização portuguesa do Lisboa-Dakar já veio anunciar o prolongamento até 2009 da partida do rali de todo-o-terreno da capital lusa, que acolhe em 2008 a terceira largada consecutiva da prova. O destaque e os valores do ‘rali-raid’ vão para o gosto pela competição e a paixão pelo deserto. Os concorrentes vão, desta forma, encontrar pelo caminho muita areia e dunas para ultrapassar 1, mas também aumentar a lista de acidentes, de mortos, e continuar a degradar os eco-sistemas por onde passam, a bem da propaganda automobilística.
E a esta iniciativa privada não poderia faltar o financiamento público (lá está também o destino dos nossos impostos autárquicos: a CML aprovou a “cedência de uma verba de 400 mil euros, bem como a isenção do pagamento de taxas” 2), como “corolário da colaboração entre poder central e autárquico” 3. E, vá-se lá saber porquê, também não vai faltar a segurança.
Durante os dois dias de rali em território português, mais de 300 militares da GNR vão estar directamente envolvidos no evento. E pelo terceiro ano consecutivo, uma empresa de segurança privada vai garantir igualmente a estabilidade deste acontecimento desportivo. Mais de 200 vigilantes “especializados em eventos de grandes dimensões”, vão estar no rali em território português, desde Lisboa até Portimão. A acompanhá-los estarão cães de guarda, dois carros, e uma central móvel de vídeo, colocada numa viatura blindada e que, através de câmaras rotativas de alta definição, permite assegurar o visionamento de uma grande área e efectuar a respectiva monitorização de imagens 4.
Por tudo isto o trânsito automóvel na Praça do Império, entre o Largo dos Jerónimos e até à Rua Bartolomeu Dias, será fortemente condicionado entre os dias 2 e 5 de Janeiro. A CML sugere por isso aos automobilistas que, como alternativas, circulem pelas Avenidas da Índia e Brasília, ou pela Avenida do Restelo e Rua dos Jerónimos. No dia 5, o trânsito estará cortado entre as 0h e as 15h na Praça do Império, Jerónimos, ruas de Belém e Bartolomeu Dias, e na Avenida da Índia, desde Belém até Pedrouços 5.
Até à 29º edição do Rali, uma prova que desafia a nossa consciência de cidadãos do mundo, e desde 1979, ano do seu início, registaram-se 53 vítimas mortais, das quais 17 espectadores (que incluem 8 crianças), 23 concorrentes e até… o próprio fundador da prova, Thierry Sabine!!
A verdade é que o Lisboa-Dakar, outrora conhecido por Paris-Dakar, constitui um excelso monumento ao poder predatório do automóvel, à velocidade alucinante e ao domínio da máquina. E é por demais conhecido como esses símbolos estão ligados à violência rodoviária e à morte nas estradas, com inúmeras vítimas, mas com garantidos lucros colossais para as empresas construtoras de automóveis.
Para este deserto, ‘jamais, jamais’.
1. Ver Lusa 2007-11-21 - 14:43 e www.dakar.iol.pt/noticia.php?id=874003&div_id=3081
2. Ver http://osverdesemlisboa.blogspot.com/2007/12/toma-l-dakar.html
3. Ver www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=19820
4. Ver http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/205044
5. Ver Público 2007-12-29
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