17/03/2008

Uma cidade com pouca inclinação

Se as colinas de Lisboa sempre foram utilizadas como o principal argumento para não se usar, com mais frequência, a bicicleta, depois da investigação de P. G. Santos, que ao fim de 50 dias sem carro confirmou a bicicleta como alternativa de deslocação, o argumento deixa de fazer sentido 1.
No dia 1 de Janeiro de 2008, este engenheiro civil e projectista de vias de comunicação e transportes iniciou um projecto que consistiu em viajar por toda a cidade em bicicleta. O objectivo foi perceber de perto a viabilidade daquele meio de transporte numa cidade onde ainda muito pouca gente opta por andar sobre duas rodas.
Ao fim de 50 dias, concluiu que afinal, a cidade das sete colinas é um grande planalto. Suportado por documentos técnicos revela, entre outras conclusões, que dois terços de Lisboa (ou seja 67,4%) têm inclinações inferiores a 10 graus.
Para documentar os percursos e as conclusões desta iniciativa criou um blogue, onde se podem ler vários artigos e reflexões sobre as vantagens e desvantagens que o autor foi identificando na vida de ciclista.
Por exemplo, os preconceitos em relação a este meio de transporte levaram um porteiro de uma escola a não acreditar que ele era professor. A falta de estacionamentos seguros para bicicletas é referida como outra desvantagem. Por outro lado, confirma-se a facilidade do transporte no metro, a “possibilidade de olhar para a cidade de outro modo”, e a “maior rapidez e bem-estar físico e psicológico” como algumas das vantagens que identificou 2.
Nada que “Os Verdes” não venham repetidamente, de há muito tempo a esta parte, propondo para ser implementado na capital 3.

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