Em relação às propostas nºs 279 e 280/2014 que prevêem a admissão de 50 bombeiros sapadores e de 150 cantoneiros, respectivamente, «Os Verdes» querem apenas deixar umas breves notas, sendo que obviamente iremos votar a favor, por consideramos que são de extrema importância para a segurança e a qualidade de vida dos munícipes.
Queremos, contudo, alertar para o facto de estas propostas
pecarem por tardias pois, tal como é sabido e tal como temos vindo a alertar ao
longo dos anos, o sector dos bombeiros e dos cantoneiros de limpeza têm
apresentado graves deficiências e vêm minimizar alguns problemas, mas não os
resolvem na sua totalidade.
O mapa de pessoal da autarquia deve estar preenchido, e esta tem
sido uma reivindicação de «Os Verdes», contendo os postos necessários para o
devido cumprimento das actividades e das missões do município.
Por exemplo, o Regimento de Sapadores Bombeiros tem 797 postos
de trabalho, quando o mapa de pessoal prevê 1112 e, se a este número juntarmos
as aposentações que vão ocorrer, mesmo assim os 50 sapadores não vão ser
suficientes para preencher as vagas, além de que só estarão operacionais daqui
a dois anos.
Logo, os procedimentos de recrutamento de bombeiros devem ser
anuais para suprir carências e aposentações no Regimento.
Quanto aos cantoneiros de limpeza, estão previstos 1499 postos
de trabalho, havendo mais de 250 postos vagos, número que também vai aumentar
com as aposentações.
Ou seja, a realidade tem-nos mostrado a gravidade da inércia a
que os executivos camarários têm votado estas áreas fundamentais para a cidade:
tem havido um constante desinvestimento, o número de trabalhadores é
insuficiente, os equipamentos de protecção individual dos bombeiros estão num
estado lamentável, não há fardamento, há poucas viaturas de socorro, entre
muitas outras situações.
As propostas que agora discutimos são de extrema importância mas
não são suficientes e esperamos que o executivo não se fique por aqui e que,
além destas admissões, trabalhe no sentido de as alargar de forma a dar respostas
às necessidades do município e dos munícipes, a par de um real investimento
nestes sectores.
É inadmissível que um bombeiro que acabe de ser recrutado não
tenha fardamento e tenha que usar fardamentos antigos de outros bombeiros, como
sucedeu na última recruta que houve.
Por fim, importa também referir que estas propostas surgem no
seguimento do anúncio de greves.
Será caso para perguntar se só agora o executivo se apercebeu
das necessidades da cidade, dos munícipes e dos trabalhadores.
Deixamos, por isso, uma questão ao executivo: como e quando
pensa a Câmara resolver as insuficiências e as deficiências nestes sectores?
Cláudia Madeira
Grupo Municipal de «Os Verdes»
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