25/04/2007

Onde há fumo… alguém sai queimado

Segundo notícia desta última noite, o até há pouco tempo vice-presidente da CML foi constituído arguido no âmbito do processo Bragaparques, num inquérito em que estão a ser investigados crimes como a participação económica em negócio e a prevaricação.
Com mandato suspenso na autarquia desde Fevereiro, depois de se descobrir que havia escondido durante vários meses de toda a gente, incluindo do partido pelo qual foi eleito, a sua condição igualmente de arguido num outro processo, relacionado com a atribuição de prémios de desempenho aos administradores da EPUL. Recorde-se que o vice-presidente, já foi vereador pelo PS e que antes disso teve ligações ao CDS-PP – só interrompeu funções depois de pressionado pela hierarquia social-democrata.
Nas últimas semanas “ameaçava regressar à Câmara de Lisboa, o que estava a criar algum desconforto no PSD”. Apesar de se encontrar com o mandato suspenso, o ex-vice-presidente tem-se deslocado com alguma frequência às instalações camarárias, aparentemente para ajudar a resolver matérias relacionadas com o seu principal pelouro, o das finanças. Restava saber se, perante a sua constituição como arguido num caso de gravidade muito superior aos prémios de desempenho, optaria pela renúncia ao mandato. Tal facto foi já anunciado pelo presidente da CML durante a sessão de ontem da AML.
Quer a Bragaparques quer a CML foram alvo de buscas pelas autoridades, bem como as residências do ex-vice-presidente e das últimas vereadoras com o pelouro do urbanismo, todos do PSD. A troca dos terrenos do Parque Mayer, propriedade da Bragaparques, por cerca de metade dos terrenos camarários onde se encontrava a Feira Popular, em Entrecampos, é um dos negócios sob suspeita. O outro diz respeito ao facto de a autarquia ter concedido direito de preferência à mesma empresa na hasta pública em que foi vendido o resto da área da Feira Popular 1.
“A CDU fez a 1 de Agosto de 2005 uma participação ao Ministério Público junto do Tribunal Administrativo de Lisboa, pedindo a impugnação judicial da permuta dos terrenos privados do Parque Mayer com parte dos terrenos municipais de Entrecampos. O processo previa ainda a venda em hasta pública da parte restante dos terrenos da antiga Feira Popular (que não estava incluída na permuta), que viria a ser comprada pela P.Mayer SA, antiga proprietária dos terrenos do Parque Mayer. A empresa, propriedade da Bragaparques, passou assim a deter a totalidade d o espaço do antigo parque de diversões” 2.
Os Verdes” por repetidas vezes têm denunciado a situação. Outras denúncias podem ser consultadas neste blogue, seleccionando (no lado direito da página) a etiqueta “Parque Mayer”.
Quanto às arguições, lá diz o ditado, onde há fumo, há fogo.

1. Ver www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1292105
2. Ver
http://jn.sapo.pt/2007/04/24/ultimas/Font_o_de_Carvalho_constitu_do.html

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