Iniciativa da CDU em Defesa de Monsanto, 21 de Junho de 2015
Boa tarde
companheiros de “Os Verdes”, camaradas do PCP, moradores e utentes do Parque
Florestal de Monsanto.
A CDU concorreu,
em Lisboa, às eleições autárquicas de 29 de Setembro de 2013 com o objectivo
programático de contribuir para a construção de uma cidade mais justa, mais
desenvolvida e mais próxima dos bairros da capital, em defesa dos serviços
públicos e da qualidade de vida das populações, dos que a habitam e nela estudam
e trabalham, lutando contra as políticas de proteccionismo a privados e dos
interesses da especulação imobiliária.
Lisboa tem sido
alvo de uma política que concentra os meios e o investimento na manutenção de
algumas zonas nobres da cidade, para a promoção do turismo como único eixo de
desenvolvimento económico, em detrimento das pessoas, das zonas habitacionais,
dos bairros históricos e dos bairros municipais e de uma real política de
planificação do espaço urbano, visando o bem-estar e o desenvolvimento
económico e social. Deparamo-nos hoje com uma outra Lisboa, que apenas olha para
o turismo e para clientes de hotéis de charme.
Infelizmente,
com este executivo camarário chegou também a hora de uma assumida tendência privatizadora
sobre os espaços verdes, e em particular do Parque Florestal de Monsanto, que
todos exigimos continue a ser o verdadeiro pulmão da cidade para usufruto
público, recreativo e lúdico.
Mais
recentemente, já em 2015, esta veia privatizadora da CML pretende agora alienar
a Casa do Presidente e as antigas casas de função para fins turísticos, a
exploração por privados da Quinta da Pimenteira, do Moinho do Penedo e a breve
trecho, com a reestruturação e encerramento de alguns quartéis em Lisboa, como
o do Colombo, virá a tentativa de alojar no antigo restaurante panorâmico o SALOC
- a Sala de Operações Conjunta da CML que reúne, num mesmo espaço, os meios de
comando e controle do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, da Polícia
Municipal e do Departamento de Protecção Civil. A acontecer, tal representaria
o devassar da vida animal, da ecologia e dos usos dos próprios utentes do
Parque.
Para este
Parque, a CDU comprometeu-se eleitoralmente a exigir a actualização e desenvolvimento
do Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto, pela segurança da sua área
envolvente, pela recusa de novas desafectações na periferia do Parque, por pugnar
pelo aumento do seu perímetro, com a inclusão das áreas da Vila Amendoeira e
Vila Ferro e dos quartéis militares entretanto desactivados, pela retirada do
Campo de Tiro, pela limitação da circulação automóvel no interior do Parque, pela
criação de novos acessos integrados na rede dos corredores verdes e pela recuperação
de caminhos, vias pedonais e vias cicláveis, pela florestação de novas áreas e o
reflorestar das áreas carenciadas ou mais degradadas, bem como desenvolver
esforços junto da administração central no sentido de classificar o Parque
Florestal de Monsanto e integrá-lo na Rede Nacional de Áreas Protegidas, entre
outras medidas.
Ora, para o Partido
Ecologista “Os Verdes”, o Parque Florestal de Monsanto está bem longe
de ser um tema virgem nas nossas iniciativas e na nossa acção política. Com
efeito, para além de contactos com a Plataforma por Monsanto e de visitas a
alguns dos seus equipamentos, o PEV apresentou em sede de Assembleia Municipal,
só nestes últimos 5 anos, 3 Moções, 5 Recomendações, 13 Requerimentos e 5
Perguntas à CML e Declarações políticas, apenas sobre o tema ‘Monsanto’, a
saber:
Moções sobre o “Campo
de Tiro”, “Em defesa e protecção do Parque Florestal” e “Contra a entrega de
espaços públicos de Monsanto a privados”. Recomendações contra o “Campo
de Râguebi em Monsanto” (ao Restelo), sobre a “Semana Académica de Lisboa”, “Pela
requalificação do Edifício Panorâmico”, pelo “80º Aniversário do Parque, protecção
e valorização de um espaço verde único”, e mais recentemente, já em Abril deste
ano, propusemos a realização de um “Debate público sobre o Parque Florestal de
Monsanto”, de que continuamos a aguardar o agendamento pelo Município.
Inquirimos
também a CML, por meio de Requerimentos, sobre o “Abate de árvores”,
sobre as “Acácias infestantes”, sobre a “Plantação de novas árvores em Monsanto”,
sobre a “Subestação de energia eléctrica da REN”, sobre o “Clube Português de
Tiro a Chumbo no Monte das Perdizes”, sobre o “Roubo de armas nas instalações
do Campo de Tiro”, sobre a “Descontaminação de solos no Campo de Tiro a Chumbo”,
sobre a “Falta de vigilância no Parque”, sobre a não “Limpeza do terreno em
Monsanto onde decorreu o Festival Delta Tejo”, sobre a “Realização da Semana
Académica” ou ainda sobre o “PORM - Plano de Ordenamento e Revitalização de
Monsanto”.
Sobre todas
estas iniciativas de “Os Verdes” o que leram os amigos, companheiros e camaradas
na comunicação social? Provavelmente zero, apesar de, segundo o próprio
relatório anual elaborado pela presidente da AML termos sido, com apenas dois
eleitos, um dos GMs que mais documentos produziu para debate em plenário, tendo
as nossas propostas sido invariavelmente aprovadas pelos restantes GMs e quase
sempre por unanimidade. Repito, na comunicação social praticamente zero! Mas
também recomendações executadas pela CML: zero!
Hoje, dia 21 de Junho, é o início do
Verão; esperamos que seja o ocaso desta ruinosa gestão camarária. O ambiente e
o desenvolvimento sustentável do Parque Florestal de Monsanto assim o impõem;
as populações assim o exigem. Continuemos a luta cumprindo o lema da CDU de
Trabalho, Honestidade e Competência junto dos cidadãos e para os munícipes de
Lisboa em particular. Viva a CDU!
Partido Ecologista “Os Verdes”, Monsanto, 21
de Junho de 2015
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