16/06/2015

2ª Intervenção do PEV sobre a Informação Escrita


Assembleia Municipal de Lisboa de 16 de Junho de 2015

Nesta 2ª intervenção sobre a Informação Escrita do sr. Presidente, o Grupo Municipal de “Os Verdes” gostaria de colocar ao executivo algumas observações adicionais, citando as páginas respectivas.
7º tema:
A CML reconheceu recentemente que a documentação arquivística relativa à memória da cidade constitui um património identitário fundamental, sendo a sua recolha, tratamento e preservação uma das prioridades centrais do executivo, no quadro de uma visão integrada para a cidade de Lisboa. Acontece que o Arquivo Municipal está actualmente localizado em quatro edifícios dispersos na cidade, cujas condições de funcionamento a própria vereação já confirmou não serem as mais adequadas.
A fim de ser equacionada uma melhor solução sobre a futura nova localização do Arquivo Municipal de Lisboa, em Janeiro deste ano foi constituído um Grupo de Trabalho para ponderar sobre uma solução que melhor satisfaça a conservação da documentação, os próprios técnicos da CML e o universo de utilizadores do Arquivo Municipal.
Na sequência do que vem referido na p. 37, sobre acções em curso assumidas pela Direcção Municipal de Planeamento, pergunta-se, sr. Presidente, quais as primeiras conclusões a que terá chegado este Grupo de Trabalho e para quando se prevê a apresentação do relatório com vista à obtenção de uma decisão técnica fundamentada, quanto ao espaço adequado a essa nova localização, bem como quanto ao modelo de funcionamento e gestão a implementar nesse futuro novo espaço?
8º tema:
Ainda na mesma Direcção Municipal, mas agora na p. 45, é indicada, no quadro das dívidas a fornecedores, a existência de uma dívida de cerca de 78 milhões € à SGAL, no âmbito da conta corrente do famoso Contrato Inominado.
Nos termos deste contrato, compete à SGAL a recuperação das áreas degradadas do Alto do Lumiar, incluindo a construção de infra-estruturas, de equipamentos sociais, bem como de espaços livres, zonas desportivas e zonas verdes, entre outros projectos.
Assim sendo, a que obras da SGAL ou eventuais contrapartidas em espécie se reporta o saldo negativo desta conta corrente? Mais concretamente, quais os equipamentos e infra-estruturas entregues pela SGAL ao Município para se terem atingido estes valores?
9º tema:
E já que falamos da Alta do Lumiar, consultámos a Direcção Municipal de Habitação, p. 67 e ss, e por não termos encontrado qualquer referência, lembramos que na sessão da AML de Novembro do ano passado, “Os Verdes” já haviam questionado o executivo, e apresentado fotografias atestando o mau estado dos prédios, sobre as condições de degradação habitacional em que os moradores viviam e continuam a viver. Na altura, a srª vereadora Paula Marques esclareceu que já estava a ser feita a aquisição de serviços para se calcular uma estimativa de custos por lote e se operacionalizar os critérios de intervenção no Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar.
Pelo que voltamos a questionar, qual o ponto de situação e qual o calendário previsto para a requalificação do edificado? Para quando a execução das urgentes obras de reabilitação do edificado entre esta via e a Rua Maria Albertina? Já agora também, para quando a conclusão das obras há muito tempo embargadas na Rua Maria Margarida?
10º tema:
Quanto à Direcção Municipal de Projectos e Obras, na p. 47, existe uma empreitada que muito estranhamos: trata-se do facto de os serviços terem procedido a recargas no pavimento de uma via para a qual a CML estabeleceu o ano passado um Protocolo de Delegação de Competências.
Como é então possível que a CML tenha rubricado esse acordo através da Proposta nº 577/2014, aprovada nesta AML em 4 de Novembro, mas 6 meses depois, entre Abril e Maio, tenha procedido à reparação do betuminoso da Rua prof. Prado Coelho, no Alto da Faia, quando a Junta de Freguesia do Lumiar se comprometeu, no referido Protocolo, com a realização da obra de repavimentação daquela via, no decurso do ano de 2015? Afinal, de quem é a responsabilidade pela reparação da via? Ou às 2ªs e 6ªs alcatroa a CML e às 3ªs e 5ªs pavimenta a Junta?
11º tema:
Quanto à Divisão de Construção de Espaços Verdes, na p. 86 continua a falar-se do Jardim do Campo Grande, permanecendo em execução o edifício de jardineiros e cantoneiros e, lamentavelmente, nada mais se adiantando sobre a requalificação da zona sul do jardim.
Afinal, apesar de a CML ter aqui repetidamente afirmado nesta AML, que uma vez concluída a reabilitação da zona norte, se seguiria a reabilitação da metade sul do Jardim e apesar de também ter definido que agendaria o lançamento do concurso para o primeiro trimestre de 2015 - prazo já ultrapassado - o projecto ainda não está elaborado, quanto mais falar-se na abertura de qualquer concurso!
O que é que verificamos com base nas sucessivas Informações Escritas? Constata-se que continuam a derrapar os prazos para início e conclusão das obras de reabilitação da zona sul do Jardim do Campo Grande, sem motivos palpáveis para o atraso das obras de requalificação da piscina e dos restantes equipamentos públicos, incluindo as instalações sanitárias e a conclusão definitiva das instalações dos jardineiros. Como já aqui o disseram “Os Verdes”, a vereação vai empurrando as datas para a frente ‘com a barriga’.
12º tema:
Finalmente, a p. 87 informa-nos que a frota municipal é composta por 1.083 viaturas. Destas, e para além de 2 embarcações, existem 563 viaturas ligeiras (das quais apenas 57 são movidas a energia eléctrica e 2 a biofuel), 346 são viaturas pesadas (das quais apenas 54 são movidas a gás natural), mais 55 motociclos e ciclomotores (dos quais apenas 1 é movido a energia eléctrica), a que se adicionam 30 quadriciclos movidos a energia eléctrica), 39 máquinas e outros 48 (dos quais 11 movidos a energia eléctrica).
Ou seja, cerca de 90% dos veículos ligeiros e mais de 80% dos veículos pesados continuam a recorrer a combustíveis fósseis. Donde se conclui que a CML tem ainda muito trabalho pela frente se quiser ser um bom exemplo de eficiência energética.

J. L. Sobreda Antunes
Grupo Municipal de “Os Verdes

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