Assembleia Municipal de
Lisboa de 9 de Junho de 2015
Nesta
sessão de perguntas à CML sobre freguesias, o Grupo Municipal de “Os Verdes” coloca, numa primeira ronda de
questões, os seguintes temas:
1ª questão: O edifício do antigo
Caleidoscópio
Na
anterior sessão da AML de 18 de Novembro de 2014 com perguntas à CML sobre
Freguesias, o executivo foi confrontado com diversas questões relacionadas com
o Campo Grande. Como de costume, anunciou obras, prazos previsíveis e
calendários expectáveis. Ou seja, empurrou para a frente as datas de execução ‘com
a barriga’.
Por
exemplo, para o passado mês de Dezembro a CML esperava lançar o concurso para a
obra de remodelação do Campo Grande sul. Também para Dezembro os jardineiros já
poderiam passar para o novo edifício. E questionado sobre o antigo espaço do
Caleidoscópio no Campo Grande Norte o executivo informou que as obras também
começariam em breve. Só
que já lá vão mais de 6 meses e a campanha “Lisboa melhora com obras em curso”,
nem vê-la.
O
Caleidoscópio, da autoria do arquitecto Nuno San Payo, foi transformado em
centro comercial e cinema em 1974. Na sequência da Proposta nº 558/2010, em
Março de 2011 a
CML firmou um protocolo cedendo-o à Universidade de Lisboa para sua
transformação num centro académico, prevendo-se a construção de uma cafetaria,
a manutenção de um espaço para livraria, restaurante, auditório e sala de
estudo, estabelecendo Junho de 2012 como a data anunciada para a sua reabertura.
Por eventuais dificuldades financeiras, a data voltaria a ser protelada para
Dezembro do mesmo ano. Contudo, o início das obras seria de novo adiado para
Julho do ano passado, ficando a inauguração agendada para 18 meses depois, ou
seja, para Setembro do ano em curso.
Permanecendo
a degradação do edificado e, inclusive, do tapume que se pressupunha viria
reforçar o seu perímetro, mas que muito deixa a desejar, para além de todos
estes adiamentos, estamos agora a menos de 3 meses da última data prometida.
Por isso, sr. vereador, agradecemos que esclareça de uma vez por todas este
plenário qual é a próxima ‘calenda grega’ para a qual pretende fazer deslizar os
futuros início e conclusão das obras do Caleidoscópio?
2ª questão: O Bairro das Murtas, em
Alvalade
O
Bairro das Murtas, situado nas traseiras da Avenida do Brasil, entre o Hospital
Júlio de Matos e o Campo Grande, composto por um total de 122 fogos de
realojamento municipal, é ladeado a poente por uma vasta área expectante.
De
acordo com um diagnóstico elaborado pelo Centro Social Paroquial do Campo
Grande em 2013, e divulgado pela Gebalis, a grande maioria dos agregados
familiares vive em situações de dificuldade sócio-económica, visível pelos
rendimentos globais das famílias, que se encontram em grande parte abaixo do
salário mínimo nacional. Para aquela área, foi inventariada a necessidade da
criação de um espaço para as crianças e jovens, bem como de um local que
permita um convívio saudável entre vizinhos, de modo a reforçar as relações de
vizinhança e relações entre pessoas de diferentes culturas.
No
entanto, lamentavelmente, o seu espaço envolvente é de elevada degradação,
semelhante aliás a outras zonas da cidade, como, por exemplo, o Bairro do
Tarujo. Num cenário indigno de uma capital europeia, ou talvez mais próprio de uma
zona de guerra, entre os escombros de antigas habitações, proliferam os seus
habituais ocupantes: dejectos, lixeiras e animais rastejantes.
No
Programa BIP/ZIP de 2012 ainda foi considerada uma parceria local, mas que não abrangia
a degradada zona expectante a poente do Bairro das Murtas. Pelo que se
pergunta: qual o destino a atribuir aquele espaço? Serão contemplados espaços
verdes e equipamentos lúdicos e de uso colectivo? Qual a data prevista para a
sua efectiva reabilitação urbana?
3ª questão: Obras na Av. Infante Santo
Em
Julho do ano passado, o viaduto da Calçada da Pampulha sobre a Avenida Infante
Santo esteve com trânsito condicionado para trabalhos de reparação de
guarda-corpos em cantaria. Em Abril
deste ano chegou a vez de a CML voltar a condicionar o trânsito na Avenida
Infante Santo.
O
que se sabe é que, devido a obras de saneamento integradas no Plano de Drenagem
e com a finalidade de minimizar a ocorrência de cheias nas zonas mais baixas da
cidade, o troço daquela Avenida compreendido entre a 24 de Julho e a Rua
Embaixador Teixeira de Sampaio e respectivos acessos ao viaduto estão
encerrados à circulação desde 27 de Abril e durante quatro meses.
Estas
obras fazem com que haja um conjunto de supressões e desvios, com as consequentes
demoras e engarrafamentos.
Como
a sequela mais gravosa afecta a mobilidade dos moradores de maior idade, por
terem sido suprimidas paragens das carreiras de autocarros 720 e 738 da Carris,
pergunta-se: como tenciona a CML minimizar os incómodos de os moradores terem de
se deslocar à 24 de Julho, à Pampulha ou subir a pé até à zona da Estrela para
aceder aos percursos alternativos desses transportes públicos? Tenciona a CML
promover a circulação temporária de pequenos vaivéns no local? Confirma a CML obras
complementares que se prolongam até Julho de 2017, e que incluem um parque de
estacionamento com 3 pisos subterrâneos, mais um elevador de acesso ao
geomonumento da Calçada das Necessidades?
Cláudia Madeira
Grupo
Municipal de “Os
Verdes”
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