16/06/2015

Intervenção sobre a apresentação das Recomendações no PAOD


Assembleia Municipal de Lisboa de 16 de Junho de 2015

Os Verdes” apresentam na AML de hoje 4 recomendações.
Começando pela recomendação do Bairro das Murtas, pretendemos que sejam resolvidos alguns problemas sentidos pela população, tal como a necessidade de se criar um espaço de lazer seguro para as crianças e jovens do bairro, assim como um local que permita um convívio saudável entre os moradores.
Recentemente, “Os Verdes” realizaram uma visita pela freguesia de Alvalade, tendo ido ao Bairro das Murtas, onde foi possível constatar esta necessidade, além do problema da degradação, do abandono e da sujidade no espaço envolvente, situação aliás comprovada pelas fotografias que anexámos à recomendação que apresentamos. Por tudo isto, consideramos que a Câmara pode e deve requalificar o Bairro das Murtas, promovendo um sentimento de segurança e de proximidade entre os moradores, o que irá também melhorar significativamente a sua qualidade de vida.
Trazemos também a esta Assembleia Municipal, através de uma recomendação, o Dia Mundial do Ambiente que se celebra a 5 de Junho.
Este ano, o tema do Dia do Ambiente é “Sete mil milhões de sonhos. Um planeta. Consuma com moderação” e tem como objectivo chamar a atenção para uma gestão responsável e eficiente dos recursos naturais. E é por considerarmos que Lisboa tem um papel fundamental na promoção do uso sustentado de recursos, que propomos que a Câmara promova iniciativas relacionadas com a temática do Dia do Ambiente.
Apresentamos igualmente uma recomendação sobre o Dia Mundial do Refugiado, assinalado a 20 de Junho, que este ano se comemora numa altura em que a Assembleia Municipal promove um debate sobre Demografia e Migrações.
Assinalar-se esta data é uma forma de chamar a atenção para o flagelo dos milhares de refugiados pelo mundo inteiro que continua a ser um dos grandes problemas da humanidade e que precisa de uma resposta adequada, e entendemos recomendar à Câmara Municipal que promova e apoie campanhas em prol dos Direitos Humanos, da paz, da solidariedade para com os povos e os refugiados em particular.
Por fim, temos também uma recomendação sobre os terrenos da Feira Popular, cuja hasta se desenvolveu de forma confusa e ilegal tendo sido anulada pelo tribunal. O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou ser intenção do executivo proceder à alienação destes terrenos, reconhecendo que serão dos terrenos mais importantes até a nível europeu, não havendo nenhuma capital europeia com um terreno com as mesmas características dentro da cidade. Prevê-se que aquele espaço possa acolher habitações, serviços, comércio e hotelaria. Ou seja, tudo aquilo que aquela zona já oferece.
Perante isto, o objectivo de “Os Verdes” é que a Câmara suspenda o processo em curso de alienação dos terrenos da antiga Feira Popular e que considere este terreno municipal como um activo estratégico para um desenvolvimento integrado da cidade de Lisboa, que promova a realização de um debate público alargado sobre a utilização a dar a estes terrenos e que equacione a possibilidade de qualificar esta área com equipamentos públicos de utilização colectiva.
Apresentamos esta proposta pois consideramos que o que vier a ser construído ali, terá implicações em toda aquela zona, mas também em toda a cidade e entendemos que a Câmara deve assumir uma postura positiva em defesa dos interesses da cidade e dos munícipes.
Sobre os restantes documentos apresentados por outros GMs, e a propósito da Moção nº 2, gostaríamos de recordar que, na AML de 13/11/2011, foi aprovada uma recomendação de GM de “Os Verdes” para que a CML intercedesse «junto da Carris para que esta proceda à reposição das carreiras de eléctrico desactivadas, nomeadamente da Carreira nº 24 entre o Cais do Sodré e Campolide». E já em 2007 fora aprovada por unanimidade outra recomendação do GM de “Os Verdes” para que a CML desse início aos «procedimentos necessários à reabertura, a curto prazo, da linha de eléctrico nº 24, de Campolide ao Largo do Carmo, incluindo a sua extensão ao Cais-do-Sodré», bem como das linhas de eléctrico nºs 26, 29 e 30.
Seria importante saber que medidas encetou a CML junto da Carris, após 2007 e 2011, para dar seguimento a estas 2 recomendações do Partido Ecologista “Os Verdes”?
Também a propósito da Recomendação nº 4, gostaríamos de relembrar que em 9/12/2014 foi aprovada por unanimidade uma outra recomendação de “Os Verdes” sobre a semaforização, que também contemplava a sinalização sonora e o alargamento do tempo de sinal verde nos semáforos, nos casos onde se verifique que os períodos de sinal verde eram manifestamente insuficientes para o atravessamento das vias, principalmente por peões com mobilidade condicionada.
Pergunta-se então: que medidas tomou entretanto a CML para facilitar o atravessamento das vias na capital? Sr. Presidente, quais são afinal as ilações e as consequências que o executivo retira destes contributos e destas propostas aprovadas nesta Assembleia?

Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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