15/03/2008

Portugueses preocupados com alterações climáticas

Mais de metade dos portugueses considera as alterações climáticas a preocupação ambiental. Segue-se a poluição atmosférica (49%) e da água (46%), segundo uma sondagem do Eurobarómetro divulgada antes de ontem. De acordo com o inquérito, 89% dos portugueses julgam que os problemas ambientais têm impacto directo nas suas vidas, bem acima dos 78% da média europeia 1.
Se as alterações climáticas são o que mais preocupa os europeus (57%), Portugal não é excepção, com 54% dos inquiridos a destacarem este como o principal problema ambiental a ter em conta. Mais de metade dos portugueses (67%) considera muito importante a protecção do ambiente, traduzindo uma preocupação europeia, onde apenas 4% dos cidadãos da UE não se preocupam.
Ainda de acordo com o Eurobarómetro sobre o ambiente, os lusos são os primeiros na UE com menor número de compras do género, pois apesar de estarem na linha da frente no que diz respeito à intenção de comprar produtos amigos do ambiente, mesmo que sejam mais caros, a maioria dos portugueses (75%) ficam-se pelo desejo.
Seguindo também o que parece ser uma tendência europeia, 94% dos lusos defendem que cabe aos grandes poluidores (a indústria) o maior papel na protecção ambiental 2.
Aliás, as alterações climáticas, segurança energética e reforma das políticas ambientais são as prioridades da última reunião dos 27 líderes da UE na Cimeira do Clima que decorreu em Bruxelas entre estas 5ª e 6ª feiras.
O objectivo dos trabalhos residiu em liderar o compromisso global de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera em 20% até 2020, comparativamente a 1999, pois “não é altura para dormir sobre o assunto. É imperativo chegar a um acordo para o sucesso dos objectivos ambientais”, advertiu o presidente da Comissão Europeia.
Entretanto, no dia em que a Europa se reunia pela questão ambiental, a Agência norte-americana para a Protecção Ambiental (EPA) anunciava critérios mais restritivos da emissão de gases de efeitos poluentes com o objectivo de melhorar a qualidade do ar nos EUA. Segundo a EPA, os novos critérios que obrigam à redução das quantidades de ‘smog’ - poluição visível e acumulada - podem salvar quatro mil vidas por ano, ao contribuir para a diminuição das doenças associadas à má qualidade do ar, sobretudo as doenças pulmonares 3.

1. Ver Metro 2008-03-14, p. 5
2. Ver Destak 2008-03-14, p. 6
3. Ver Meia Hora 2008-03-14, p. 17

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